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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Salles cai em dia de denúncia de corrupção no Palácio do Planalto

Contrato de compra da vacina indiana Covaxin é alvo de investigação, após acusação de servidor do Ministério da Saúde


24/06/2021 04:00 - atualizado 24/06/2021 07:19

Ministro Ricardo Salles é alvo de várias investigações por sua conduta na pasta do Meio Ambiente(foto: SERGIO LIMA/AFP)
Ministro Ricardo Salles é alvo de várias investigações por sua conduta na pasta do Meio Ambiente (foto: SERGIO LIMA/AFP)
O presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ontem, e nomeou para o seu lugar o líder ruralista Joaquim Álvaro Pereira Leite.

O novo ministro ocupava o cargo de secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, o que significa que não haverá mudança de rumo na política de desmonte da legislação ambiental e dos seus órgãos de controle e fiscalização.

Para os ambientalistas, é mais uma raposa tomando conta do galinheiro.  Na terça-feira, em solenidade no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro elogiou o ministro: “Prezado Ricardo Salles, você faz parte da história. O casamento da Agricultura com o Meio Ambiente foi um casamento quase que perfeito. Parabéns, Ricardo Salles. Não é fácil ocupar seu ministério. Por vezes, a herança fica apenas uma penca de processos.”

A queda do ministro Salles já estava contratada, desde a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que colocou em xeque a política negacionista das mudanças climáticas e contrária à preservação da Amazônia do governo brasileiro.

Salles fazia dobradinha com o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araujo que foi defenestrado em razão da guinada política do governo norte-americano, após a derrota do ex-presidente Donald Trump, no qual Bolsonaro se espelhava.

Ambos se tornaram figuras ridículas na política internacional. Salles escandalizou a opinião pública após a divulgação de reunião ministerial, em 22 de abril do ano passado, na qual anunciou que pretendia aproveitar a pandemia de COVID-19 para “ir passando a boiada” na área ambiental.  Desde então, a situação de Salles tornou-se insustentável, embora tenha sido mantido no cargo pelo presidente da República até ontem.

Entretanto, a queda de Salles tem mais a ver com o avanço das investigações de seu envolvimento na exportação milionária de madeira extraída ilegalmente da Amazônia para os Estados Unidos. Não por acaso, o contrabando foi denunciado pelas autoridades alfandegárias norte-americanas.

Investigado pela Polícia Federal, em inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por supostamente ter atrapalhado investigações sobre a maior apreensão de madeira da história, o ex-ministro teme ter sua prisão decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que aprecia o caso. Com sua saída da pasta, Salles perde o foro privilegiado e o inquérito deve ir para a Justiça Federal de p rimeira instância.

A PF apontou “fortes indícios” de que Ricardo Salles participa de um esquema de contrabando de madeira ilegal. Salles nega ter cometido irregularidades, mas teve seu sigilo bancário quebrado e tentou impedir o acesso aos dados do seu celular, que entregou bloqueado, após 17 dias do pedido de apreensão.

Ontem, ao deixar o cargo, Salles procurou se defender das suspeitas: “Experimentei ao longo destes dois anos e meio muitas contestações, tentativas de dar a essas medidas caráter de desrespeito à legislação, o que não é verdade”, disse. Essa foi a 26ª mudança na equipe ministerial desde a posse do presidente Jair Bolsonaro.

Covaxin

O ministro Salles foi exonerado num dia de grande tensão no Palácio do Planalto, por causa das denúncias do ex-coordenador de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda ao Ministério Público, sobre a suposta compra irregular da vacina indiana Covaxin.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a atuação do Ministério da Saúde na pandemia de COVID-19 convidou o servidor a prestar depoimento amanhã, com a presença do irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF).

Tanto o servidor com o parlamentar foram alvo de duros ataques do secretário-geral da Presidência, Onix Lorenzoni, que negou as irregularidades, acusou o servidor de fraude, anunciou que o governo pretende processá-lo e ameaçou de retaliação o deputado Luis Miranda, porque ambos disseram que o presidente da República fora informado do que se passava.

Luis Ricardo disse ao Ministério Público Federal (MPF) que recebeu uma "pressão atípica" por parte de superiores de dentro da pasta para a compra da Covaxin.

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que solicitará informações ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maurino, para saber se o presidente Jair Bolsonaro solicitou que a denúncia fosse investigada. A comissão também votará a quebra de sigilo da empresa Madison Biotech, que estaria envolvida no contrato de aquisição como fornecedora da Covaxin.

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