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Por que 2019 parece uma repetição de 2018

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O ano de 2019 está terminando de forma muito parecida com 2018 em termos de resultados e expectativas econômicas. Pelo menos em relação aos números e cenário, muito embora os otimistas vejam no período que se encerra avanços bastantes significativos, enquanto os pessimistas vão se ater aos números e lembrar que o crescimento de pouco mais de 1% do PIB este ano repete 2017 e 2018, com um número alto de desempregados e aumento da concentração de renda e da desigualdade social. Deixando um pouco de lado o sentimento de otimistas e pessimistas, vamos aos números.


 
Assim como no fim de 2018, as estatísticas mostram uma aceleração do otimismo, mas com os números ainda não correspondendo a essa percepção de melhora acentuada e os desafios se apresentando da mesma forma. Houve avanços sim, mas não a ponto de tornar 2019 um ano muito diferente do anterior. Ao fim de 2018, os economistas e empresários apostavam em um crescimento de 2,55% para este ano, projetavam redução no desemprego (de 11,6% em dezembro) e aumento de 4,4% nos investimentos (medidos pela formação bruta de capital fixo) lastreados pela confiança em um novo governo e as expectativas de mudanças que ele trazia naquele momento.

O desafio à época era aprovar a reforma da Previdência. Ao longo do ano, no entanto, o otimismo foi cedendo lugar às incertezas políticas com a reforma, que acabou sendo postergada para um período além do previsto inicialmente, e a percepção de que o governo não teria capacidade para promover uma mudança radical no crescimento da economia. O bate-cabeça entre o governo e o Congresso e entre os aliados do presidente Jair Bolsonaro diluíram o otimismo inicial com o governo, reduzindo a previsão de crescimento econômico, levando o avanço do PIB a se assemelhar ao de 2018, quando uma greve dos caminhoneiros paralisou o país por cerca de 10 dias.

Pois bem, agora, as previsões são de crescimento de 4,1% nos investimentos em 2020, com perspectiva de redução da taxa de desocupação, que está em 11,6% no trimestre encerrado em outubro. O desafio no horizonte é a aprovação das reformas administrativa e tributária. A previsão é de que a economia brasileira cresça 2,3% no ano que vem. Destoam apenas as previsões para os juros e para o câmbio. Ao fim de 2018, o mercado projetava Selic a 7,5% e o dólar a R$ 3,80 para 2019. Fechamos o ano com a Selic a 4,5% ao ano e o câmbio acima de RS 4. Para 2020, a previsão é de taxa básica de juros a 4,5% ao ano e dólar cotado a R$ 4,10.



Se em dezembro do ano passado o desafio era adotar medidas para equacionar os gastos públicos, sobretudo com aposentados e pensionistas, hoje a necessidade é adotar medidas para reduzir o inchaço e elevar a eficiência do Estado, além de reduzir sua presença nos espaços de vocação natural para a iniciativa privada. É preciso lembrar que, depois de longos anos dessa forma,é preciso minimizar também o setor privado no governo. A  reforma administrativa, as medidas do pacto federativo e do pacote emergencial são necessárias para equilibrar os gastos públicos e vão reavivar o embate entre Executivo e Legislativo, com municípios e servidores de pano de fundo das discussões. E isso com eleições municipais. Vai ser preciso que a política não turve a economia para que 2020 seja efetivamente diferente de 2017, 2018 e 2019 em termos de crescimento econômico.
 
 
Dívidas pagas R$ 4,5 bilhões Foi o valor das dívidas renegociadas com desconto médio de 65% no âmbito da semana de renegociação de dívidas bancárias, que envolveu mais de 820 mil pessoas


Aposta no turismo

O Brasil que incrementar o turismo de natureza de olho nos visitantes estrangeiros. Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo internacional no país cresceu 0,6% em 2017 e 0,5% em 2018, enquanto no Peru a expansão foi de 10% e na Argentina de 7,5%. A aposta é que os destinos com atrativos naturais, que já atraem turistas ao Rio de Janeiro (29,7%), a Florianópolis (17,1%) e Foz do Iguaçu (12,9%) sejam a mola de atração de estrangeiros, que gastam, em média US$ 53,96 por dia no Brasil.


Papai Noel gordo

Levantamento da Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce, mostra que as compras on-line para o Natal deste ano devem ter movimentado R$ 13,5 bilhões, aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento considera pedidos on-line entre 15 de novembro e 24 dezembro, incluindo a Black Friday. De acordo com o Compre&Confie, o tíquete médio previsto para a data é de R$ 445, valor 2% menor do que o registrado no ano anterior.