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Estado de Minas Comportamento

Ser o que é


13/06/2021 04:00 - atualizado 13/06/2021 10:27


Maria propôs a um grupo a discussão sobre o conceito de minoria. A princípio, pode parecer fácil e simples. “Condição do que é numericamente inferior a outro”, “grupo de pessoas que, de algum modo e em algum setor das relações sociais, se encontra em situação de dependência ou desvantagem em relação a um outro grupo majoritário, ambos integrando uma sociedade mais ampla”.

Ela estava aborrecida porque pessoas que se diziam defensoras das minorias não eram capazes de enxergar que existem as que vão muito além das sociais. Você também, muito provavelmente, quando escuta falar em minorias, pensa nos poucos representados, principalmente nas esferas da dominação. Muitas vezes, são mais numerosas, mas o fato de estar abaixo de determinada linha divisória de poder ficam amassagadas e sem voz. Pobres, negros, LGBT, portadores de deficiência, indígenas, moradores de rua.

Maria se revolta com o fato de que algumas pessoas de sua convivência se incomodam com o jeito de ela ser e insistem em mudá-la. É introspectiva, e com o passar do tempo tende a se recolher em um canto onde prefere não ser incomodada, o que muitas vezes faz com que seja tachada de depressiva sem de fato o ser. Longe de ser tímida, tem ótimas tiradas típicas de quem conecta com facilidade tudo o que ocorre ao seu redor.

Cita pessoas que estão sempre tentando corrigi-la, ou melhor, mostrar-lhe como seria melhor se ela se comportar. “Eu também sou uma minoria. Uma minoria de um entre minhas amigas.” Isso tudo porque prefere processar bastante seus problemas internamente e dividi-los com poucos em momentos oportunos, que costumam demorar muito a chegar, quando chegam.

O que causa tristeza é que em troca, frequentemente, recebe muitas críticas em forma de cobranças, o que tende a isolá-la e encasulá-la ainda mais. “Quem gosta de ser metralhada sempre porque não quer se encontrar, não quer conversar e demora a responder às mensagens?” Sua maior crítica se dirige àqueles que demonstram preocupação com ela de forma agressiva.

Amigos muitas vezes acham que têm o direito de ser invasivos, pois acreditam que o que comprova a amizade verdadeira é exatamente a intimidade em seu mais alto grau. Conhecer o outro profundamente, estar bem informado sobre seus pensamentos, planos e passos, ser o primeiro a tomar conhecimento de suas vitórias e fracassos, na saúde e na doença, costumam definir as afeições verdadeiras.

Sendo que muitas vezes ser amigo de fato é saber esperar o tempo do outro, por mais que pareça longo, estando sempre atento para perceber a necessidade e a hora certa de interferir em sua vida. Isso não deveria ser feito pelas minorias, mas por todos. 

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