Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

A transformação do Atlético em SAF será a redenção do clube

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A transformação dos clubes em SAF é uma realidade que aporta em cada instituição, a cada mês. O Vasco com a parceria com a 777 Partners é a mais nova sociedade anônima do futebol e só tem a ganhar com isso. Cruzeiro, Botafogo, Bragantino e outros já estão se estruturando como empresas.



É claro que a transformação não é de uma hora para outra, principalmente, por causa das altas dívidas dos clubes, mas, aos poucos, vai-se ajeitando, e colhendo os frutos da nova realidade. O Flamengo, pelo que conversei com gente ligada a diretoria, não admite essa possibilidade, por ser superavitário e arrecadar mais de R$ 1 bilhão por ano. Entretanto, acredito que, num futuro bem próximo, não haverá saída e o rubro-negro, dono de uma torcida de 45 milhões, acabará cedendo à pressão do mercado.

Na segunda-feira, em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente do Atlético, Sérgio Coelho, falou sobre a dívida de R$ 1,3 bilhão, a maior entre os clubes brasileiros, e também da possibilidade de o Atlético virar empresa. Disse que se “não fossem os 4Rs, Rubens Menin, Ricardo Guimarães, Rafael Menin e Renato Salvador, o projeto Atlético não estaria andando e não seria vencedor, e que se não houvesse aporte financeiro deles, o Galo, com certeza, estaria na segunda divisão.”

O presidente alvinegro falou a maior verdade, e exatamente por isso, seu clube já trabalha para virar empresa. Porém, com os pés no chão, sabedor de que a marca Atlético é valiosa, só aceita conversa que fale de R$ 1 bilhão pra cima, sendo que o clube ainda ficaria com 49% da SAF. Com certeza haverá interessados, pois o Atlético é um time de massa e entrou no cenário nacional para conquistar taças, haja vista a bela campanha da temporada passada.





Eu tenho uma sugestão, que certamente vai agradar aos atleticanos. Pelo amor ao clube e pela ajuda infinita que dão, por que Rubens e Rafael Menin, juntamente com Ricardo Guimarães, não entram nessa parceria e adquirem um percentual da SAF, quando for instalada? Não vejo nomes melhores no mercado. São atleticanos de quatro costados, bilionários e o clube tem dívidas com eles. Acredito que, com mais um parceiro, que venha de fora, tornariam o Atlético ainda mais gigante, em condições de ganhar tudo o que vai disputar. A inauguração da Arena MRV, ano que vem, vai mostrar a grandeza do clube para o mundo, uma arena em nível de Europa, de causar inveja até em clubes de lá.

Mandei uma mensagem para Rubens Menin, de que iria abordar esse tema. Ele me disse: “Jaeci, na verdade, isso não está no nosso radar”. “Mas é claro que uma boa conversa entre os 4Rs, o presidente, Sérgio Coelho e o vice, José Murilo Procópio, poderia convencê-los a mudar de ideia. 

O ex-presidente, Ricardo Guimarães pensa como Rubens Menin: “Eu acredito que eu e o Rubens não deveremos ser donos do Atlético. Os investidores da SAF não deveremos ser nós", disse. O clube estar nas mãos de quem realmente o ama é uma grande vantagem. Além do que, são empresários ultra bem-sucedidos no mercado nacional, competentes e donos de fortunas. Claro que eles ajudam há tempos, mas, sendo donos, poderiam fazer ainda mais. Essa ideia de o clube ter 49% é interessante pois, com uma torcida apaixonada como a do Galo, preservar decisões com uma diretoria atuante é uma boa escolha.





Os clubes brasileiros se endividaram de uma maneira absurda. Várias gestões equivocadas nos quatro cantos do país, deixaram as instituições quase a beira da falência. Vários são os planos de Refiz dos governos que até aqui não deram certo. Portanto, a chegada de empresas que possam gerir os clubes com a razão acima de emoção será fundamental. CEOs contratados para darem lucros e taças, trabalhando com um orçamento do qual não poderão fugir.

Executivos que visem realmente o melhor para o clube, sem que haja interferência de empresários em negociações de jogadores, gestões transparentes, prestando contas. É assim que os clubes-empresas vão funcionar. É realmente uma empresa, que sabe que se arrecadar R$ 500 milhões e gastar R$ 1 bilhão, a conta não vai fechar. Responsabilidade fiscal e transparência serão as marcas dos clubes-empresa.

Os torcedores devem se inteirar de como realmente funciona o clube-empresa, para que possam ajudar na estruturação e a entender que quando um grupo for fechado, no começo da temporada, é com aquele grupo que o clube irá até o fim do ano. Que não haverá contratações a cada vez que a equipe não estiver bem, e que nenhum dinheiro será posto a mais, do que aquele que foi determinado no orçamento.



Haverá anos bons e ruins, mas nada poderá alterar o que foi traçado, o que foi proposto no começo da temporada. No caso do Atlético, embora a dívida seja a mais alta entre os clubes, se houver um investidor interessado em por R$ 1 bilhão no clube, já resolverá quase todos os problemas, e, vale lembrar, que com a inauguração da Arena MRV, tudo o que girar em torno do espetáculo irá para os cofres do clube, e isso é um excepcional ganho.

Claro que o estádio custa uma fortuna, bem acima do calculado, e terá que ser pago em sua totalidade, mas nada que não esteja equacionado pelos atuais dirigentes. Enfim, fica a minha sugestão para que Guimarães e Menin sejam um dos donos do clube, tão logo se transforme em empresa. Quem vai ganhar com isso é o Atlético e sua torcida, pois terão dois empresários competentes e de qualidade, além, de torcedores de quatro costados que são. Vocês, atleticanos, concordam comigo?