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VAR entra em campo no Mineiro

Não é difícil listar lances em que o auxiliar de vídeo direcionou para marcações, se não equivocadas, pelo menos contestáveis, levando a intensos debates


postado em 29/03/2019 05:07 / atualizado em 29/03/2019 08:20

A semifinal do Campeonato Mineiro marca o início de uma nova era nos gramados das Alterosas. Além do olhar passional de milhares de torcedores, da visão crítica de cronistas esportivos e da observação técnica dos árbitros que estão em campo para julgar e decidir sobre os lances, cada toque na bola durante os jogos do Estadual, nas duas próximas fases, terá aferição tecnológica. O auxiliar de vídeo (VAR na sigla em inglês, de video assistant referee) entra em campo com a promessa de diminuir o número de erros – e que ninguém tenha a ilusão de que ele vai eliminá-los por completo.

Antes mesmo de explanar sobre o assunto é possível chegar a uma conclusão: as polêmicas ou as discussões pós-jogo sobre o que ocorre nos 90 e poucos minutos de bola rolando não vão acabar. No fim das contas, mesmo com o acompanhamento por vídeo, o que vale é a interpretação do árbitro sobre a legalidade da jogada, e aí abre-se margem para que tanto decisões certas quanto erradas continuem sendo tomadas.

Não há como negar que o VAR significou uma evolução. Em casos muito evidentes (que por vezes fogem ao olhar humano), é possível cravar: a bola entrou ou não entrou, bateu ou não na mão/braço do jogador dentro da área, o fulano estava ou não impedido, houve ou não contato entre jogadores. Há ocasiões em que injustiças são evitadas – não sou da turma que acha que os erros de arbitragem fazem parte do folclore futebolístico, e o que puder ser feito para que o placar de um jogo reflita o que foi feito em campo vou apoiar.

O problema é que, nos gramados, nem tudo é cartesiano, preto no branco, quente ou frio. E são justamente certas particularidades que acabam deixando brecha para que a tal interpretação particular do dono do apito defina, nem sempre da forma devida, o resultado de um confronto.

Não é difícil listar lances em que o auxiliar de vídeo direcionou para marcações, se não equivocadas, pelo menos contestáveis, levando a intensos debates. Uma delas foi a expulsão de Dedé depois de avaliação pelo VAR, na partida entre Cruzeiro e Boca Juniors, em setembro do ano passado, na Bombonera, pelas quartas de final da Copa Libertadores. Até o diário esportivo argentino Olé, que costuma defender cegamente as equipes do país (sobretudo em duelos com brasileiros), considerou lance normal de jogo o choque entre o defensor celeste e o goleiro xeneize Andrada e, por consequência, injusto o cartão vermelho. Resultado: o Cruzeiro reclamou na Conmebol e a entidade sul-americana acabou anulando a expulsão uma semana depois, liberando Dedé para atuar no jogo de volta, no Mineirão.

Em janeiro deste ano, a polêmica foi em gramados ingleses. Pela partida de ida da semifinal da Copa da Liga Inglesa, o Tottenham derrotou o Chelsea, em Wembley, por 1 a 0. O gol, de Harry Kane, saiu de pênalti marcado com ajuda do auxiliar de vídeo. Inicialmente, o árbitro Michael Oliver havia assinalado impedimento na jogada, porém, em consulta ao VAR, foi informado que Kane não estava em posição irregular. Assim, o pênalti foi confirmado. Após a partida, contudo, o Chelsea mostrou uma imagem de seu próprio sistema que sugeria que o camisa 10 do Tottenham estava de fato adiantado.

No sábado, a bronca foi no futebol paulista. O primeiro jogo da história do Campeonato Paulista com o uso do auxiliar de vídeo terminou com revolta do Palmeiras. Pela rodada de ida das quartas de final do estadual, o alviverde empatou por 1 a 1 com o Novorizontino, cujo gol foi considerado irregular pelo time da capital, mas confirmado pela arbitragem depois de consulta ao VAR. Os palmeirenses alegam que, na jogada em questão, a bola bateu no braço de Murilo Henrique, o que deveria invalidar o lance. Para o árbitro e os responsáveis pela avaliação das imagens, a bola bateu na barriga do jogador do Novorizontino.

Ironicamente, a partida de volta, na noite de terça-feira, terminou com goleada do Palmeiras por 5 a 0, sendo que o terceiro gol saiu de um pênalti marcado após consulta ao VAR a respeito de toque da bola na mão do zagueiro Everton Sena, da equipe de Novo Horizonte. Comentaristas de arbitragem, ao analisar o lance, consideraram o toque involuntário e que os palmeirenses foram beneficiados. Nada como um VAR após o outro, não é mesmo?

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