Jornal Estado de Minas

O FATO EM FOCO

Pastor da Igreja Batista Getsêmani acolheu condenados por crimes hediondos

Faltando poucos dias para a entrada do ano novo, e em clima de Natal, o pastor Jorge Linhares, da Igreja Batista Getsêmani, fala sobre a força do perdão e o recomeço.

Em entrevista a O Fato em Foco, o líder religioso da igreja onde foram recebidos vários ex-presidiários, que cumpriram pena por crimes classificados como hediondos, faz uma reflexão sobre a importância do perdão na vida de vítimas e agressores, e dos parentes de pessoas que foram feridas ou perderam a vida pelas mãos de criminosos.





Entre os ex-presidiários que receberam a oportunidade de trabalhar na congregação, ou com parceiros da igreja, figuram nomes como os de Amantino severo dos Santos, ex-policial civil, que cumpriu pena após ter sido condenado como integrante do Esquadrão do Torniquete. Segundo o MP, um grupo de extermínio voltado a matar criminosos, e fazer justiça com as próprias mãos.  Amantino foi um dos quatro homens acusados pelas execuções, além de outro policial, o militar Jaime da Silva Matos, e de dois taxistas: Wanderley Almeida Soares e Joaquim Coura.  O caso foi na década de 90. Amantino foi solto no início dos anos 2000.

Outro acolhido foi Milton Rosa, o Popó: um dos presos que participou de rebelião na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem, também nos anos 90. Os criminosos fizeram reféns. Mataram um, e acabaram fugindo para o interior do estado de Minas, levando apenas um coronel da PM, que trocou de lugar com a esposa, também militar, e foi levado pelos bandidos na fuga como garantia de vida.  Após dias de cerco e negociação, Popó foi recapturado e condenado por mais um crime, a participação no sequestro do policial. Depois de cumprir a pena, Milton Rosa conseguiu emprego na Igreja Batista Getsêmani, com o tempo  passou a evangelizar também.

Jorge Linhares fala ainda sobre Guilherme de Pádua Thomaz, ex-ator, que foi condenado pelo  assassinato, em 1992,  da atriz  Daniela Perez, com quem  contracenava em uma novela. O crime foi cometido com a ajuda de sua ex-esposa Paula Nogueira Peixoto. Depois de solto Guilherme de Pádua se tornou pastor de uma igreja parceira, também Batista.

O pastor evangélico ainda fala sobre os assassinos da menina Mírian Brandão, que teve o corpo queimado pelos assassinos, quando ela tinha apenas 5 anos. Um dos irmãos condenados pelo crime foi acolhido pela igreja evangélica e se tornou pastor.

Como perdoar? O perdão para os agressores, pode fazer diferença na vida dos parentes de vítimas e dos ex-presidiários? Confira na entrevista . Comente, compartilhe!