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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

Disputa política eleva risco de crise econômica mais grave

Turbulência e polarização entre os que defendem o isolamento social e aqueles que são contrários à medida afeta o trabalho para minimizar o impacto da pandemia


postado em 26/03/2020 04:00 / atualizado em 26/03/2020 07:52

Comércio vazio em BH: retomar a atividade econômica a sua normalidade contraria a linha de ação mundo afora para conter a propagação da COVID-19(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Comércio vazio em BH: retomar a atividade econômica a sua normalidade contraria a linha de ação mundo afora para conter a propagação da COVID-19 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )

Tudo o que o Brasil não precisava, neste momento, era de turbulência política e polarização entre os que defendem o isolamento social como forma de achatar a curva de contaminação do coronavírus – e assim reduzir o tempo para o controle da COVID-19 e de retomada das atividades econômicas – e os que agora julgam que é melhor abrandar o isolamento para salvar a economia, pois se essa sucumbir teremos uma terra arrasada. O Sars-Cov-2 não participará dessa discussão e hoje é impossível não haver impactos do coronavírus sobre a economia, mas é preciso minimizá-los. Não há mais como imaginar que se possa retomar as atividades de forma normal no país enquanto o mundo todo age exatamente como determina a Organização Mundial da Saúde (OMS) e adota medidas de isolamento social.

O pronunciamento em rede nacional do presidente Jair Bolsonaro, na terça-feira, ocorreu no mesmo momento em que duas cartas foram endereçadas ao governo brasileiro. Uma da Organização das Nações Unidas (ONU), alertando para o risco de uma “pandemia de proporções apocalípticas”, e outra da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – o clube dos países ricos –, chamando a atenção para a ameaça de uma recessão sem precedentes na economia global. O Brasil não será uma ilha nesse oceano de desaquecimento econômico. O que se espera e que se tem visto até agora são estatísticas que mostram que o achatamento da curva, com medidas de contenção do vírus, permite que mais rapidamente se controle a doença e se retomem as atividades.

Os exemplos vêm da China e da Europa. A China, responsabilizada por muitos pela pandemia de coronavírus, por ser a origem do Sars-Cov-2, isolou a província de Hubei, uma das mais industrializadas do país, confinando as pessoas nas residências e interrompendo a produção nas fábricas. Manteve a doença restrita a esse território. A produção industrial desabou, o desemprego aumentou, as vendas despencaram, mas agora, no início de abril, a quarentena será suspensa, progressivamente, em Wuhan primeiro e depois em outras cidades da província. A quarentena foi imposta em janeiro. O PIB da China vai cair mais de 4% no primeiro trimestre, mas ao fim do ano, com a retomada, ainda que lenta a partir de agora, deve registrar crescimento de 1,5%. Será o mais baixo em mais de 50 anos, mas o país não estará em recessão.

Na China, houve até agora cerca de 3.200 mortes. Olhando só os números, é pouco para um país onde vivem mais de 1 bilhão de habitantes e também em relação aos cerca de 50 milhões que ficaram confinados por três meses. Mas essas vidas não têm preço e o número só é baixo porque foram tomadas medidas de quarentena e se construíram hospitais em inacreditáveis 10 dias. Na Europa, países que relativizaram medidas de contenção no início da contaminação sofrem hoje com a necessidade de impor a quarentena. O PIB da Itália, onde as mortes já chegam a perto de 7 mil, e vão aumentar nos próximos dias, deve cair quase 1% este ano.

No Brasil, a equipe econômica do governo já reduziu a zero a previsão de crescimento do PIB para 2020. A questão é que se não achatar a curva de transmissão o país terá em breve um pico de contaminados e mortos e será paralisado pela força do coronavírus. Em relatório divulgado terça-feira, o consultor econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, alerta que “a redução da disseminação é variável-chave para reduzir efeitos na economia mundial e brasileira”. Ao lembrar que para o mercado financeiro o PIB do Brasil cairá entre 0,5% e 1% este ano, com o país entrando em recessão, Tingas diz que “se for reduzida e alongada a amplitude da curva, há possibilidade de atenuar o risco de colapso do sistema de saúde, salvar vidas e mitigar parte dos efeitos na economia”. Com isolamento, teremos mortes e queda do PIB, sem confinamento podemos ter mais mortes e queda maior do PIB.

Conta corrente


US$ 52,9 bilhões é o déficit nas transações correntes do Brasil, o que equivale a 2,9% do PIB

Nome limpo


Em meio à pandemia de coronavírus, o Serasa Consumidor quer acelerar a negociação de dívidas durante o feirão Serasa Limpa Nome on-line e divulgou esta semana novas condições para os devedores. Os parceiros credores ampliaram para 48 vezes sem juros o parcelamento dos débitos, ampliaram o prazo para início do pagamento e aumento dos descontos sobre a dívida. A campanha vai até 31 de março.

Empregos em risco


A previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que a crise provocada pelo coronavírus vá cortar até 25 milhões de empregos no mundo parece otimista diante da perspectiva de que o desemprego possa saltar de 3% para 30% nos EUA e chegar a 40 milhões de brasileiros, contra 11,9 milhões atualmente. Para amenizar esse quadro, vários países já anunciaram pagamento de até 90% do salário nas empresas.

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