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Produtores rurais inovam e driblam impacto da COVID-19 na lavoura

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Não parece haver dúvidas de que o agronegócio puxou o fio de esperança numa reação ao caos que colheu a economia brasileira, como também Minas Gerais. Pensar em recuperação após a pandemia remete ao campo e não só àquela grande produção de grãos exportadora. Cerca de 70% da oferta de alimentos no país sai das lavouras de pequenas propriedades rurais e elas movimentam uma cadeia de fornecimento e distribuição ao mercado de consumo.



Com as dificuldades de sempre para retirar os frutos da terra e melhorar a criação de animais, os produtores rurais voltam a surpreender, e buscam saídas na inovação digital para continuar tendo acesso a informações e tecnologia, para, assim, contornar os efeitos da pandemia. As startups do agronegócio, as agritechs, têm atuado como termômetro dessa transformação.

Criada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a startup Atomic Agro tem hoje quatro vezes mais produtores cadastrados em um dos seus aplicativos que estão sendo oferecidos de forma gratuita numa espécie de empreitada para dar assistência ao setor. Bruno Matozo, principal executivo da empresa, conta que de universo total superior a 9 mil cadastrados, cerca de 5 mil chegaram nos últimos quatro meses.

A plataforma digital conecta informações, demandas de produtores de vários estados a uma rede colaborativa de proprietários rurais, prestando serviços de análises e soluções envolvendo agricultura de precisão. “Percebemos que os produtores vêm buscando soluções digitais porque todos os canais se fecharam. Eles não podem receber as visitas de fornecedores e representantes de revendas na fazenda e a loja onde compram insumos está fechada. Mas eles enfrentam o desafio”, afirma.



As necessidades dos produtores que se cadastram no aplicativo, sejam relacionadas à venda da produção, sejam ligadas ao uso de insumos, tratos culturais e crédito disponível, são comparadas e avaliadas aos resultados dos chamados clusters locais do setor. Além de Minas Gerais, a startup atende produtores do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Goiás.

Também de Uberlândia, a startup Sensix oferece monitoramento de plantações por meio de drones e satélites para acompanhamento do desenvolvimento dos cultivos, comparação entre safras e obtenção de melhorais, como aumento de rentabilidade. O serviço ganhou importância em meio aos impactos do avanço do novo coronavírus sobre a economia.

As duas startups fazem parte de uma campanha lançada em abril deste ano pela multinacional alemã Bayer, em parceria com o banco de cooperativas de crédito Sicredi e o centro de inovação AgTech Garage, de Piracicaba (SP). Para a iniciativa batizada de “Desafio COVID-19: Soluções digitais para o agronegócio” foram selecionadas 20 startups do agronegócio, entre 78 empresas que se inscreveram.



O acesso gratuito aos aplicativos é feito na plataforma digital Orbia, da qual a Bayer é acionista. Junto às empresas que oferecem tecnologia para desenvolvimento das lavouras, estão ainda opções de serviços relacionadas à comercialização de produtos, incluindo cotação on-line e contratação de fretes.

Com a grande procura, a campanha foi estendida até dia 30. Previsto para durar dois meses, até meados de junho, o projeto já conta mais de 8 mil acessos às ferramentas das startups selecionadas. Novas campanhas envolvendo o chamado ecossistema de startups com tecnologia inovadora devem ser avaliados, segundo Dirceu Ferreira Junior, diretor do Centro de Expertise em Agricultura Tropical da Bayer. As startups reúnem dois valores importantes para o agronegócio e que se tornam essenciais em momentos de crise: seu potencial de inovar e agilidade para atender os produtores rurais. Estima-se que o Brasil já tenha cerca de 300 agritechs.

Bananicultura

R$ 100 milhões
É a estimativa de recursos que serão movimentados, este ano, na cadeia produtiva da banana em Delfinópolis, segundo maior produtor da fruta em Minas

Pecuária

Pesquisa realizada pela empresa Ideagri, especializada em sistemas informatizados de gestão rural, mostrou que em fazendas de leite no Brasil, 73,5% dos produtores e técnicos não sentiram ou sentiram leve queda de receita. Em relação às despesas do negócio, 76,2% não notaram ou notaram pequeno aumento frente ao previsto desde o início do isolamento social.

Oxigênio

A fabricante brasileira IBG – Indústria Brasileira de Gases fornecerá oxigênio para o hospital de campanha do município de Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Há cerca de 10 anos, a empresa opera filial com estação de enchimento em Uberlândia, no Triângulo. Para atender à demanda em Minas, a IBG recorrerá à unidade de produção na matriz de Jundiaí (SP).