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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

As feridas econômicas da guerra e a dor após o cessar-fogo

No Brasil, o efeito desse desarranjo das cadeias de suprimentos chega com a economia fragilizada pelos impactos da pandemia e a inflação alta e persistente


10/03/2022 04:00 - atualizado 10/03/2022 07:31

Campo semeado com soja no início do plantio da oleaginosa
No campo, o maior receio é faltar fertilizantes, o que, segundo o Ministério da Agricultura, pode ocorrer já no plantio da próxima safra de soja, em outubro (foto: Marcos Aurélio Sá/Divulgação - 14/5/15)
A guerra é econômica e os ferimentos de guerra serão econômicos. Um observador atento vê que está em curso uma disputa pela hegemonia econômica por trás do conflito na Ucrânia após a invasão do país pelas tropas russas.

O mercado financeiro reage ao sabor dos indicativos. Ontem, com o cenário indicando perspectiva de cessar-fogo no confronto, a partir da negociação direta hoje entre os embaixadores da Ucrânia e da Rússia, na Turquia, as bolsas de valores interromperam a tendência de queda e fecharam em alta em todo o mundo. O dólar recua com maior liquidez da moeda com as sanções à Rússia, taxas de juros atraentes no Brasil e recursos externos que vêm para o país para pagamento das nossas exportações.
 
Mas, no médio prazo, os efeitos dos embargos impostos à economia russa vão se fazer sentir com mais força, mesmo que o desejável cessar-fogo no território ucraniano ocorra. Por trás do movimento das tropas há um desejo dos Estados Unidos de retomar uma hegemonia econômica e militar no globo sem se sentirem ameaçados.

Por um lado, as medidas econômicas fragilizam o principal “inimigo” militar. Hoje, a Rússia tem o maior arsenal nuclear. Com a atividade econômica estrangulada, Putin não terá como investir no aumento do poderio bélico. Apoiar a Ucrânia é a forma de o Ocidente domar as armas da Rússia. Isso, óbvio, se um momento de sandice não levar ao uso das mesmas.
 
Assim que neutralizar o inimigo militar, os Estados Unidos vão retomar os ataques à economia chinesa, iniciados no governo de Donald Trump. Com a China se colocando fora do grupo de aliados que atacam economicamente a Rússia e assumindo o papel de negociadora no conflito em busca de conversações para a paz na Europa.

O líder chinês Xi Jinping já deixou claro estar ao lado da Rússia – não na guerra da Ucrânia – e diante das restrições no mercado norte-americano investiu pesado em mercados emergentes na África e na América do Sul. Só no continente africano, as cifras chegam a US$ 50 bilhões nos últimos anos. E é preciso lembrar que China, ao lado da Rússia, da Índia – que também não aderiu às sanções –, do Brasil e da África do Sul formam o Brics.
 
Na terça-feira, a CIA afirmou que o líder chinês estaria preocupado com o que vê na Ucrânia. Enquanto a chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, a general Laura Richardson, deixou claro como os norte-americanos veem os chineses, a China, “nosso concorrente estratégico a longo prazo, continua sua marcha incansável para expandir a influência econômica, diplomática, tecnológica, de informação e militar na América Latina e no Caribe, e desafia a influência dos Estados Unidos em todos esses âmbitos”, declarou.

Fica clara a posição dos Estados Unidos, que, de um lado, impõem sanções, mas, de outro, podem fortalecer os laços entre Rússia e China, unindo poder econômico e bélico suficiente para se contrapor à América. Mas esses são apenas cenários possíveis diante dos movimentos geopolíticos e econômicos em um ambiente muito turvo ainda.
 
Esse movimento não deve ficar restrito ao conflito bélico na Ucrânia e deve provocar turbulências por mais tempo do que se gostaria. O deslocamento de um dos maiores players do mercado de energia não vai representar calmaria e as perspectivas de que as cadeias de suprimento fossem normalizadas a partir do segundo semestre parecem ter caído por terra.

Preços de petróleo, gás, metais básicos não devem recuar para patamares anteriores à virada do ano. A redução da oferta russa não aponta para o recuo desses preços. No muito, a estabilização nos patamares atuais, os mais altos dos últimos anos.
 
No Brasil, o efeito desse desarranjo adicional das cadeias de suprimentos chega com a economia fragilizada ainda pelos impactos da pandemia e por uma inflação alta e persistente. A perspectiva é de que aumentos de preços na base das cadeias produtivas comecem a chegar aos consumidores com mais força a partir de agora.

A indústria, que viu sua produção recuar 2,4% em janeiro, assim como o agronegócio, que teve problemas de safra por conta do clima no início do ano, serão afetados. Nas fábricas, o risco é de faltar peças em setores já afetados por desabastecimento de semicondutores, por exemplo, com o encarecimento de outros insumos. No campo, o maior receio é faltar fertilizantes, o que, segundo o Ministério da Agricultura, pode ocorrer já no plantio da próxima safra de soja, em outubro. Vamos ter problemas até o fim do ano.

Investimentos

R$ 810 milhões foram os resgates líquidos registrados pelos fundos de investimentos em fevereiro, segundo dados da Anbima

Tecnologia

Os problemas nas cadeias de suprimentos as indústrias vão acelerar as tecnologias de Supply Chain. “O problema das cadeias de suprimentos é a ruptura dos processos por vários tipos de causas. Com a utilização do sensoriamento remoto, as empresas vão ter condições de respostas mais rápidas em casos de interrupção”, analisa o especialista Paulo Miyagi, membro do IEEE.

Nos parques

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