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Muitos anos de vida

Muitos séculos nos separam, mas parece que a alta tecnologia à nossa disposição está insuficiente%u2019


13/09/2020 04:00







A comunidade científica sempre divulga estudos sobre a longevidade humana, como a lista de supercentenários – pessoas com idades de 110 anos ou mais –, constantemente atualizada pela Universidade de Los Angeles. Segundo pesquisas, mais e mais pessoas atingem os 100 anos, fazendo com que o número de centenários tenha dobrado desde 1995, de 150 mil para 300 mil hoje, devendo aumentar nas próximas décadas.

Estudo da Universidade de Oxford estima em 3,5 milhões o número de pessoas com idades entre 100 anos e mais no mundo em 2050. A expectativa de vida aumenta desde o século 19, mas será que nunca o crescimento vai bater no teto, chegar no limite que o corpo suporta? O físico Stephen Hawking estava em outro – e mais ousado – grupo de estudos. Nada de vida longa, o certo é procurar outro lugar para morar porque o mundo pode ser extinto em 100 anos, por vários motivos, entre eles a criação de vírus geneticamente modificado. Para defender a ideia de colonizar outros planetas, Stephen participou de documentários da BBC mostrando as iniciativas da ciência para levar o homem ao espaço.

Estamos tratando aqui de um tema como se longa vida fosse novidade, mas neste setembro, em que a Igreja celebra o mês da Bíblia, basta ir nos primeiros capítulos do primeiro livro, Gênesis, para encontrar um Noé supercentenário construindo uma gigantesca arca para enfrentar os mares do dilúvio, e Abraão, aos 75, deixando sua cidade rumo a um desconhecido mundo que Deus lhe prometia.

Então? Queremos ser modernos buscando a tecnologia, ou voltamos ao eterno, para a fé que escreve as linhas da sagrada escritura? Muitos séculos nos separam, mas parece que a alta tecnologia à nossa disposição está insuficiente, queremos de volta aquela parte do passado que dava 930 anos a Adão, 969 para Matusalém.

Por que os homens de Gênesis viveram tanto? – as pessoas me perguntam. Há várias teorias, como a de que os números estariam em décimos ou os anos não teriam 365 dias. Mas muitos estudiosos acreditam que a longevidade seria uma forma alegórica para dizer que aquela foi uma pessoa importante, de grande relevância – viver bastante era um sinal de bênção. De qualquer forma, melhor seria deixar os números e pensar no “como”. Viver como é mais importante que viver quanto.

Fazer como Abraão. Na primavera da vida, teve o desejo de juventude recusado e não conseguiu ser pai. Na velhice, acreditou na esperança mesmo quando ela se mostrou absurda. “Tua descendência será tão numerosa como as estrelas do céu”, prometeu o Senhor a um Abraão de 100 anos. E Abraão tem dois filhos: Ismael (surgimento do povo árabe) e Isaac (surgimento do povo judeu). Uma descendência como o pó da terra, “se for possível contar o pó da terra”.

Abraão é aquele que não nos deixou lamentos, e tem passagens tão singelas quanto exuberantes como esta: ele está assentado à entrada da tenda, junto aos carvalhos de Mambré, no maior calor do dia, quando recebe a visita de três homens e imediatamente se coloca de pé reconhecendo o Senhor – é Deus entrando no descanso de Abraão. Os hóspedes inesperados são convidados a permanecer. A consciência do divino em sua tenda faz Abraão “correr”, a fim de que Deus não passe de sua presença.

Ele tem pouco a oferecer. Pensa no que é mais prático. Primeiro a água, para lavar os pés e descansar na proteção das árvores. Segundo, a oferta de um pouco de comida. Quem não tem em casa um pouco de trigo, um bocado de pão? Abraão se esforça na acolhida e as coisas melhoram. A mesa é posta, a comida é servida no assoalho do chão.  Pão, carne, coalhada, leite. E a visita acaba, entre outras coisas, na promessa do filho para Sara.

Abraão viveu no “quanto” e no “como” intensamente, mostrando o que é ter esperança. É neste patriarca que se encerra o capítulo de hoje. É com ele que aprendemos como receber Deus quando Ele nos visita. No calor do meio dia, na hora mais escura que cobre o caminho, no meio do pranto, no ama- nhecer. Precisamos estar preparados para assar o pão e servir leite e coalhada.

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