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Brasil terá mais uma década perdida na economia

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Chega ao fim mais uma década perdida para a economia brasileira. Melhor, para não entrar na polêmica da contagem do tempo, terminaram ontem os anos 10 do século 21. O crescimento econômico de 1º de janeiro de 2010 até 31 de dezembro de 2019 oscilou entre a alta extraordinária de 7,5% no ano zero da década até duas quedas, de 3,5% e 3,3% respectivamente, em 2015 e 2016, na maior recessão da história do país. Na volta dessa turbulência, a economia não conseguiu alcançar velocidade de cruzeiro e patinou com taxas de crescimento de pouco mais de 1%. Na média, o crescimento anual ao longo da década foi de apenas 0,94%. Taxa inferior à média de 1,6% nos anos 1980, considerada por todos até então como a década perdida.


 
Para os que preferem o critério matemático de contagem do tempo, o desempenho será ainda mais fraco, pois, no cálculo da média, a alta de 7,5% em 2010 será trocada pelo crescimento estimado de 2,5% este ano, o que traz a média anual de crescimento da década para 0,86%, entre 1º de janeiro de 2001 até 31 de dezembro deste ano. Se considerarmos que na década de 1980 houve descontrole inflacionário, com sucessivos planos econômicos para combater a alta dos preços, os efeitos da segunda crise do petróleo, em 1979, a moratória da dívida externa e ainda o fim de um modelo de desenvolvimento com forte presença do Estado, o segundo decênio deste século ganha contorno de perda ainda maior em termos de desenvolvimento econômico e social.
 
Essa será mesmo uma década mais perdida, porque a maioria dos países tiveram crescimento econômico maior do que o brasileiro nos últimos 10 anos, o que não ocorreu na década de 1980, uma vez que a crise externa tem papel importante na situação econômica do Brasil entre 1981 e 1990. E a primeira metade da nova década não trará taxas de crescimento que façam repetir as médias verificadas de 1950 a 1980, de cerca de 6% ao ano. As previsões para este ano, 2021 e 2022, batem no limite de 2,5% ao ano. Por hora são previsões e é óbvio que o crescimento econômico pode superar esse teto.
 
Mas se no fim da década de 1980 a inflação batia os 1.700% ao ano e as taxas de juros chegavam a estratosféricos 38.341% no overnight, hoje a inflação está sob controle e os juros são os mais baixos da história, um quadro que deve permanecer neste e no próximo ano. Em comum, a origem das crises que levaram as duas décadas a serem perdidas do ponto de vista do crescimento econômico está no descontrole das contas públicas. Na primeira, o descontrole inflacionário e o esforço para debelar o processo que corroía a renda mascaravam a crise fiscal que à época era provocada pela crescente dívida externa que levava parte do orçamento na forma de juros, provocando déficits públicos.


 
Com a inflação controlada, a dívida externa pública praticamente paga e a taxa de juros em patamares mais baixos, a década de 2010 viu no inchaço do estado e em políticas econômicas de incentivo ao consumo das famílias uma rota que culminou em sucessivos déficits públicos e crescimento da dívida pública interna. Esse processo, inflado por uma severa crise política, minou a confiança de empresários e investidores na economia, derrubando o PIB por dois anos seguidos. Tanto na década de 1980 quanto na que está se encerrando, o desequilíbrio financeiro estrutural do setor público brasileiro surge como o principal fator. Não há outra saída para o Brasil a não ser equilibrar as finanças públicas. Sem isso, um processo de desequilíbrios que já dura 40 anos pode levar o país a assistir a mais um decênio de baixo crescimento econômico.

Vagas de emprego 

 A rede de lanchonete McDonald's está com 3 mil vagas de emprego abertas desde o fim do ano em todo o país, com aproximadamente 200 delas para pessoas com deficiência. Com isso, a rede, que emprega 50 mil trabalhadores em todo o país, espera ter fechando 2019 com a abertura de 18 mil postos de trabalho. Referência como primeiro emprego para jovens, o McDonald's investiu mais de R$ 40 milhões em treinamento e ações de desenvolvimento profissional no ano passado.
 

Idosos endividados

 A inadimplência das pessoas com mais de 60 anos é a que mais cresce, segundo levantamento da Serasa Experian. De outubro de 2018 a outubro de 2019, 900 mil novos idosos deixaram de pagar suas contas, ou seja, um aumento de 10,1% no período, atingindo 9,8 milhões de inadimplentes. Segundo a Serasa, a alta do índice geral no mesmo intervalo foi de 3,4%. Em outubro, havia 63,9 milhões de consumidores com as contas atrasadas e não pagas, representando 40,9% da população adulta.