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Estado de Minas BRASIL EM FOCO

Apostas no crescimento vão do ruim ao ótimo, desconhecendo os problemas

As previsões esbarram na necessidade de mais reformas para reduzir os gastos e o endividamento público, de um lado, e para estimular os investimentos privados e a geração de emprego, do outro.


postado em 23/01/2020 04:00 / atualizado em 23/01/2020 07:40

A Confederação Nacional da Indústria projeta expansão de 2,5% do país, com avanço de 2,8% da produção das fábricas (foto: Leo Lara/FCA 14/2/19)
A Confederação Nacional da Indústria projeta expansão de 2,5% do país, com avanço de 2,8% da produção das fábricas (foto: Leo Lara/FCA 14/2/19)

Está aberta a temporada das apostas para o crescimento econômico do Brasil neste ano. As previsões para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020 vão de 1,7% a 3%, dependendo de quem analisa as expectativas para a economia brasileira nos próximos 12 meses. São projeções que vão do pessimismo da ONU ao otimismo do Ministério da Economia, passando pela cautela do mercado financeiro e dos empresários da indústria. Todas com explicação, mas a efetivação dessas projeções esbarra em velhos problemas do Brasil, como a possibilidade de aumento dos gastos e da dívida pública e a desigualdade social. Vejamos as previsões.

A CNI projeta expansão de 2,5%, com avanço de 2,8% da indústria. Essa alta tem como premissa o crescimento de 6,5% nos investimentos, o que é factível, uma vez que mesmo acumulando retração de 1,1% de janeiro a novembro, as fábricas devem ter fechado o ano com a menor ociosidade dos últimos anos. Em novembro, a taxa de ocupação estava em 78,2%, ou seja, a ociosidade foi de 21,8%, e quanto menor a ociosidade, maior a necessidade de se planejar a expansão de produção antes que a capacidade de produção se esgote. Isso sinaliza uma retomada mais firme dos investimentos.

Com os investimentos cresce a expectativa de geração de emprego, aumento da renda e elevação do consumo, num ciclo que os economistas chamam de virtuoso. Os juros no patamar mais baixo da história contribuem para esse quadro, assim como a melhora da percepção do controle das contas públicas com a aprovação da reforma da Previdência. É nesses fatores que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário de Política Econômica da pasta, Adolfo Sachsida, apostam para afirmar que o PIB deste ano crescerá no mínimo 2,5%, acima da própria projeção feita pelo ministério, de alta de 2,4%. Sachsida foi além e chegou a falar em alta entre 2,5% e 3%.

Longe do otimismo do governo, os economistas da Organização das Nações Unidas reduziram a projeção de crescimento da economia brasileira este ano para 1,7%, com corte de 0,8 ponto percentual. Para a ONU, apesar de a taxa de crescimento do Brasil ficar bem abaixo da previsão de alta de 4% para as economias emergentes, e “embora sejam necessárias medidas políticas adicionais para desbloquear o investimento, a redução das taxas de juro e a melhoria do sentimento deverão elevar a demanda doméstica” no país. O alerta vem para o fato de vários países da América Latina, incluindo o Brasil, lutarem contra a falta de espaço de política fiscal, “uma vez que os governos continuam a lutar contra déficits públicos consideráveis e elevados encargos da dívida”.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a previsão de crescimento da geração de riqueza do Brasil este ano de 2% para 2,2%, apostando na retomada do setor de mineração e na melhora da confiança após a aprovação da reforma da Previdência. Por ora, são só projeções e é preciso lembrar que o país começou 2019 com uma previsão de crescimento de mais de 2,5% e provavelmente terminou com uma expansão de menos da metade dessa expectativa. Em 2020, as previsões esbarram na necessidade de mais reformas para reduzir os gastos e o endividamento público, de um lado, e para estimular os investimentos privados e a geração de emprego, do outro.

Mas, para garantir um crescimento sustentado, a taxas de mais de 3% ao ano, como já registrou no passado, o Brasil precisará mais do que controle dos gastos públicos e ambiente favorável para os negócios. Um estudo divulgado ontem no Fórum Econômico de Davos mostra que o país está em 60º lugar no ranking de mobilidade social de 82 países, com uma pessoa que nasce na camada mais pobre da população levando nove gerações para alcançar a renda média. Essa desigualdade, além de ser estopim para protestos sociais como os que ocorrem em outros países, limita o crescimento econômico e trava o aumento da produtividade da economia como um todo.

Pagamento atrasado

R$ 180,7 bilhões É o total de despesas feitas pelo governo em anos anteriores e ainda não quitadas pela União, os chamados “restos a pagar”, segundo o Tesouro Nacional

Menos energia

Dados preliminares sobre o consumo de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional na primeira quinzena de janeiro apontam para queda de 2,4% na comparação com igual período de 2019, segundo informações da Câmara de Comercialização de Energia. Foram 63.796MW médios neste ano contra 65.373MW médios em 2019. O consumo apresentou queda tanto no mercado livre (2,1%) quando no ambiente regulado (2,6%), considerando o mesmo período de comparação.


Internet cara

Pesquisa recente da Numbeo mostra que o Brasil ocupa atualmente a 58ª posição do ranking dos 100 países que pagam mais caro para ter acesso à internet (60Mbps ou mais, Dados ilimitados, Cabo/ADSL). O custo que cada brasileiro tem para acesso mensal é, em média, de R$ 114,15 – o que corresponde a mais de 10% do salário mínimo, que será de R$ 1.045 este ano. Os Emirados Árabes Unidos aparecem em primeiro lugar – sendo, portanto, o país que cobra o maior valor pela internet, cerca de R$ 420,22.

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