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BRA$IL EM FOCO

Indústria precisa mais do que só um ministério para chamar de seu

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem prometido, em encontro recentes com empresários, reativar o Ministério da Indústria e Comércio, num discurso que soa mais como promessa em ano eleitoral do que intenção efetiva de implementar medidas que permitam às indústrias brasileiras se desenvolverem tecnologicamente, investir em expansão e ganhar competitividade em um mercado mundial mais restritivo. No governo Bolsonaro, a indústria perdeu tração, com a produção caindo 1,1% em 2019, levando outro tombo de 4,5% em 2020, voltando a crescer no ano passado, mas com a alta de 3,9% não recompondo as perdas de anos anteriores. E pior, o país ainda viu gigantes multinacionais encerrarem suas atividades no país, como a norte-americana Ford e japonesa Sony. Não foram as únicas; em 2020, 5,5 mil fábricas encerraram suas atividades em todo o país.





Este ano, a indústria cresce, mas sem conseguir repor as perdas e muito abaixo do potencial do parque industrial brasileiro. Em maio, as fábricas produziram 0,3% a mais em relação a abril deste ano e 0,5% mais do que em maio do ano passado, mas com taxas baixas desde o início do ano, o setor acumula perda de produção de 2,9% em 2022 e de 1,9% em 12 meses. No ano, depois de cair 2,4% em janeiro na comparação com dezembro de 2021, o setor cresceu 0,7% em fevereiro, 0,6% em março e 0,2% em abril, além do pálido avanço em maio. Detalhe: o crescimento é pequeno, mas desde 2020 a indústria não registrava uma sequência positiva de quatro meses. Além disso, 19 dos 25 setores pesquisados fecharam maio com desempenho positivo, o que representa pouco mais de 70% do total.

O crescimento industrial este ano ocorre sem robustez, o que, na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), pode comprometer a continuidade da sequência de variações positivas, por causa das expectativas de desaceleração da economia brasileira neste segundo semestre. O instituto destaca que o desempenho nos últimos meses leva o setor ao nível de produção de dezembro de 2021, mas compensando por pouco o tombo de janeiro. O setor opera ainda 1,1% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, anterior à pandemia de COVID-19. Outro ponto destacado pelo Iedi é o fato de a produção crescer em relação ao mesmo mês do ano passado, primeiro resultado positivo depois de nove meses de quedas na comparação interanual.

No resultado da produção industrial de maio, divulgado esta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destaca que na comparação com o mês anterior as atividades que mais influenciaram o crescimento foram máquinas e equipamentos (7,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%), que voltaram a crescer depois de recuar 3,1% e 4,6% em abril com relação a março. Na outra ponta, indústrias extrativas    (-5,6%) e produtos químicos (-8%) tiveram as maiores baixas. No balanço do mês em relação ao ano anterior, pesou o fato de maio ter um dia a mais em relação a maio do ano passado.





O setor se ressente de políticas específicas e planejamento de longo prazo há vários anos e vem perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB) – era de 33% na década de 1980 para 21% hoje. É preciso lembrar que o setor tem os empregos com salários melhores e setores intensivos em mão de obra. Em maio, por exemplo, as indústrias contribuíram para o aumento dos empregos formais, sendo que as fábricas responderam por 13,4% dos 9,36 milhões de trabalhadores enpregados entre o trimestre de março a maio de 2021 e igual período deste ano. A indústria precisa mais do que de um ministério, de políticas e planejamento de longo prazo.
 
Tecnologia
1 bilhão
de assinaturas deve ser o total de usuários do 5G no mundo até o fim deste ano, segundo o Ericsson Mobility Report
 
5G no aço
Para ampliar as possibilidades e usos dos conceitos de indústria 4.0 e alavancar a automatização, a Gerdau firmou acordo com a Embratel para implantar uma rede privativa dedicada 5G e LTE 4G na usina siderúrgica em Ouro Branco. Pelo projeto desenvolvido pela Embratel, serão instaladas diversas torres com antenas com cobertura de 8,3 milhões de metros quadrados da unidade industrial. O projeto será executado em três fases.
 
Nas vendas
Um levantamento inédito feito pela startup Incentive.me com 80 mil participantes de ações de vendas no setor varejista revelou que 89,7% dos vendedores preferem resgatar recompensas financeiras do que outros prêmios nas ativações realizadas no varejo. A pesquisa, feita entre abril e maio, mostra ainda que campanhas de engajamento com profissionais de canais varejistas são capazes de elevar vendas em 35%.