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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Apenas uma brincadeira

O que se quer é divertir os demais


postado em 20/10/2019 04:00

Quem de nós não tem amigos e parentes que adoram fazer uma piada, uma brincadeira usando como argumento alguém que esteja presente? E como gostamos de rir dos outros! Muitas vezes, fazem isso na tentativa de criar mais intimidade ou mostrar aos demais que já a tem. Fazem gozação em relação ao cabelo, ao corpo, à forma de vestir ou a características de seu comportamento.
 
Piadistas deste tipo costumam nos divertir e fazem falta aos encontros e às festas, pois quem não gosta de dar uma bela gargalhada depois de um duro dia, mesmo que seja às custas da exposição das fraquezas dos outros? Há quem não tendo o dom da improvisação aproveita o momento e engrossa a gozação contando mais e mais histórias e detalhes que possam confirmar todas as suspeitas levantadas, não importa se verdadeiras ou falsas. O que se quer é divertir a si e aos demais e quase nunca medimos as consequências do que falamos.
 
Muitas vezes, observo que uma parcela dessas brincadeiras é na verdade uma forma consciente ou não de agressão. Para quem gosta de analisar o comportamento humano é um prato cheio, principalmente quando se conhece bem os dois lados, o agressor e o agredido.
 
Costumam descredenciar os outros através de gracejos que não raro esbarram nos quesitos em que ainda não foram capazes de desenvolver ou aceitar intimamente. E se recebem uma resposta à altura dizem que estavam apenas brincando e que o problema é que o outro não tem senso de humor.
É bem diferente daquelas piadas em que a própria vítima da gozação confirma e ainda aumenta o conto, o que torna ainda mais verídico até mesmo o que é difícil de se acreditar, sendo muito difícil fazer isso com argumentos que magoam.
 
Brincadeiras podem ser ótimas formas de dissimular uma agressão ou um recado que se deseja passar, mas falta coragem para falar de forma explicita ou não seria de bom tom fazê-lo, não é o que dizemos?
 
Há também quem encontre satisfação em falar de forma sutil o que nem todos são capazes de captar, o que é suficiente para fazer com que o agressor se sinta vingado. Nada como rir internamente da ingenuidade, da posição de tolo e do desconhecimento do outro. Quem de nós de vez em quando não é vítima destas gracinhas, principalmente quando descobrem aquilo que daríamos tudo para enterrar e ser esquecido de uma vez por todas?
 
Coisas que fazem parte de nossa vida e a tornam mais leve, reconheço. Mas poderíamos fazer mais esforço na tentativa de perceber quando realmente seria melhor perder a piada, pois muitas vezes perde-se muito mais que uma amizade e sabemos que isso nunca vale a pena.

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