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Estado de Minas COLUNA

COVID-19 deixará péssimo cenário para as eleições de 2022

Enquanto a pandemia não é controlada, o cenário econômico continua sendo de muitas incertezas e agravamento dos problemas sociais do país


14/04/2021 04:00 - atualizado 14/04/2021 07:55

Jair Bolsonaro deverá ser responsabilizado pela oposição em 2022 pelo alto número de mortes na pandemia(foto: EVARISTO SÁ/AFP 9/4/21)
Jair Bolsonaro deverá ser responsabilizado pela oposição em 2022 pelo alto número de mortes na pandemia (foto: EVARISTO SÁ/AFP 9/4/21)
 
Com a leitura do requerimento da CPI da COVID-19 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), consolidou-se uma das principais linhas de força da disputa eleitoral de 2022, a crise sanitária. Mesmo que a pandemia de COVID-19 venha a ser controlada, suas consequências políticas se farão sentir durante a campanha eleitoral, devido ao agravamento do desemprego, que não se resolverá facilmente, e o presidente Jair Bolsonaro será responsabilizado pela oposição, não somente pelo número muito alto de mortes.

Os dois problemas ainda se somarão, à disputa em torno da Operação Lava-jato, mesmo que seus processos sejam concluídos ou arquivados, e à defesa da democracia, uma pauta que o presidente Jair Bolsonaro reiteradamente põe na ordem do dia ao atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), além de os partidos de oposição e a imprensa.
 
Não foi à toa que o presidente Jair Bolsonaro tentou melar a CPI e orientou seus aliados a ampliarem o escopo das investigações, para chegar a prefeito e vereadores, o que somente é possível, constitucionalmente, seguindo o dinheiro destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo governo federal.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cumprindo determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, apensou o requerimento da CPI apresentado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), para investigar a responsabilidade de estados e municípios em más condutas no enfrentamento da pandemia, ao pedido original do senador Randolfe Rodrigues (REDE), unificando as duas CPIs requeridas.
 
Segundo Pacheco, “estão excluídos do âmbito de investigação das comissões parlamentares de inquérito do Poder Legislativo federal as competências legislativas e administrativas asseguradas aos demais entes federados”. A guerra de narrativas entre Bolsonaro e a oposição marcará o funcionamento da comissão, mas os fatos é que determinarão o rumo das investigações.
 
No dia em que CPI passou a existir de fato, o Brasil registrou 3.808 óbitos por COVID em 24 horas e mais 82.186 novos casos, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com isso, o número de mortos pela doença chegou a 358.425, e o total de casos aumentou para 13.599.994. Na segunda-feira, foram registrados 1.480 mortes e 35.785 novos casos.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ontem, reconheceu que o Brasil tem 2 milhões de doses de vacina em atraso. Ou seja, o cobertor está curto: muitas pessoas não estão recebendo a segunda dose porque o fluxo de produção de vacinas, principalmente na Fiocruz, não acompanhou a escala da vacinação da primeira dose e houve uma opção de reduzir os estoques de segunda dose para aumentar o núm ero de vacinados parcialmente.

Inflação


Enquanto a pandemia não é controlada, o cenário econômico continua sendo de muitas incertezas e agravamento dos problemas sociais do país, que registra uma de suas maiores taxas de desemprego da história, em torno de 14,5% neste ano, que ultrapassa a de países como Colômbia, Peru e Sérvia, e caminha na contramão da taxa média global, cuja estimativa é de recuo para 8,7% este ano, ante 9,3% no ano passado. Uma das consequências do desemprego é a fome, que atinge 6 de cada 10 domicílios brasileiros; no Nordeste, já de 7 em cada 10 domicílios, segundo pesquisa das universidades de Brasília, Minas Gerais e Berlim.
 
Ciente do problema, Bolsonaro tenta culpar governadores e prefeitos. A falta de comida na mesa é leve em 32% das casas, moderada em 13% e grave em 15% (nada pra comer).

Além disso, a qualidade da alimentação piorou: queda superior a 40% no consumo de carnes e frutas e de 37% no consumo de verduras e legumes. A pesquisa mostra ainda que em 63% dos domicílios o auxílio emergencial serviu para comprar cesta básica.

É um cenário perigoso, porque o auxílio emergencial e o Bolsa Família estão sendo insuficientes para resolver o problema alimentar das famílias de baixa renda, por causa da inflação de preços dos alimentos. Nos dois primeiros anos do atual governo, o custo da cesta básica subiu 32%.

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