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Estado de Minas COLUNA

Bala de prata para salvar o país: quais os focos a serem atacados

Sabemos que o caminho mais rápido para resolver vários problemas é investir em infraestrutura. Aumenta-se não apenas a capacidade de ofertar tais serviços, mas também a produtividade'


postado em 14/07/2020 04:00 / atualizado em 14/07/2020 07:54

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 
Em que pese a reforma de 2019, a crise da Previdência dos servidores atingiu um ponto crítico e vai piorar no curto prazo. O corte dos investimentos cuidou de uma parte. Mas ainda sobrou muito déficit.
 
Na União, o buraco final em 2014-19 foi de R$ 620 bilhões, basicamente financiado por moeda. Nos estados, a mesma conta é de R$ 103 bilhões, e o ônus ficou com os fornecedores e outros que deixaram de receber sua parte. Estados não emitem nem foram autorizados a se endividar. Somando os municípios, a conta total é comparável à deste ano com a pandemia.
 
O que a equipe econômica precisa entender é que a despesa da Previdência é garantida por cláusulas pétreas da Constituição e nunca poderá faltar dinheiro para pagá-la. A melhor saída então é o equacionamento do déficit atuarial dos RPPS, ainda que às custas do aporte de bens e direitos futuros. Fora do conceito de receita corrente líquida, estas são receitas que, além do mais, reduzem o limite do gasto possível de pessoal. Fora dele, os entes serão chamados para o ajuste.
 
Assim, cabe zerar os déficits anuais dos RPPS e equacionar a liquidação dos atrasados, caso em que a União assumirá o ônus de refinanciá-los, por mera isonomia ao que ela fez para si própria emitindo moeda maciçamente em 2014-19. A falta do primeiro adiciona mais gasolina na fogueira do segundo, enquanto a falta da solução para este levará a uma grande quebradeira antes mesmo de se olhar para a COVID-19. Não se trata de assumir o déficit dos estados, mas sim de viabilizar e coordenar seu refinanciamento.
 
A outra grande crise por que o Brasil passa (e com a primeira está interligada) é na infraestrutura. Sabemos que o caminho mais rápido para resolver vários problemas é investir em infraestrutura. Aumenta-se não apenas a capacidade de ofertar tais serviços, mas também a produtividade. E já se provou que, quanto maiores forem o estoque e a qualidade da infraestrutura, tanto maior será o PIB per capita e menor a desigualdade de renda.
 
De 1980 para cá, a razão investimento/PIB do setor de infraestrutura caiu 64%, de 5% para apenas 1,8% do PIB. Em parte, isso se deve à brutal e já referida queda dos investimentos públicos. O resto tem a ver com as dificuldades que criamos para os investimentos privados prosperarem. A área de concessões privadas (especialmente rodovias) está travada por uma série de problemas acumulados nos últimos anos: queda imprevista do PIB, viés antiprivado das autoridades da área, populismo etc.
 
No tocante aos 60 projetos de concessões de rodovias da União e do estado de São Paulo, a serem agora reequilibrados por conta da COVID-19, é preciso fazer um acordo com os órgãos de fiscalização e controle e com os poderes concedentes para resolver pendências. O mais importante é adotar todas as providências capazes de acelerar os investimentos viáveis de realizar num curto espaço de tempo, optando por extensão de prazo em vez de relicitações, mais complexas e demoradas. Estimo que daria para investir R$ 44 bilhões já.
 
Deve-se adicionar a forte demanda sobre os escassos recursos das agências de fomento regionais, e o potencial que estas têm de mobilizar recursos como os das reservas técnicas dos fundos de previdência, já constituídos e com ativos financeiros totais ao redor de R$ 165 bilhões, hoje carentes da remuneração compatível com altas demandas de rentabilidade nos respectivos RPPS. E lembro também sua grande capacidade de identificar oportunidades e de estruturar operações de crédito, a fim de complementar o esforço para os recursos chegarem ao máximo de empresas, contribuindo para a expansão da oferta de produtos e o aumento da produtividade geral.
 
A bala de prata é então a seguinte:
1 – Equacionar os passivos atuariais dos RPPS para valer, com a adoção de novas regras, maiores contribuições de ativos, aposentados e pensionistas, e o aporte maciço de ativos reais e financeiros, cabendo o apoio da União aos entes subnacionais na monetização destes, a fim de liberar espaço orçamentário para os investimentos.
 
2 – Fazer um grande acerto de pendências recentes nos estados, incluindo o desequilíbrio financeiro que se mostrou após a COVID-19, pela queda da arrecadação e a maiores despesas em saúde, emitindo moeda e redirecionando recursos para esses entes via bancos oficiais, por isonomia ao tratamento favorecido que a União se deu.
 
3 – Envolvimento das agências de fomento estaduais no equacionamento da Previdência especialmente de grupos de municípios, viabilizando e ampliando o aumento do investimento em infraestrutura – especialmente o privado –, mediante o redirecionamento das reservas técnicas dos fundos RPPS, hoje sub-remuneradas e inviabilizando o pagamento de benefícios futuros dos inscritos em planos capitalizados.
 
4 – Para a crise de concessões de rodovias, resolver pendências e investir o mais rápido possível via extensão de prazo e adiamento de relicitações, além de considerar potenciais investimentos em outros segmentos como portos/aeroportos/saneamento, entre outros.
 
 

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