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Frutas mineiras mostram seu potencial no exterior, a despeito da pandemia

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Nem sempre lembradas entre tantos produtos de expressão na agricultura de Minas Gerais e nas exportações do estado, as frutas dão seguidas provas de seu potencial para firmar Minas na condição de grande fornecedor e exportador.



Falta estímulo à produção e apoio no desenvolvimento de negócios nos mercados interno e no exterior. Seriam estratégias capazes de ajudar, inclusive, na recuperação da economia, afetada como a do Brasil pelos duros efeitos da COVID-19 sem controle.

A despeito da crise econômica que foi agravada pelo impacto da doença respiratória, parceiros tradicionais do comércio brasileiro e mineiro no mercado internacional mostraram impressionante aumento de demanda pelas frutas frescas e secas entre janeiro e março deste ano. Os embarques nacionais somaram 11,7 mil toneladas no primeiro trimestre, quase 29% mais na comparação com o mesmo período de 2020, e receita de US$ 19,78 milhões.

Quarto exportador de frutas do Brasil, Minas respondeu por pouco menos de 7% do total, com receita de US$ 1,37 milhão, acréscimo de 10% ante o primeiro trimestre de 2020. As compras da Holanda, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Chile explicam a maior parte da boa performance do país, que comemora exportação recorde de manga neste ano.





Embora a participação das frutas seja ainda modesta na pauta de vendas externas do Brasil e de Minas Gerais, não tendo passado de 3% no histórico dos dados, a variação na quantidade exportada foi bem superior à média de 13,87% dos itens agropecuários, medidos em toneladas. O desempenho das exportações de frutas no ano passado é também digno de uma boa análise.

As vendas de Minas cresceram 32,2% ante 2019, somando US$ 5,60 milhões, o equivalente a 6,6% do total do Brasil. A fruticultura mineira espera, neste ano, uma boa safra e sem intempéries, segundo Deny Sanábio, coordenador estadual de fruticultura da Emater-MG.

Não há dúvida de que as exportações são alternativa importante para o setor e muito bem-vindas, principalmente num momento de dificuldades no consumo no Brasil, impactado pela perda de renda das famílias durante a pandemia de COVID-19.





Sanábio diz que ainda é preciso avaliar como a queda de rendimentos das famílias brasileiras afetará o consumo, após o setor ter se beneficiado do aumento da destinação de renda, de 3,5% para 5% do total, às frutas nos últimos 10 anos.

No exterior, os desafios para os fruticultores surgem em duas frentes, como lembra o coordenador da Emater-MG, que implicam vencer as barreiras fitossanitárias e equacionar a alta despesa dos fretes. “Temos que conseguir produzir a um custo que permita entregar a fruta no exterior a um preço competitivo”, afirma.

Experiência positiva e que mostrou a capacidade da produção de bananas do estado foram embarques feitos à Europa, por via aérea, das lavouras da região do Jaíba, no Norte de Minas, cerca de sete anos atrás.



O principal obstáculo é controlar o processo de maturação da fruta após a colheita, garantindo a conservação no transporte até o destino final. Crédito e acesso à tecnologia são fatores tanto essenciais quanto o apoio aos fruticultores.

No ano passado, as vendas externas de limão do município de Jaíba puxaram os embarques do estado, seguidos de melões e melancias e mamão papaia de Lassance, no Norte do estado; tâmaras, figos, abacaxi e abacate, manga e mangostões de Rio Paranaíba.

Destacaram-se também as exportações de tâmaras, figos, manga, abacaxi e abacate de Luisburgo, na região de Manhuaçu, na Zona da Mata.

O estado é o quarto produtor de frutas do Brasil. As áreas de produção se estendem por 135 mil hectares em Minas, ofertando de 3,5 milhões a 4 milhões de toneladas por ano. À frente de Minas estão, nesta ordem, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.



Quando se fala em manga do Brasil, o eixo da oferta para exportação se desloca para a região do Vale do São Francisco, no semiárido do Nordeste, responsável por 87% da carga de 212,2 mil toneladas embarcadas pelo país em 2020.

Modesto

7,5 litros é o consumo de suco de frutas por pessoa ao ano no Brasil, volume considerado baixo para um país que é o terceiro produtor do mundo, perdendo para a China e a Índia

Sucesso

O pesquisador João Ricardo Lima, do Observatório da Manga da Embrapa, observou três fatores que ajudam a entender o sucesso da manga brasileira no exterior em 2020. O câmbio favorável é o primeiro deles, que se combina com a queda da produtividade em países produtores concorrentes do Brasil, como a Espanha, e o aumento das compras dos Estados Unidos.
 

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