O mercado prevê para este ano, um IPCA em 5,09% este ano, o que vai significar que pelo segundo ano seguido a inflação vai estourar o teto da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5% com limite de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, o teto é 5%. E mais, embora tente minimizar o problema da aceleração dos reajustes, Bolsonaro não escapará de uma inflação acumulada perto de 26% entre o primeiro e o último dia dos quatro anos do seu governo.
Efeitos climáticos no Sul deve afetar as previsões de safra, com aumento dos preços de produtos agrícolas, majorados também pelo câmbio. Com os mercados atentos a crises em regiões produtores, o preço do petróleo deve continuar pressionando os combustíveis, e a energia continuará em alta, mesmo com as chuvas chegando de forma mais firme no Sudeste e Centro-Oeste.
O decreto publicado pelo governo há alguns dias autoriza um empréstimo de até R$ 16 bilhões para as distribuidoras cobrirem os custos extras com o acionamento das usinas térmicas mais caras em 2021.
“O desafio atual é voltar a níveis mais baixos de inflação, o que exigirá política monetária contracionista, afetando, portanto, o crescimento econômico. As perspectivas para a economia em 2022 seguem desafiadoras, diante da expectativa de que a taxa Selic, que saiu de 2% em março de 2021 para 9,25% em dezembro alcançará os dois dígitos em fevereiro, a 10,75%”, escreveu a economista-chefe da Veedha, Camila Abdelmalac, na carta mensal da empresa de investimentos.
Com esse crescimento no ano passado e considerando que este ano o PIB avance 0,5%, Bolsonaro chegará de dezembro com um crescimento econômico acumulado de menos de 2%.
E pesquisa da PwC divulgada na segunda-feira revela que o Brasil caiu da 3ª para a 10ª posição na preferência das empresas de investimentos de todo o mundo. Bolsonaro está certo, a inflação vai baixar, mas para isso a economia vai desabar e sem renda para alavancar o consumo e investimentos para gerar empregos, o Brasil terminará o período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022 com inflação acima da meta e economia estagnada.