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Sabendo de minha dedicação a trabalhos voluntários, muitas pessoas me contam que gostariam muito de fazer alguma coisa nesta seara. Mas não sabem como, por onde começar e muito menos o que fazer. Uns têm tempo para dispor, outros recursos materiais, alguns os dois. Mas por onde começar?
Neste momento de reclusão tem-se percebido que um número enorme de pessoas não se pode se dar ao luxo de atender ao apelo #fiqueemcasa, seja porque não tem casa ou, se têm, não cabem todos lá dentro ao mesmo tempo, tanto no sentido físico como no simbólico. Outros precisam sair porque não há como fugir do trabalho, mesmo que este seja pedir algo no sinal de trânsito. Fato é que a necessidade do lado de fora das casas é gritante, assim como, mesmo que mais escondida, a necessidade de dentro é ainda maior. De dentro de casa e de dentro da alma.


 
Li certa vez a seguinte frase: “O grande bem de todos é feito nos pequenos sacrifícios de cada um”. Simples assim. Costumamos aplaudir grandes obras, grandes feitos do bem, como os de Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Gandhi e tantos outros e, por suas grandezas, acabamos desanimados diante de nossa pequenez. E não nos iludamos. Eles suaram muito, sofreram muito, abriram mão de muitos prazeres para fazer o que fizeram. E se não conseguimos chegar aos pés deles, não devemos nos envergonhar, porque não precisamos ser como eles, mas podemos ser mais do que temos sido.
Nosso maior problema é que não estamos dispostos a fazer nada que nos tire de nossa zona de conforto e aqui incluo o fato de que não queremos ser vistos como servidores de quem quer que seja. Bem melhor permanecer no papel daquele que nasceu para ser servido. E é exatamente essa visão equivocada que nos paralisa. Aliás, nada mais confortável que permanecer paralisados. Agir é trabalhoso e às vezes chega a doer.
 
Aos que não sabem o que fazer, tenho aqui uma série de dicas. Quantas mensagens você recebeu de pessoas que estão vendendo máscaras feitas por hábeis mãos de costureiras e costureiros que estão contando os centavos para manter suas casas? Se você tem como pagar por uma delas (não incluo aqui as de cristais e as Louis Vuitton), compre e dê a quem não tem nenhuma. Se você não tem recursos para comprar, ajude a divulgar campanhas de arrecadação de alimentos. Ajude a espalhar palavras de esperança, ouça aquele amigo que está doido para conversar.


 
Muito mais que não saber o que fazer, temos preguiça de pensar no que podemos fazer. A todo instante nos são apresentadas oportunidades de fazer algo simples por alguém, mas o simples não tem glamour. Talvez seja hora de aprendermos que o trabalho silencioso alimenta mais a alma que qualquer fotografia no Insta do instante em que dedicamos algo ao outro. Porque a gratidão da qual temos mais sede não é a do nosso beneficiado. Se ele entendeu nosso ato não deve ser o que nos importa. Do contrário, quando formos capazes de entender que devemos ser gratos por servir, seremos tão grandes como nossos ídolos do bem. Sim. Isso é possível!