Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Bastidores da Copa: torcida da Argentina dá show no Catar

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Confesso a vocês que me senti em La Bombonera, no 974 Stadium, no jogo entre Argentina e Polônia. A torcida dos Hermanos deu um show, cantando do começo até o fim da partida, e continuando a festa no metrô e pelas ruas de Doha. Impressionante a força dessa gente, tão sofrida na América do Sul, com inflação na casa dos 120%, mas uma alegria inconteste.



Fiquei até curioso em saber como eles conseguiram vir pra cá, pois o país é tão caro e o dinheiro pelos lados dos países subdesenvolvidos, escasso. Falta emprego, comida na mesa e muito mais, porém, os argentinos superam tudo isso com sua torcida barulhenta, alegre e feliz. Cuidado com Messi e cia.

Vieram aqui para buscar o caneco, e parece que os torcedores sentem isso, tamanha a convicção.


Excesso e bebida

Na volta do estádio, já as 2h20 da madrugada - o metrô aqui fecha as 3h -, o vagão estava lotado e dois argentinos sentaram-se nas duas poltronas que ficam de frente para os trilhos, como se fossem os condutores do automatizado metrô. Porém, eles pareciam estar embriagados. Começaram a bater forte, no console, cantando músicas e incentivando os demais argentinos a cantarem.

Foi aí que entrou em ação o segurança do metrô, que pediu por duas vezes para eles não batessem ali. Como não obedeceram, o segurança ameaçou chamar a polícia, e somente assim, eles cederam. Problema maior foi para descer em Musheireb, estação de conexão.



Enquanto uma multidão saía da composição, levando tudo pela frente, até crianças, que estava do lado de fora não esperava a saída dos passageiros e entrava no vagão ao mesmo tempo. Foi uma confusão generalizada, que quase termina em briga. Felizmente, saímos todos salvos.

 

O rei do palpite

Sempre que encontro meu amigo, Thiago Reis, o famoso "serrote" (come demais), pergunto qual vai ser o placar do jogo. Na partida entre Argentina e Arábia, ele disse 4 a 0. E estava certo, pois o VAR anulou 3 gols dos Hermanos.

Ontem, o encontrei na sala de imprensa do 974 Stadium, e ele me mostrou a tabela com a classificação de seus companheiros nos palpites. Thiago tem 37 pontos, na liderança, mas Nanda, a menina do América, também tem os mesmos 37 pontos.



A liderança do "Seu Nome Seu Bairro" está por um fio, mas, se eu tiver que apostar minhas fichas, ainda aposto nele. É cavalo árabe, com certeza. Thiago Reis é um cara alegre e ótimo companheiro. Faz sucesso na TV Alterosa, junto com Renato Rios Neves, com "O Bonde dos Carecas".

 

Seedorf e Milla


Tive a oportunidade de encontrar no hotel Fifa dois grandes gênios da bola e ídolos: Clarence Seedorf e Roger Milla. O holandês é casado com uma brasileira e fala o português fluente. Fui elogia-lo, em inglês, e ele perguntou de onde eu era. Eu disse que era brasileiro e americano, então ele disse: "vamos falar em português, pois assim você me diz se estou falando bem". Um gentleman, um lorde e um dos gênios que vi jogar.

Logo depois foi a vez de Roger Milla, ídolo de Camarões. Aí quem treinou o francês fui eu. Ando distante da língua, mesmo porque estou me aprofundando ainda mais no inglês, para falar como a juventude dos Estados Unidos, fala. Fiz 3 perguntinhas a ele, que elogiou minha "fluência no francês".



Agradeci, tirei uma foto e disse que ele representava a ascensão não só do futebol do seu país, como de toda a África. Outro ser humano especial.

 

No clima do Brasil


Os voluntários que estão trabalhando aqui na Copa do Catar são de uma gentileza ímpar. Sempre solícitos e sorridentes-, a maioria fala o inglês arrastado-, mas não deixa de se comunicar. Alguns a gente já conhece, de tanto ir ao mesmo estádio, e eles já ensaiam palavras em português. Boa tarde e boa noite a gente já ouve. Muito obrigado, também.

Das oito Copas que cobri, in loco, 10 na carreira, confesso que esta Copa é das melhores, se não for a melhor, em termos de organização, qualidade, transporte e infraestrutura. Os catarianos e outros povos que aqui atuam como voluntários, têm sido de uma presteza ímpar e a gente só pode agradecer aos organizadores do Mundial, por tanta gentileza.

 

Andres Sanchez, um pai

Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians, é um "pai" e um grande amigo de Ronaldo Fenômeno. Responsável por ter levado o Fenômeno para o Corinthians, Andres esteve com ele no hotel Fifa, fazendo várias reuniões, pois segundo ele, Ronaldo sempre o ouve e não costuma fazer negócios sem consultá-lo.



Andres está no mesmo hotel do presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro, e não deixa de ser uma atração, pois já foi diretor de seleções na época em que Mano Menezes foi técnico. A propósito, a notícia de que ele voltaria junto com Mano, não procede.

Andres não quer nenhum cargo no momento, e tem pretensões maiores. Ele guarda em segredo tais pretensões. E em nenhum momento houve qualquer conversa com o presidente da CBF e não haverá, pois Mano Menezes não tem o perfil que o novo dirigente quer.

Um técnico que possa resgatar nosso verdadeiro futebol. Fernando Diniz é a bola da vez. Se não for ele, o português, Jorge Jesus é o preferido.