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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Manifestações bolsonaristas de 7 de setembro fizeram muito barulho por nada

A reprovação ao governo Bolsonaro oscilou 2 pontos em relação ao levantamento de julho: 53% consideram o governo ruim ou péssimo


17/09/2021 04:00 - atualizado 17/09/2021 08:13

Bolsonaro convocou apoiadores para as ruas, mas a grande presença não implicou melhoria na sua popularidade
Bolsonaro convocou apoiadores para as ruas, mas a grande presença não implicou melhoria na sua popularidade (foto: Alan Santos/PR)
Graças às redes sociais, a participação da sociedade na política se ampliou muito, com certas características da forma como as pessoas se articulam na internet, ou seja, as chamadas de “tribos” – quando se agrupam por interesses permanentes – ou “bolhas”, no caso das correntes de opinião política encapsuladas em grupos de pressão.

Tanto as mudanças econômicas, financeiras e tecnológicas aceleradas pela globalização como a revolução nos costumes, por exemplo, são fatores de maior diversidade social e pluralismo político.

A expressão “maioria silenciosa” se refere às pessoas politicamente acomodadas e que, de um modo geral, têm posições conservadores, mas não manifestam opinião publicamente.

Esse conceito surgiu nos Estados Unidos, como muitos outros, durante o governo de Richard Nixon, quando em 1969 pediu à população americana mais apoio ao envio de tropas para lutar no Vietnã.

Havia, com razão, muita resistência à intervenção norte-americana no Sudeste Asiático, mas Nixon conseguiu o apoio da maioria da sociedade. Desde então, conquistar o apoio dessa parcela da sociedade passou a ser uma das principais preocupações dos políticos.

A eleição de Donald Trump foi um momento de mudança na relação dos políticos com essa “maioria silenciosa”, que deixou de sofrer a influência predominante dos grandes meios de comunicação para ser pautada por minorias ativas nas redes sociais, em parte formada por setores que até então não tinham como se expressar nos movimentos civis e sociais.

Tais grupos são muito barulhentos e conseguem pautar as políticas públicas e até os meios de comunicação. Esse fenômeno voltou a ocorrer, com sinal trocado, na campanha que levou o democrata Joe Biden à vitória.

Um marco dessa mudança foi o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que hoje tem caráter internacional, mas surgiu na comunidade negra dos Estados Unidos, que luta contra a violência racista. Emergiu em 2013, com o uso da hashtag #BlackLivesMatter emmídias sociais, após a absolvição de George Zimmerman, que atirou fatalmente no adolescente negro Trayvon Martin.

O movimento ficou conhecido por suas manifestações de rua após a morte, em 2014, de dois afro-americanos. Em maio de 2020, o movimento repercussão mundial com a morte de George Floyd, durante uma ação policial em Minneapolis, nos Estados Unidos. Milhares de pessoas foram às ruas protestar a favor da vida das pessoas negras no mundo todo. Foi então que Donald Trump começou a perder as eleições.

Pesquisa

Como estamos na esfera de influência do chamado americanismo, esse fenômeno também ocorre no Brasil, obviamente com características próprias, entre as quais, o peso da questão ética no posicionamento da sociedade em relação à política.

Em grande parte, a vitória do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, foi uma deriva da eleição de Trump e da forte rejeição provocada pela Operação Lava Jato à política tradicional e ao envolvimento dos grandes partidos em escândalos de corrupção.

Agora, as pesquisas estão mostrando um movimento em sentido inverso, em decorrência do desempenho do governo Bolsonaro, em diversas áreas: crise sanitária, alta inflacionária, crise hídrica, ameaças à democracia etc.

pesquisa DataFolha divulgada ontem  é uma comprovação disso. A reprovação ao governo Bolsonaro oscilou 2 pontos percentuais em relação ao levantamento feito em julho: 53% consideram o governo ruim ou péssimo, o pior índice do mandato; na última pesquisa, eram 51%. O percentual dos que consideram o governo bom ou ótimo caiu de 24% para 22%, enquanto a parcela que o considera regular manteve-se em 24%. A pesquisa ouviu 3.667 pessoas com mais de 16 anos dos dias 13 a 15 de setembro em 190 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

O mais importante é que o levantamento foi feito após as manifestações do 7 de setembro, convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro, que foram muito maiores do que as de oposição moderada, realizadas no dia 12 passado. A alta de preços da gasolina, do gás e dos alimentos, a existência de 14, 4 milhões de desempregados pesaram na balança, inclusive na classe média e entre os evangélicos, onde o presidente da República perdeu muito apoio.  Em resumo, a chamada “maioria silenciosa” mudou de lado.



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