Jornal Estado de Minas

MUNDO STARTUP

Emerge impulsiona startups científicas



Você já ouviu falar nas “deeptechs”? São startups baseadas em investigação científica na busca por tratamentos de doenças crônicas e incuráveis, soluções para a crise ambiental, produção de alimentos, mobilidade e outras questões. Segundo previsões da Boston Consulting Group (BCG), este mercado pode atrair de R$ 695 bilhões a R$ 993 bilhões em investimentos até 2025. 




 
O Brasil é um dos países que tem maior potencial neste mercado, graças à sua força econômica, ao tamanho de mercado e à produção e infraestrutura científica. A Emerge, fundada pelos mineiros Daniel Pimentel e Lucas Delgado, impulsiona as deeptechs brasileiras. A empresa já capacitou milhares de cientistas nos principais centros de pesquisa e universidades do país, como USP, Unicamp, UFMG, UFRJ, PUCRS, além de estruturar projetos com grandes empresas como Natura, Grupo Boticário, Ambev, Eurofarma, Ache, Braskem. 
 
“Dado os grandes desafios que enfrentamos na atualidade, é evidente a necessidade de ciência, tecnologia e inovação para solucioná-los. Isso tem gerado a corrida em diversos países tendo em vista que resolver estes desafios também proporciona a criação de novos mercados. Dessa forma, as deeptechs têm um papel essencial e têm crescido a atenção para essa agenda no Brasil e no mundo”, explicou Daniel Pimentel, co-fundador da Emerge. 

Inovação e Políticas Públicas

O Estado é fundamental para a promoção do desenvolvimento econômico a partir de ciência e tecnologia, seja conferindo segurança jurídica para que os negócios possam prosperar com previsibilidade, como também promovendo políticas públicas como investimento em universidades, empresas e ambientes de inovação. Há diversos instrumentos utilizados pelo poder público para o estímulo às startups científicas como incentivos fiscais, subvenções, encomendas tecnológicas. 





Segundo Daniel Pimentel, hoje há políticas no Brasil em diversas instâncias para a promoção de deeptechs, desde o governo federal com políticas implementadas pela FINEP, BNDES, CNPq e EMBRAPII, até aquelas implementadas pelas Fundações de Amparo Estaduais como FAPESP, FAPEMIG, FAPERGS e FAPERJ em que estimulam cientistas a transferirem tecnologias e empreenderem a partir do conhecimento.

“Quanto às universidades, essas são essenciais para a geração de deeptechs na medida em que startups baseadas em ciência demandam de conhecimento e este é em grande parte desenvolvido em laboratórios de pesquisa acadêmicos. As universidades brasileiras têm se mobilizado de forma relevante em torno dessa agenda implementando suas respectivas políticas de inovação, propriedade intelectual e transferência de tecnologia”, enfatizou Daniel Pimentel.

O dado mais recente de 2018 do FORMICT apresenta que as universidades brasileiras celebraram mais de R$ 1,5 bilhão em contratos de tecnologia e meio bilhão em royalties.

Cientistas, os empreendedores do século XXI

Para os fundadores da Emerge, há um desafio de acesso à capital dado a intensidade de recursos necessários para provar e escalar uma tecnologia baseada em ciência, mas principalmente o desafio de estruturar essa tecnologia e desenvolver uma estratégia de entrada de mercado destes produtos. 





“Por isso, recomendamos que cientistas se unam a profissionais de mercado para, de forma complementar, desenvolver novas soluções”, explicou Daniel Pimentel. 

Os cientistas que querem inovar devem buscar problemas reais da sociedade e analisar a partir das suas competências como podem contribuir para a solução. Antes mesmo de ir para o laboratório realizar experimentos, é relevante aprofundar no problema e analisar se a proposta de produto ou tecnologia tem potencial de proporcionar diferenciais que são valorizados pelo mercado alvo.

Já para as empresas, a inovação tem se tornado cada vez mais palavra de ordem para se manter competitiva no mercado. Há cientistas e empreendedores desenvolvendo soluções que podem alterar completamente a dinâmica de atuação do mercado atual das empresas. 

“Logo, se antecipar e trazer para dentro da empresa as inovações que têm sido desenvolvidas pelas mentes mais brilhantes seja nas universidades ou em startups deep techs pode gerar resultados relevantes. As empresas possuem grande vantagem para inovar na medida que conhecem o mercado, possuem capital, força de vendas, conhecimento técnico e tantas outras capacidades para serem plataformas de desenvolvimento de novas soluções”, enfatizou Daniel Pimentel.




Primeiro festival de inovação em ciência

Nos dias 8 e 9 de novembro a Emerge irá realizar a primeira edição do “Deep Tech Summit”, um festival de inovação que acontecerá no STATE Innovation Center e reunirá os principais players do mercado de inovação para discutir as tendências e desafios no campo das deeptechs.

O evento reunirá mais de 500 profissionais de inovação, diretores de empresas e organizações, entusiastas e especialistas do setor, além de veículos de imprensa, oferecendo uma oportunidade excepcional de compartilhar seu conhecimento e impactar positivamente a agenda da inovação.

As inscrições para o evento podem ser feitas aqui