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2019, um ano para o futebol mineiro esquecer


postado em 27/12/2019 04:00 / atualizado em 26/12/2019 21:28

Rebaixamento do Cruzeiro para a Série B do Campeonato Brasileiro marcou a temporada(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Rebaixamento do Cruzeiro para a Série B do Campeonato Brasileiro marcou a temporada (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
E eis que chegamos aos 45min do segundo tempo de 2019. Aquela época de retrospectivas, de fazer o tal balanço dos últimos 12 meses para avaliar o que foi prometido e o que foi cumprido. De refletir sobre as escolhas, os caminhos tomados. Momento de olhar o passado, mas, sobretudo, de vislumbrar o futuro. De rever as promessas – sem saber ainda se de fato as cumpriremos daqui a um ano. A impressão, dentro e fora de campo, é de que vivemos uma temporada extenuante, de energias pesadas, que vai embora sem deixar muitas lembranças boas. Mas fim de ano também serve para renovar a esperança, e talvez seja a isso que a gente tenha de se apegar agora. Aquela estranha mania de ter fé na vida, como canta Milton Nascimento. De acreditar que vai melhorar.

Não há dúvida de que 2019 se despede sem deixar recordações positivas para o futebol mineiro. Atlético, América e Cruzeiro iniciaram a temporada sonhando alto e chegaram a dezembro com uma coleção de decepções. Não passaram para o papel nada do que foi imaginado em janeiro. O saldo é bem negativo. Havia muito tempo que as equipes da capital não viviam essa “sintonia às avessas”, acumulando um fracasso coletivo tão retumbante. Entre mortos e feridos, parece que morreu todo mundo mesmo, ninguém se salvou.

E talvez aí esteja a maior lição que os dirigentes precisam tirar: quando se chega ao fundo do poço, só resta procurar a saída. Não existe outra opção. E aí também pode residir a tal esperança que a chegada de um novo ano traz. A chance de reescrever a história.

Claro que o estrago maior foi na Toca da Raposa. Começar o ano cotado entre favoritos a títulos de expressão e terminar quebrado financeiramente e ainda rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, certamente não estava nos pesadelos do mais pessimista dos cruzeirenses – e nem nos sonhos do mais otimista arquirrival.

Para o Galo, foi um ano de erros, sobretudo de concepção: de time, de grupo, de determinação de objetivos, de pessoas para tocar os projetos. Não por acaso, mais um ano sem títulos, o segundo consecutivo, já que a última conquista foi o Campeonato Mineiro de 2017. Problemas que só não ecoaram com mais força por causa dos danos muito maiores vividos no lado celeste. Como se um infortúnio servisse para atenuar o outro...

Já o América esperava terminar 2019 com a vaga na Primeira Divisão assegurada. Nesse meio tempo, correu o sério risco de acabar na Terceirona, conseguiu uma arrancada espetacular e salvaria o ano se conseguisse se garantir na elite, no apagar das luzes. Como bom mineiro, o Coelho teve a faca e o queijo nas mãos na última rodada. Um cenário todo propício para a glória: adversário combalido, torcida empolgada, o pacote completo. Mas aí, talvez para não destoar dos demais, sucumbiu diante do São Bento, um dos times de pior campanha da Série B, no Independência, e permanecerá em seu purgatório de Segunda Divisão por mais uma temporada.

A má notícia foi tudo isso aí. A boa é que quando tudo parece muito ruim, qualquer pequeno passo à frente já é um avanço. Em épocas conturbadas como a que atravessamos, sem muitas perspectivas positivas ou algo alentador, precisa ser assim: “mente quieta, espinha ereta e coração tranquilo”. E essa deve ser a tônica para 2020. É momento de remar contra a maré. De sobreviver. E para terminar a última coluna Tiro Livre de 2019 teimando em acreditar que dias melhores virão, fica um poema de Mário Quintana, para aquecer almas e corações.

“Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
– ó, delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo
– Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam
– O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA”...

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