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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Rodrigo Pacheco será fator de equilíbrio na relação entre os 3 poderes

Não foi à toa que citou o presidente Juscelino Kubitschek, um político pessedista conciliador e, ao mesmo tempo, inovador


02/02/2021 04:00 - atualizado 02/02/2021 07:24

 O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito presidente do Senado com 57 votos contra 21(foto: Sérgio Lima/AFP)
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito presidente do Senado com 57 votos contra 21 (foto: Sérgio Lima/AFP)
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), conforme se previa, foi eleito de forma consagradora para a presidência do Senado e, por conseguinte, do Congresso. Recebeu 57 votos, contra 21 da senadora Simone Tebet (MDB-MS),  que desafiou o candidato governista.

O placar dilatado se deve ao fato de que contou com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e de uma ampla aliança, que incorporou os partidos governistas e também o PT, o PDT e a Rede. Simone Tebet perdeu competitividade quando a bancada do MDB resolveu não apoiá-la.

Apesar de ter nascido em Porto Velho (RO), Rodrigo Pacheco foi criado em Minas e fez a sua carreira política no estado. Tem todas as características de um político liberal mineiro, sendo hábil articulador e muito moderado no discurso.

Não foi à toa que citou o presidente Juscelino Kubitschek, um político pessedista conciliador e, ao mesmo tempo, inovador.  Nessa perspectiva, seu discurso logo após a eleição foi irretocável, porque tratou de todos os temas da atualidade – pandemia, crise econômica, reformas, ética etc. – com equilíbrio e objetividade, tendo reafirmado seu compromisso com o Estado de direito democrático.
 
O clima da eleição de Pacheco no Senado foi completamente diferente do que aconteceu na eleição de Davi Alcolumbre, cuja disputa com Renan Calheiros (MDB-AL) foi duríssima, com ataques pesados de ambos os lados.

Após a eleição, o novo presidente do Senado tratou a candidata derrotada com muita deferência, na tentativa de evitar sequelas no relacionamento político entre ambos e o grupo de senadores que Simone Tebet representou. 

É sensato fazer uma aposta de que a atuação do novo presidente do Congresso será um fator de equilíbrio na relação entre os três poderes.

A propósito, neste começo de ano, Rodrigo Pacheco promoveu a reedição pelo Senado do livro de Pedro Aleixo sobre a “imunidade parlamentar”, lançado em 1961. 

É uma obra rara hoje em dia, em se tratando de um parlamentar, pela qualidade do trabalho jurídico. Um dos cardeais da antiga UDN, o político mineiro era um conservador. Foi vice-presidente da República no governo Costa e Silva.

No prefácio da edição, Pacheco faz referência à noite de 13 de dezembro de 1968, quando os membros do Conselho de Segurança do regime militar se reuniram no Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, a pedido do então presidente Artur da Costa e Silva.

Na pauta estava a decretação do Ato Institucional Nº 5, que deu início ao período mais autoritário da história recente do Brasil.

Aleixo não tinha virado vice-presidente por acaso – apoiara o golpe contra João Goulart quatro anos antes, assim como fizeram outros civis da elite política e econômica do país, entre os quais o próprio Juscelino e Ulysses Guimarães, que mais tarde, como presidente do MDB, viria a ser o grande líder da oposição.

No entanto, o vice civil sabia o que o ato representaria e, naquela noite, votou contra sua decretação. Foi o único dos 23 membros do conselho a fazê-lo. No ano seguinte, quando deveria assumir o lugar de Costa e Silva, que havia morrido, foi impedido de tomar posse pelas Forças Armadas. Não voltou mais à política.

Câmara


Escrevo antes da eleição da Mesa da Câmara, cuja votação entrou pela madrugada,  mantendo-se o favoritismo do candidato do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. As articulações que antecederam a eleição revelaram uma profunda divisão no DEM e no PSDB.

Em ambos os casos, os articuladores do Palácio do Planalto e do Centrão acenaram com cargos, verbas e financiamentos para fraturar os dois partidos. O pano de fundo é o projeto de reeleição de Bolsonaro e eventuais candidaturas de oposição.

No primeiro caso, a cúpula do partido decidiu liberar a bancada, cuja maioria apoia Lira, embora o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenha sido o grande artífice da candidatura do candidato do MDB, Baleia Rossi (SP).

O presidente da legenda, ACM Neto, evitou que a bancada formalizasse o apoio a Lira, mas foi o principal articulador da aliança como candidato governista, como contrapartida pelo apoio do PP a Rodrigo Pacheco no Senado. O desgaste de Maia é tão grande que o político fluminense pode deixar o DEM.

No PSDB também houve muito estresse. Assim como no Senado, onde a maioria da bancada apoiou Rodrigo Pacheco, na Câmara, por muito pouco o PSDB não saiu do bloco de apoio a Baleia Rossi. Foi preciso a intervenção do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para evitar a revoada tucana.

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