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Um livro é a entrada de um universo

'Omar', de Hélio Lauar, é seu, é meu, é nosso. E nosso mundo literário ganha mais um filho!


postado em 03/11/2019 04:00 / atualizado em 02/11/2019 17:46

Tive o prazer e a sorte de receber de Hélio Lauar um livro. Não desconhecia seu talento para a escrita, mas apenas através de trabalhos ligados à área psi em comum. Muitas vezes já nos encontramos em escolas, instituições, comemorações de colegas próximos e na universidade federal, onde fomos contemporâneos, alunos de mestrado.

A vida atribulada me fez esperar tempo livre para abrir o livro intitulado Omar, com a palavra cortada ao meio entre o negro e o marinho, como se afogasse. Entre o preto e o marinho, o mar, a mar, Omar. O dia veio. Abri Omar, um desconhecido, um mundo novo, um outro a desvendar. Um livro é a entrada de um universo.

Nada sabia do que se tratava. Curiosidade de ver um colega se aventurando na literatura. Um romance! Decidi logo. Assim pensando, abri sem ler introdução nem orelhas. Direto à escrita. Começou bem.

A primeira história, personagens incríveis com nomes interessantes nos levam para uma história promissora e Omar vai avançando sobre vidas, casas, areias. Passei ao segundo capítulo. Outra história continuava ali com outros personagens. Pensei: mais pra frente se encontrarão com os primeiros e vejamos.

Encruzilhadas da vida os farão reencontrar no futuro. Pensando assim, insisti na continuidade e parti otimista para o terceiro e quarto capítulos, sempre nomeados. Mas nada de reencontros...
De repente, incômodo. História confusa esta... os caminhos não se cruzam. Recomeço. No segundo momento, a ficha caiu. Não era o esperado: castração. Percebo que não era um romance. Os personagens não voltaram e as histórias eram muitas.

Eram contos avulsos e eu insistia em continuar esperando os personagens desde o primeiro tempo. Ri da minha atitude autoritária. De repente, entendi. Eu queria que cada conto se tornasse um livro.

Queria continuar na companhia dos personagens por mais tempo. Agarrei, não aceitando a separação. Mas a relações são assim, sempre faltosas e incompletas. Sendo psicanalista, deveria saber. Aceitei então cada final, embora quisesse mais a cada capítulo.

Conformei-me. Li do jeito certo: início, meio e fim. Era o que era.

Abriu-se a beleza da escrita com cores mais fortes e a sensação de que as ideias e os contos brotavam com a naturalidade da imaginação de uma mente criativa, divertida e poética. Beleza pura!

Fragmentos de vidas, oferecidos com generosidade de uma escrita estética e mente singular. Cenas vívidas, descritas com outras palavras. A beleza do conto no ponto basta. E o recomeço do novo. A brevidade do tempo passado com cada caso, cada personagem, nos causa, curiosos, o desejo de mais.

E cada final nos relança o desejo de seguir. O equívoco fez-se grata surpresa. Trouxe-me múltiplos contos em belas palavras, bem-arranjadas, nas quais se descreve cenas fortes com palavras que nos levam a cenas sem nomes comuns.

De-mais é ler Omar. Como disse o autor, Omar é seu, é meu, é nosso. E nosso mundo literário ganha mais um filho!

Omar foi editado pelo próprio autor em 2018, com design e produção gráfica de Paulo Schmidt, e imagem da contracapa de Francisco Magalhães. Orelha escrita belissimamente por Lúcia Castello Branco, e igualmente bela a apresentação de Marcela Dantés. Tudo no capricho.

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