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Estado de Minas BRASIL EM FOCO

Jair Bolsonaro desafiar Joe Biden é uma provocação desnecessária

Não é bom para o Brasil virar as costas para os EUA, o segundo maior mercado para nossos produtos e um dos principais investidores diretos no país


12/11/2020 04:00 - atualizado 12/11/2020 07:39

Em discurso no Planalto, Bolsonaro se referiu a Biden como candidato e falou em usar pólvora pela Amazônia (foto: Evaristo Sá/AFP)
Em discurso no Planalto, Bolsonaro se referiu a Biden como candidato e falou em usar pólvora pela Amazônia (foto: Evaristo Sá/AFP)

Discursos não são atos, mas falas impensadas podem gerar animosidades desnecessárias entre interlocutores. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode até não reconhecer a vitória declarada do democrata Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos, mas pode ter cometido um erro ao desafiá-lo sobre uma proposta feita pelo líder norte-americano em um debate. Apostar que o presidente Donald Trump possa virar o jogo na corrida pela Casa Branca nessa altura soa como insanidade. Até porque, o discurso do republicano de que houve fraudes nas eleições tem chances ínfimas de lograr êxito na Justiça. Neste momento, a fala de Trump, baseada em suposições e não em provas, soa mais como a máxima do ministro da Propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, que dizia que uma mentira dita mil vezes torna-se verdade. Lógica em voga com o negacionismo.

Não é bom para o Brasil desafiar ou virar as costas para os EUA, o segundo maior mercado para produtos brasileiros e um dos principais responsáveis por investimentos diretos no país. Não bastasse isso, Bolsonaro indica que não teria interesse em prosseguir com os últimos acordos assinados entre as duas nações para facilitar o comércio, com potencial de aumentar a corrente comercial, hoje em US$ 100 bilhões por ano. Para os empresários, a descontinuidade dessas negociações será mais uma frustração depois de o acordo entre Mercosul e União Europeia – anunciado com pompa e circunstância pelo próprio Bolsonaro – ficar pendente por problemas ambientais no Brasil.

Certamente, Bolsonaro terá que se posicionar sobre sua fala para empresários hoje se participar, como programado, da abertura do 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), que vai discutir “mais infraestrutura, menos custos e mais mercados externos”. Para o mercado financeiro e centenas de líderes mundiais, Biden está eleito e terá que governar com um Senado comandado pela oposição. A incerteza sobre as eleições nos Estados Unidos dá lugar a uma segurança que deve aliviar a pressão sobre o câmbio em todo o mundo, menos no Brasil.

Os investidores tendem a tirar dinheiro do câmbio e levar para outros ativos, aliviando a pressão de alta da moeda norte-americana frente a outras divisas, num movimento do qual o Brasil pode não se beneficiar, exatamente pelas incertezas políticas em relação às reformas, ao teto de gastos e ao controle da dívida pública. Esses fatores travam a vinda de investidores para o país. Neste ano, o fluxo cambial (movimento de entrada e saída de dólares) brasileiro está negativo em US$ 20,2 bilhões até 6 de novembro.

Ontem, a moeda dos EUA teve forte oscilação e terminou o dia em alta de 0,43%, a R$ 5,416. E o dólar caro encarece a vida dos brasileiros e ajuda a reacender o fantasma da inflação. Em outubro, a inflação oficial medida pelo IPCA chegou a 0,86%. Para se ter ideia do quanto esse indicador é alto, embora seja inferior a um, basta lembrar que em outubro do ano passado o IPCA foi de 0,10%.

Mais do que isso, a primeira prévia do IGP-M de novembro mostrou avanço de 2,67% e o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), considera que o indicador usado para reajustar aluguéis e vários contratos possa fechar o mês em 3,5% com a pressão cambial. Com a primeira prévia do mês, o IGP-M acumula alta de 23,79% em 12 meses. Já o IPCA até outubro registra avanço de 3,98%, praticamente atingindo a meta para o ano, que é de 4%. E a inflação, que corrói a renda do trabalho, não se combate nem com saliva e nem com pólvora.

Empregos

Maior franquia independente do McDonald's no mundo, a Arcos Dourados está com 3 mil vagas de emprego abertas em todo o país, com 107 delas em lanchonetes em Minas Gerais. A maioria dos postos de trabalho é para atendente de restaurante e os contratados terão todos os benefícios. Não há exigência de experiência anterior, uma vez que a empresa oferece treinamento.

Sorrisos

Com a expectativa de chegar a faturamento de R$ 200 milhões até o fim do ano que vem, a SP Implantes instalou uma unidade na região Central de Belo Horizonte. E demanda não falta para a empresa, que planeja chegar a 21 unidades este ano. É que, segundo o IBGE, 60 milhões de brasileiros têm ausência dentária, com outros 17 milhões tendo metade dos dentes e 16 milhões sem dentes.

Salário extra

R$ 215 bilhões

É quanto o pagamento do 13º salário deve injetar na economia este ano, segundo cálculos do Dieese. O valor médio será de R$ 2.458

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