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Estado de Minas MINA$ EM FOCO

Crise da cerveja põe em xeque a boa qualidade de produtos artesanais do estado

Investigação e punição nos casos da síndrome nefroneural são essenciais para o avanço do controle e da segurança alimentar. Isso vale para qualquer que seja o processo produtivo, aquele predominantemente artesanal ou o industrializado em escala, e para toda mercadoria levada ao consumo


postado em 17/01/2020 06:00 / atualizado em 17/01/2020 09:02

Não sem esforço, dedicação e investimentos, produtores do estado desenvolveram polos premiados de fabricação de queijos, cafés especiais, cachaça, frutas, mel e cervejas(foto: Victor Schwaner/Divulgação %u2013 23/7/19)
Não sem esforço, dedicação e investimentos, produtores do estado desenvolveram polos premiados de fabricação de queijos, cafés especiais, cachaça, frutas, mel e cervejas (foto: Victor Schwaner/Divulgação %u2013 23/7/19)
Nos tribunais forjadas nas redes sociais, repletos de prejulgamentos e condenações ditados sem conhecimento e, com frequência, baseados no senso comum, os produtos artesanais são colocados em xeque. É como um movimento de manada a cada áudio, vídeo ou mensagem de texto que se dão o direito de comentar o rumo das investigações sobre os casos da síndrome nefroneural por intoxicação em Minas Gerais e a ocorrência da substância dietilenoglicol em garrafas de cervejas da Backer.

Num dos áudios mais impressionantes, a voz de uma mulher, que não se identifica, algo comum na web, leva o ouvinte a concluir que se trata de fiscal da vigilância sanitária – aparentemente com toda a propriedade que o cargo lhe confere. A recomendação chega ao final das considerações: “Não consuma produtos artesanais”.

Investigação e punição, uma vez comprovada a causa das intoxicações e de mortes inaceitáveis, são essenciais, inclusive, para o avanço do controle e da segurança alimentar. Isso vale para qualquer que seja o processo produtivo, aquele predominantemente artesanal ou o industrializado em escala, e para toda mercadoria levada ao mercado de consumo. Sentenciar os produtos artesanais, como as redes sociais têm feito, significa derrubar segmentos tão promissores da economia como também geradores de emprego e renda, num momento importante para Minas nessa área.

Não é sem esforço, dedicação e investimentos que produtores do estado de queijos artesanais de leite cru, cafés especiais, cachaça, frutas e hortaliças, mel, além de cervejas, desenvolveram polos produtivos com marcas hoje premiadas dentro do Brasil e no exterior. João Cruz Reis Filho, diretor técnico do Sebrae Minas, que presta assistência a vários grupos de produtores, lembra que, em geral, ao se estruturar, eles seguem uma série de regras e muitos passam por processos de fiscalização municipal e diferentes instâncias de inspeção.

“Têm surgido vários consórcios intermunicipais de inspeção, e que prestam serviços subsidiando o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)  e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para garantir a qualidade e a segurança alimentar desses produtos”, afirma. A própria valorização da gastronomia de Minas estimulou a produção artesanal, que vem se estruturando para atender o consumidor interessado na origem dos alimentos que consome e nos processos de fabricação.

Essa tem sido uma tendência observada no mundo, como destaca Reis Filho. A demanda mais exigente e ligada às origens do produto também tem levado os fabricantes ao reconhecimento em escala maior e aqueles que vão para o consumo formalizam o negócio. “É o reconhecimento de um conjunto de produtos com o valor não apenas da fabricação artesanal, como cultural e econômico”, analisa o diretor do Sebrae.

Eles carregam a identidade do mineiro, têm raízes fincadas no território no qual nasceram e se firmaram. Os cafés especiais de Minas – a cultura ocupa áreas de cerca de 400 municípios mineiros – e do Brasil são exemplo de uma carreira bem-sucedida. O consumo da bebida tem crescido 15% ao ano e o estado pode se orgulhar de deter quatro grandes regiões produtoras de grãos com qualidade excepcional: Cerrado, Sul de Minas, Chapada e Matas de Minas.

Nada se compara a ‘beber na fonte’, como diz Reis Filho, das informações sobre o crescimento da produção artesanal de Minas, conhecendo os processos de fabricação. O estado disputa com o Rio Grande do Sul o maior número de indicações geográficas (IG), homologadas junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Entre essas ferramentas estão queijo, cafés, cachaça, biscoito e própolis verde, distribuídos nas categorias Indicação de Procedência e Denominação de Origem.
 
 
 
SEM IGUAL

R$2,500 bilhões
Foi a quanto chegou a garantia de preços que os produtores de cafés especiais receberam 
em 2019 por microlote de três sacas de 60 quilos

DESTAQUE
O queijo minas artesanal ganha respeito e conquista espaço na atividade econômica do estado, produzido em sete grandes regiões já reconhecidas: Araxá, Canastra, Serro, Triângulo, Campo das Vertentes, Cerrado e Serra do Salitre.  O IMA tem cadastradas 280 queijarias. Em 2019, produtores de Minas levaram 50 medalhas – entre elas a superouro – no 4º concurso Mondial du Fromage et des Prodits Laitiers, realizado em junho, na cidade de Tours, na França. Participaram da competição 952 queijos de 15 países.


SELO ARTE
Neste momento, está sendo discutida a regulamentação do selo Arte, uma espécie de chancela de produtos de origem animal que poderão ser vendidos em todo o país, sem barreiras, desde que tenham fabricação manual predominante, qualidade e segurança, com o respeito às boas práticas agropecuárias e sanitárias. É uma iniciativa bem-vinda e que chega para fortalecer esse mercado. Produtores de queijo em Minas foram os primeiros no Brasil  a receber o selo, no 
ano passado.

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