Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Os árbitros erram a favor e contra. Eles são humanos e ruins

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O Atlético foi prejudicado pelo árbitro paranaense Paulo Roberto Júnior, que deixou de dar um pênalti claro em Zaracho, que teve a camisa puxada dentro da área, e ignorou os outros dois, no segundo tempo, que, felizmente o VAR consertou, o chamou e ele foi obrigado a rever o erro. No pênalti no Zaracho, me causou espécie perceber que o VAR sequer acionou o apitador. Bastou isso para a torcida do Galo e seus dirigentes gritarem aos quatro cantos que “seu time está sendo garfado”. Muita calma nessa hora. É sabido que os árbitros erram contra e a favor de todas as equipes.





Para não ir muito longe, o VAR anulou um gol do Boca, no jogo de ida da Libertadores, que a grande maioria da mídia, comentaristas de arbitragem e torcedores não “doentes” do Atlético, não concordou. A possível carga do atacante do Boca no zagueiro Nathan não teria tido a força suficiente para deslocar o zagueiro. Isso custou a eliminação do Boca. Culpa, do Galo? Não. Culpa de uma arbitragem ruim e falha.

O problema do Atlético e de atleticanos mais fanáticos, é que há um complexo com a arbitragem, como se fosse ela a culpada pelos 50 anos sem o bi do Brasileirão. Sim, o Galo foi prejudicado em alguns anos, como em 1985, em que Reinaldo fez o gol e o goleiro Rafael, do Coritiba, pegou a bola um metro dentro do gol (não havia o recurso do VAR), quando Índio, do Corinthians, jogou basquete dentro de sua área, em 1999, e o árbitro não marcou a penalidade, e em outras mais.

Porém, alguém vai dizer que houve má intenção dos árbitros? Não acredito nessa teoria da conspiração. O Inter foi prejudicado contra o Corinthians, em pênalti não marcado em Tinga, que ainda foi expulso, lembram-se? O Botafogo ganhou um título brasileiro, em 1995, com gol em impedimento de Túlio. O único gol verdadeiro e que deveria ter valido foi o de Camanducaia. Erros crassos, curiosamente do mesmo árbitro, que aliás, era excelente, mas errou em lances capitais. Errou porque é humano, jamais venal.





E houve aquela lambança do José Roberto Wright, que expulsou meio time do Atlético, em jogo contra o Flamengo, semifinal da Libertadores, no Serra Dourada, em 1981. Daquele dia em diante, o atleticano passou a odiar o Flamengo e sua torcida, como se Zico, Andrade, Adílio, Júnior, Nunes e cia fossem os culpados. Fla e Galo eram dois timaços, que se jogassem 10 vezes, cada um venceria quatro jogos e teríamos dois empates.

Zico, em entrevista a mim, disse: “Alguém acha que a gente não queria jogar? Nós queríamos jogar, pois Flamengo e Atlético Mineiro eram os dois melhores times do Brasil. Não temos culpa de erros de árbitros. Peguem o lance. Reinaldo, meu companheiro de seleção, me deu uma rasteira, e o Wright havia avisado que o primeiro que fizesse falta desleal seria expulso. Que culpa nós temos?”.

A verdade é que os árbitros erram a favor e contra. Na América do Sul ou na Europa. Até hoje os alemães não sabem se aquela bola da final da Copa da Inglaterra, vencida pelos ingleses por 3 a 2, em 1966, entrou. Nem por isso, os alemães têm ódio dos ingleses. “O futebol é a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida”. O Galo está fazendo belíssima campanha, está com a faca, o queijo e a goiabada na mão para ser bicampeão brasileiro, e deve se preocupar em jogar bola. A diretoria tem que ter o equilíbrio e a serenidade para tocar o projeto, sem insinuar armação de A ou B. Sei que a maioria não gosta de ouvir verdades, pois hoje há “blogueiros, youtubers e outros ligados ao clube que são releases dos próprios.





Gente que sequer formada é, que fala e escreve barbaridades. São torcedores fanáticos mesmo, e esses não merecem crédito. O Galo será campeão brasileiro, e, como muito bem diz meu amigo Chico Maia, companheiro de tantas coberturas internacionais com a Seleção, e atleticano de quatro costados, o resto será perfumaria. Atleticanos: foquem no título que vocês não veem há 50 anos. Comemorem quando ganhá-lo, e esqueçam a amargura. O momento mais nobre do futebol é quando um clube levanta a taça e comemora, sem rancor ou mágoas. Esse é o grande segredo.


audima