Serviço essencial, o setor de transportes é um dos poucos que não sofreram os impactos da pandemia de coronavírus, ou pelo contrário, se beneficiou do incremento significativo nas vendas do e-commerce, que explodiram com o isolamento social. Outro fator que impulsionou as transportadoras foi o desempenho positivo do agronegócio, principalmente com as cargas destinadas ao mercado internacional.
A logística para distribuição das vacinas, oxigênio e medicamentos destinados ao combate da COVID-19 também contribuiu para que o setor fosse menos afetado na primeira onda e também agora, quando a doença mostra seu lado mais mortal. Duas pesquisas divulgadas nos últimos dias mostram que a logística vem ajudando a economia brasileira a resistir aos impactos da pandemia.
A logística para distribuição das vacinas, oxigênio e medicamentos destinados ao combate da COVID-19 também contribuiu para que o setor fosse menos afetado na primeira onda e também agora, quando a doença mostra seu lado mais mortal. Duas pesquisas divulgadas nos últimos dias mostram que a logística vem ajudando a economia brasileira a resistir aos impactos da pandemia.
O Relatório Trimestral FreteBras – o Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil mostra que o volume de fretes rodoviários teve aumento de 53% nos primeiros três meses deste ano em relação a igual período do ano passado. Esse crescimento foi fortemente influenciado pelo incremento nos setores de construção e agronegócios, que elevaram, cada um, em 60% o total de cargas trasportadas. De acordo com o estudo, a Região Nordeste, com crescimento de 95% no volume de fretes, foi a que mais acelerou o transporte de carga no primeiro trimestre, seguida pelo Norte (76%), Centro-Oeste (64%), Sul (47%) e Sudeste (44%).
Essa reação do setor de transportes foi detectada pelo Radar do Transporte da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e mostra que o volume de serviços no setor de transporte no trimestre encerrado em fevereiro teve crescimento de 8,7%, sendo que os serviços de armazenagem e auxiliares aos transportes, além de correios, tiveram crescimento de 13,2% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os números da CNT fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento expressivo em fevereiro ocorreu exatamente com a demanda maior para empresas de logística que prestam serviços de entrega de produtos comprados pela internet.
Os números da CNT fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento expressivo em fevereiro ocorreu exatamente com a demanda maior para empresas de logística que prestam serviços de entrega de produtos comprados pela internet.
Mas se o transporte rodoviário de cargas está em alta, o transporte aéreo foi duramente afetado pela pandemia neste início de ano. Em fevereiro, a atividade das empresas aéreas ficou 30,9% abaixo da referência do mesmo mês em 2020, enquanto o setor de cargas rodoviárias operou, pelo segundo mês, acima do nível de fevereiro do ano passado, ou seja, antes da pandemia de COVID-19.
Diretor de operações da FreteBras, Bruno Hacad, observa que o crescimento no volume de fretes ocorreu mesmo com fatores adversos, como o “encalhe do cargueiro no canal de Suez, impactando importações e exportações, o recorde de contaminações pela COVID-19, chuvas inesperadas atrasando a colheita de grãos e aumentos frequentes no preço do combustível”. Para ele, a resiliência da economia brasileira e o desempenho do transporte de cargas devem ser usados para tomada de decisão para a retomada do desenvolvimento econômico do país.
Com a demanda aquecida, as transportadoras se deparam também com pressão de custos. O relatório da FreteBras, plataforma on-line de transporte de cargas, com base na análise em 1,6 milhão de fretes durante o primeiro trimestre deste ano, mostra que o valor médio do frete no Brasil teve aumento de 1,99% entre janeiro e fevereiro, enquanto o preço do diesel comum nas bombas teve alta de 15% no período, segundo a ANP. “O aumento no combustível é extremamente preocupante porque representa de 40% a 50% dos custos dos caminhoneiros, mas não está sendo refletido na mesma proporção no valor do frete”, comenta Hacad. Apesar dos custos mais altos, a perspectiva do setor é de retomada mais forte nos próximos meses.
Fisco
16,08 milhões
de declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2021, ano-base 2020, foram entregues à Receita Federal até as 11h de quarta-feira (28/4)
Impacto
As transportadoras devem estar entre os 20% das empresas que afirmaram que a crise teve impacto positivo nos seus negócios, contra aproximadamente 70% que se disseram impactadas negativamente segundo a Pesquisa Global sobre Crises da PWC. No Brasil, 62% tiveram os negócios prejudicados, contra 33% que foram favorecidas. A pesquisa ouviu 2.800 líderes de negócios (135 no Brasil) de 29 setores da economia e de 73 países.
Confiança
O Índice de Confiança do Comércio da Fundação Getulio Vargas avançou 11,6 pontos em abril, passando de 72,5 pontos para 84,1 pontos. “O resultado positivo de abril é preciso ser visto com cautela. Mesmo tendo sido aparentemente expressivo, ele apenas compensa parte da intensa queda ocorrida em março. O nível dos indicadores sobre o momento presente ainda estão baixos”, avalia Rodolpho Tobler, coordenador do índice na FGV.