Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

A Libertadores perde força e prestígio

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O América chega à Copa Libertadores pela primeira vez em sua história. Com 53 pontos, menos de 50% de aproveitamento numa competição com 38 rodadas. Bragantino, com 56 pontos, Fluminense com 54 e Corinthians com 57 também chegaram.



Vejam bem: 38 jogos x 3 pontos dá um total de 114. O que significa dizer que o Timão fez 50% dos pontos, e os demais citados, abaixo disso. É ou não preocupante o futebol brasileiro? Nada contra a campanha do América, que conseguiu um feito inédito, mas a pontuação dos clubes é realmente baixa. É sabido que as entidades só desejam ganhar dinheiro, e incham as competições.


Teremos nove clubes brasileiros na Pré-Libertadores e Libertadores, o que implica dizer que a qualidade do torneio vai lá pra baixo. Quando você quantifica uma competição, você corre o risco de ter um nível técnico baixo, e é isso o que temos visto a cada ano na Libertadores.

Se ela fosse disputada por 20 clubes, por exemplo, os campeões e vices de cada país, teríamos um torneio de alto nível técnico e muita qualidade. Mas isso não daria dinheiro a Conmebol. Então, que se dane o futebol, a entidade quer é faturar.



Com esse número excessivo de vagas, dificilmente o futebol brasileiro ficará fora de uma final. Já decidimos as duas últimas edições e a tendência é estarmos na final com dois clubes brasileiros mais uma vez. Eu prezo sempre pela qualificação e não quantificação.

O futebol sul-americano agoniza, haja vista a fragilidade das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Tirando Brasil e Argentina, aliás com futebol pobre também, as demais seleções estão abaixo de qualquer crítica. Entretanto, vivemos um momento de revolta da população e, principalmente, dos torcedores de futebol. Eles querem ganhar a qualquer preço e, assim como a Conmebol, estão na política de quanto mais fraca a competição, melhor.

Os clubes também entram na Libertadores visando lucros. Fazem cálculos de quanto arrecadarão por jogo e isso é o que importa para eles. A qualidade que se dane. Uns entram com a consciência de que não irão longe e qualquer migalha que entrar nos cofres está ótimo. Outros têm pretensões maiores.



Enfim, esse é o futebol que se pratica na América do Sul. Pobre, com pouca técnica, sem nenhum craque ou extraclasse, com vândalos e bandidos frequentando as arquibancadas, se digladiando e matando pessoas. Esse é o nosso falido e arruinado futebol. E a “geração nutella”, que não viu os verdadeiros craques, se contenta com isso.

Outro dia, conversando com um comentarista, que jogou muita bola, ele me disse: “Jaeci, o que se pratica no Brasil e América do Sul em geral é tudo, menos futebol”. Ele tem razão. Estamos num processo de declínio que parece não ter fim. Enquanto não voltarmos a investir pesado, nas divisões de base, não chegaremos a lugar nenhum.

E vamos manter a política de contratar jogadores que são mandados embora da Europa e demais centros por não terem mais condições de atuar. Porém, no futebol brasileiro reinam como se fossem craques. Pobre futebol! Tão maltratado e ultrajado!

audima