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Estado de Minas mina$ em foco

Governo comemora reação, enquanto pequenos negócios fecham portas

Recuperação da economia que o ministro Paulo Guedes e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, festejam está distante da realidade vislumbrada por empreendedores individuais, donos de pequenas empresas e trabalhadores por conta própria


postado em 10/07/2020 04:00 / atualizado em 10/07/2020 07:14

Pequeno comércio sofre com a crise em Minas, ao passo que entre os trabalhadores por conta própria, 97 mil posições desapareceram no estado e 25 mil pessoas deixaram de ser empregadores(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press 8/6/20)
Pequeno comércio sofre com a crise em Minas, ao passo que entre os trabalhadores por conta própria, 97 mil posições desapareceram no estado e 25 mil pessoas deixaram de ser empregadores (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press 8/6/20)


Questionamento a ser feito aos batalhadores empreendedores individuais, donos de pequenas empresas e trabalhadores por conta própria país afora é se vislumbram algum sinal de recuperação da economia, como aqueles indicadores que o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estão festejando dentro e fora de seus gabinetes. Mais ainda, se o pior da crise sob os efeitos da COVID-19 já teria passado, como concluem as autoridades de Brasília.
 
Basta acompanhar o noticiário, ouvir o setor, prestar mínima atenção que seja a alguns índices produzidos pelo próprio governo e entidades de representação das empresas para concluir o quanto a percepção oficial está distante da realidade dessa parcela da iniciativa privada. Em Minas Gerais, só no primeiro trimestre do ano, 211 mil ocupações foram destruídas devido ao impacto do novo coronavírus.
 
O universo de desempregados subiu de 1,071 milhão no período de outubro a dezembro de 2019 para 1,283 milhão de janeiro a março. O aumento assusta, ao atingir 19,7%. Entre os trabalhadores por conta própria, 97 mil posições desapareceram desse grupo, hoje de 2,455 milhões, e outras 25 mil pessoas deixaram a condição de empregadores, agora reduzidos a 557 mil.
 
Importante também é lembrar que o esforço desses pequenos empreendimentos movimenta longa cadeia de geração de emprego e renda no país. Dados do Sebrae relativos ao ano passado mostraram que existem mais de 12 milhões de pequenos negócios no país e, desse universo, 8,3 milhões são de microempreendedores individuais.
 
Em Minas, são 1.138.338 microempreendedores individuais (MEI), dos quais 200.483 estabelecidos em Belo Horizonte. Desse universo, 484.955 atuam no setor de prestação de serviços. Há desde cabeleireiros, promotores de vendas a prestadores de serviços de pintura de edifícios em geral, passando por lanchonetes, casas de chá, bares e o comércio de todo tipo de mercadorias.
 
As micro e pequenas empresas respondem por mais de 52% dos empregos mantidos no país. Contudo, reconhecimento por isso é algo que não costuma aparecer no radar dos governos, a não ser em tempos de eleições, embora sobrem problemas para elas. Alguns deles se agravaram durante a pandemia do novo coronavírus: falta e dificuldade de acesso a crédito e a mão de obra qualificada, burocracia estatal que trava bons e promissores projetos, muitas vezes, simples na execução, e com poder de impulsionar gestão, tecnologia, inovação e vendas. Podem, muitas vezes, nem representar demanda significativa de recursos financeiros.
 
Recente pesquisa do Sebrae, já investigando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as micro e pequenas empresas, mostrou que 10,2% dos empreendedores de Minas que buscaram crédito pediram até R$ 5 mil e 70% demandaram até R$ 50 mil. Quase metade deles, o correspondente a 49,8% dos 481 entrevistados entre 29 de maio e 5 de junho, não conseguiu o empréstimo. Outros 29,2% aguardavam resposta no momento em que o levantamento foi feito.
 
O drama não terminou nas portas dos bancos, inclusive os federais, e cooperativas. Por pouco não chegou a um terço o grupo de empreendedores que disseram que poderiam ter evitado o fechamento do negócio, caso houvesse apoio financeiro. Perguntados sobre o que pensam fazer agora, 54,4% disseram que vão procurar emprego e 18,2% pretendem criar um negócio informal. É tudo o que Minas e o país deveriam evitar, mais gente na fila do desemprego e o triste encerramento de uma empresa.
 
A consultoria de serviços financeiros Boa Vista divulgou, esta semana, pesquisa que apurou 28,9% de aumento dos pedidos de falência no país em junho, em sua maior parte apresentados por pequenas empresas. Quem tem motivos para comemorar, a despeito da pandemia, e tem conseguido dar a volta por cima e se manter trabalhando vá em frente, muito justo. Difícil é ver Campos Neto e Guedes festejando aumento de arrecadação de impostos, consumo de energia e uma primeira elevação de vendas do comércio em maio quando os trabalhadores e as pequenas empresas não veem perspectiva de melhora tão cedo.

Escolaridade

Os donos de pequenos negócios com menor escolaridade (até o ensino médio) são os mais afetados pela crise. De acordo com o Sebrae, eles têm mais dificuldade de conduzir a operação de modo virtual  e de implementar ferramentas digitais de venda. Nesse grupo, que tem negócios mais recentes e que faturam menos, 73% estão classificados como MEI.


Vagas fechadas

25%. É o percentual de pequenos negócios que tinham empregados registrados em maio e tiveram de demitir por causa do impacto da pandemia, segundo o Sebrae

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