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Que nos salve a safra!!!

Só quem acompanha os preços nas prateleiras e tem de responder pelos gastos da família, enquanto evita as cartas de cobrança, percebe, na prática, o peso da inflação


postado em 26/06/2019 04:07 / atualizado em 26/06/2019 10:16

Rápida visita do presidente Jair Bolsonaro a um mercado de Brasília transformou a loja e apoiadores do capitão reformado em celebridades por segundos, sem qualquer conexão com o que realmente importa dentro de um supermercado. A atenção do presidente deveria estar voltada aos preços, à evolução deles e à qualidade dos produtos, quesitos que a dona de casa, a rainha do orçamento doméstico, tem visto com preocupação e desconfiança numa economia fraca. No varejo de Belo Horizonte, o consumidor precisa de quase R$ 35 para comprar 1 quilo de alcatra, dependendo do estabelecimento escolhido, e de pelo menos R$ 14,95 se optar por um corte bovino mais barato, como o acém, segundo pesquisa do site Mercado Mineiro.

O preço do quilo do frango tem variado de R$ 5,69 a R$ 7,98. Eliminando a carne do cardápio, surge a frustração de ver que os preços fora dos açougues também não estão nada convidativos. A couve-flor é encontrada a R$ 6,98 a unidade, custo equivalente ao do quilo do tomate ou do maracujá. É provável que Bolsonaro não tenha dedicado nem sequer alguns minutos do seu tempo empenhado na promoção política para avaliar a situação e aprender a lição dada por essas administradoras do orçamento familiar.

Só quem acompanha a precificação feita pela indústria e o comércio nas prateleiras e tem de responder pelos gastos da família, enquanto evita as cartas de cobrança, percebe, na prática, o peso da inflação. Há aumentos preocupantes, por trás da comportada evolução média dos preços, retratada no IPCA, o indicador oficial do custo de vida no Brasil, que não estão sendo lembrados pelo Ministério da Economia nem têm ganham as manchetes.

O IPCA medido pelo IBGE na Região Metropolitana de BH recuou de 0,42% em abril para 0,21% no mês passado. A variação média nacional do índice diminuiu de 0,57% para 0,13%, em idêntico período. Ainda assim, as remarcações por dentro do índice impressionam, num cenário desfavorável para a renda do trabalho no Brasil. O próprio Banco Central admitiu que a economia parou de reagir, mantendo a taxa básica de juro em 6,5% ao ano.

De janeiro a maio, na mesa das famílias da capital mineira e entorno, uma longa lista de itens de alimentação encareceu, para não falar em despesas com higiene e limpeza e serviços de diversas naturezas. Como justificar reajustes de 55,08% nos preços da cenoura e de 44,98% no custo do morango para o consumidor? Enquanto isso, o IPCA variou 2,16% na Grande BH nos cinco meses analisados.

No conjunto dos preços de hortaliças e verduras, houve alta de 19,27% ainda de janeiro a maio. Os economistas costumam observar que esse grupo de despesas que compõem a pesquisa da inflação tem de ser ponderado porque apresenta alta volatilidade, quer dizer, tem como característica subida veloz de preços, mas também as baixas. Contudo, isso não serve de 'consolo' para as donas de casa.

Outros itens de consumo regular, embora não pesquisados na Região Metropolitana de Belo Horizonte, assustam na média do Brasil quando analisada a evolução dos preços no acumulado do ano até maio. A couve-flor encareceu 19,58%; a laranja-pera ficou 7,65% mais cara e a couve, verdura tradicional na refeição dos mineiros, teve aumento de 16,18% nos preços. O IPCA variou 2,22% na média do país entre janeiro e maio.

Nem mesmo às guerreiras donas de casas resta muito a fazer que não seja substituir os produtos com tamanho fôlego na corrida dos preços e até deixar de comprar. A hora parece ser mesmo a dos produtos da safra. Os manuais de economia ensinam que, se a oferta aumenta, os preços caem e vice-versa. Então, que a safra nos salve nos próximos meses.

Julho, agosto e setembro nos trazem safra de dezenas de hortaliças e verduras. Os três campeões de reajustes na Grande BH – cenoura, morango e couve-flor – mostram farta produção nessa época, além de inhame, laranja-pera, espinafre, mostarda, maçã, lima e caju. Alguns itens que mostram queda de preços de janeiro a maio, a exemplo da versátil mandioca e da tangerina (mexerica), também vão entrar no período favorável de produção. A esperança é que as leis de mercado sejam cumpridas para que o brasileiro tenha algum alívio no bolso.

Desconfiança 50,7 pontos

A intenção de investimentos dos empresários de Minas Gerais é a mais baixa dos últimos 11 meses, de acordo com levantamento feito pela Fiemg em maio.


E o clima?
Pesquisa feita pela CeasaMinas indicou queda de 7,5% na média de preços de maio, frente a abril, do grupo de hortaliças, frutas e ovos oferecidos no  atacado do entreposto de Contagem, na Grande BH. Por meio do site da instituição, Ricardo Martins, chefe da Seção de Informações de Mercado, disse que a redução foi influenciada por volume menor de chuvas e temperaturas amenas. Se o inverno não for rigoroso, a tendência deve se manter.

Cafés especiais
Outra edição de cafés campeões em Minas foi lançada pela rede supermercadista Verdemar. Os agricultores foram premiados no 15º Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés, promovido pela Emater-MG. São sete produtores: Josias Gomes, João Domingos da Silva, José Carlos Grossi, Leandro Castro, Marcelo Ferraz, Horácio Antônio de Moura e José Paulo Borges. Eles atuam nas regiões Sul, Mata e no cerrado.

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