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Minas prepara teste de projeto inédito que une energia solar e lavoura

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Está em fase final para pedido de aprovação da Cemig e da Aneel sistema tecnológico inédito no Brasil que alia a geração de energia solar fotovoltaica à produção de alimentos em Minas Gerais. O projeto envolve o Instituto Fraunhofer, organização europeia que desenvolve pesquisa aplica para o desenvolvimento econômico, e a Epamig. A empresa de pesquisa agropecuária do estado está encarregada de instalar unidades-piloto para cultivar alimentos no mesmo local em que a energia for produzida e, para isso, terão de ser definidas as melhores culturas para o consórcio com as placas solares fotovoltaicas.





A expectativa do diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazildo de Paula, é de que a proposta siga nos próximos dias para obter sinal verde da agência reguladora do setor elétrico. O projeto replicará experiências bem-sucedias em países como Alemanha, China, França, Estados Unidos, Holanda e Japão.

Entre os benefícios desse casamento de energia solar com lavoura, bem-vinda proposta num momento de nova crise hídrica num país já sacrificado pelos efeitos da pandemia de COVID-19 sobre a economia, está o que os especialistas chamam de microclima adequado para o crescimento das plantas. Essas culturas são favorecidas pela sombra que os painéis solares fotovoltaicos deixam. Sob esse abrigo, é reduzido o processo de evapotranspiração, iniciativa capaz de dar sustentabilidade à produção.

Com o aguardado aval da Aneel, a Epamig deve testar o consórcio de energia solar e produção agrícola em seis campos experimentais nos municípios de Jaiba, Nova Porteirinha e Leme do Prado, no Norte do estado; em Prudente de Morais, no Centro-oeste; Patrocínio, no Alto Paranaíba; e São João del-Rei, na região Central de Minas. O projeto é demonstração de um potencial ainda desperdiçado dessa fonte alternativa de energia num Brasil que enfrenta o perigo dos apagões de energia e pago caro pelo insumo.





Difícil compreender como as crises cíclicas na economia não tenham servido até hoje para que os governos aprendessem a evitar riscos conhecidos e vividos por mais de uma vez e nem sequer tomassem atitude sobre problemas que se tornaram recorrentes. Caso típico é o da pressão das estiagens prolongadas sobre a geração de energia das usinas hidrelétricas, quando as possibilidades para produção de fontes alternativas, a exemplo da solar e da eólica, continuam caminhando sem a visibilidade e a atenção que deveriam receber do poder público.

A despeito de iniciativas importantes e do volume de empreendimentos que já batizaram Minas Gerais de “Califórnia brasileira” – o estado da fronteira Oeste dos Estados Unidos considerado referência em política de desenvolvimento da energia solar – essa fonte é responsável, no Brasil, por apenas 1% da oferta do insumo, segundo o Balanço Energético Nacional, elaborado e divulgado pela EPE, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

O insumo obtido por meio da força dos ventos tem maior participação, de 8,6%, mas ainda assim bem distante da parcela de 64,9% bancada pelas máquinas hidráulicas. Recente mapeamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) indicou Minas na liderança do ranking de estados com maior potência instalada de energia solar na geração distribuída, aquela em que são usados geradores de pequeno porte próximos do local de consumo, como residências e shopping centers.





Com 862,9 megawatts em operação em residências, no comércio, nas indústrias, prédios públicos e propriedades rurais, Minas detém 18,5% do parque brasileiro de energia solar distribuída. Há estimativas de que mais de 103,7 mil consumidores usem a fonte renovável. Entre o alerta emitido na semana passada pelo ONS sobre o rebaixamento dos reservatórios, a operação abafa temores de apagões e as medidas já adotadas pelo governo federal para elevar a geração da energia das térmicas, ficou apenas uma certeza, a de que o consumidor é que pagará de novo a conta da falta de políticas por uma matriz energética mais eficaz.

Crédito

O BDMG lançou linhas de crédito especiais destinadas a projetos de autoconsumo ou de geração de energias renováveis no estado, a exemplo das usinas solares. As liberações serão concedidas tanto para empreendimentos de pequeno porte quanto para grandes empresas. De acordo com a instituição financeira, o objetivo é estimular, principalmente, os sistemas fotovoltaicos.

Expansão

840 é o número de municípios onde já há geração de energia solar fotovoltaica na geração 
distribuída em Minas Gerais

audima