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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Enfim aprenderemos?

Crises afloram nosso pior lado moralista%u2019


postado em 22/03/2020 04:00


 
São irresponsáveis aqueles que optaram em não se isolar em suas casas e continuam a andar pelas ruas como se nada tivesse acontecido. Irresponsáveis não em relação à sua própria vida e saúde, pois delas cada um que sofra as consequências por si, querem adoecer que adoeçam. O que não aceito é o fato de que ignoram o fato de que o direito de ir e vir delas pode contaminar aqueles com os quais se encontra. Esquecem-se de que podem ser transmissores do vírus, por levá-lo daqui para ali, por pegá-lo nas ruas e soltá-los dentro de seus lares, onde vivem outras pessoas responsáveis.
 
Veja aquele sujeito ali com dois carrinhos de supermercado lotados de provisões. Pessoas desse tipo são egoístas e atitudes assim levam ao desabastecimento e à desigualdade. Uns com a despensa cheia e outros sem nada para comer porque os egocêntricos chegaram e arremataram tudo primeiro.
Pensou, fez ou ouviu algum destes comentários nos últimos dias? Muitos não pouparam críticas e julgamentos em relação à atitude dos outros, que, não importa por qual motivo, agiram de forma diferente da recomendada pelas autoridades e especialistas.
 
Nem sequer imaginaram que aquele que se recusou a se trancafiar dentro de casa possa estar correndo daqui para ali para auxiliar muita gente mais vulnerável que ele. E o que encheu o carrinho de supermercado? Pensou na possibilidade de ele estar atendendo ao apelo de um orfanato ou casa de acolhida de carentes que está com as prateleiras vazias desde que esta crise teve início?
“Ah! Desculpe-me, eu não sabia!”, foi a resposta de uma moça depois de ter feito escândalo num supermercado porque determinado senhor colocava no carrinho mais de um pacote de arroz. “Todos os meses ele entrega seis pacotes na creche onde encontrou o filho adotivo”, defendeu o gerente do estabelecimento, que admira o senhor que religiosamente enche o carrinho sem levar nada para consumo próprio.
 
Não sabemos o que move de fato as pessoas a fazer o que fazem. Podemos imaginar muita coisa, criar teorias, mas nos esquecemos de que nem tudo ocorre conforme acreditamos ou faríamos.
Crises como a que vivemos agora afloram nosso pior lado moralista, aquele que julga implacavelmente, mas que esquece de olhar para si mesmo. Quanta gente preocupada com a população mundial, com os velhinhos, crianças e pessoas com baixa imunidade!
 
As crises fazem aflorar a solidariedade que no cotidiano voraz de nossa sociedade não encontra espaço a não ser entre os “tolos “ e “ingênuos”. Agora somos todos bonzinhos, mas a maioria de nós não vê a hora de tudo passar e retomar à vida real. Quem sabe, enfim, desta vez aprenderemos?

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