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COLUNA DO JAECI

Tóquio 2020: Olimpíada mais fria que a de Moscou

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Estamos vivendo uma Olimpíada de pandemia e muita tristeza. Os próprios japoneses são contra os Jogos de Tóquio e fazem protesto, ainda que discreto, já que as leis japonesas são bem severas.

Estive quase de malas prontas para cobrir o evento. Minha credencial chegou, e eu estava animado para minha sexta Olimpíada. Porém, avaliando com meus diretores, achamos por bem que eu não fosse.



Mesmo vacinado com as duas doses da Pfizer, era um risco, já que aos 61 anos não sou mais nenhum garoto. E, para confirmar que eu não deveria ir mesmo, peguei a COVID-19 num jantar para cinco casais, no qual havia uma pessoa contaminada.

Vejam o que é essa doença. Nos Estados Unidos, nos mandaram tirar a máscara, desde que estejamos totalmente vacinados, com as duas doses. Fomos à Universal Studios, fiquei três meses me confraternizando com pessoas e nada peguei. Mas, num jantar com todos vacinados, o vírus nos pegou. Como consequência, passamos para os nossos filhos.

Graças a Deus estamos quase curados. Falta pouco. Mas, daqui pra frente, ainda que me garantam estar totalmente imunizado, vou voltar a usar máscara e evitar aglomerações.

Se os cientistas e médicos têm dúvidas quanto à doença, imaginem nós, que somos leigos. De uma coisa tenho certeza: a vacina salvou nossas vidas!

Em Tóquio podemos dizer que é a Olimpíada da tristeza. O mundo não está interessado nela, e o mais correto teria sido o cancelamento. Sabemos, porém, que o dinheiro para os investidores vale mais que nossas vidas.



Então, resolveram fazer o evento, ainda que com riscos e várias pessoas já contaminadas por lá. Além disso tudo, há o desinteresse pelo horário. Madrugada no Brasil. O povo quer comida, emprego, vacina. Não quer ver provas de saltos, vôlei, futebol ou qualquer outro esporte. Estamos carentes de amor, afeto, certezas, não de jogos.

O COI deveria ter esticado a Olimpíada de Tóquio para 2024 e empurrado Paris e Los Angeles para 2028 e 2032. Porém, manteve Paris em 2024, Los Angeles em 2028 e anunciou Brisbane, na Austrália, em 2032. Cobri a Olimpíada de Sidney, em 2000. Foi uma das mais bem organizadas e competentes.

Adoro os Jogos Olímpicos. Atlanta foi espetacular. Sidney, Pequim, Londres e Rio de Janeiro. Foram as cinco que cobri. Espero estar com saúde e disposição para cobrir as três próximas. Como escrevi outro dia, quero morrer no palco, trabalhando na profissão que escolhi e que amo. Porém, sem pandemia, sem vírus, sem medo.



Que Tóquio consiga chegar ao último dia dos Jogos em paz e com poucos casos de COVID-19. Infelizmente, estamos vivendo o pior período da vida da nossa geração e dos mais jovens. Se Deus quiser vai passar. Mas me desculpem os japoneses, estou mais interessado nas vacinas, na cura da COVID, do que em qualquer outra coisa.

Nem mesmo o jogo da Seleção de futebol eu assisti. Primeiro, porque estou me recuperando da doença. Segundo, porque essa Seleção não me representa. Simples assim!

Cruzeiro, terra arrasada


Destruíram o Cruzeiro de uma maneira que parece não ter mais conserto. Falam em falir e refundar o clube, mas ainda penso que alguém com capacidade de gestão seria a melhor forma de não deixar esse gigante morrer. Os títulos e a história do Cruzeiro não se apagam enquanto o clube existir.

Sei que o ser humano é vaidoso por natureza, mas, nesse caso, não há espaço para isso. É preciso que a atual diretoria, que já provou não entender nada de futebol, dê vez a quem entenda, ou contrate um CEO para fazer esse trabalho.

Não adianta mudar treinador. O problema é de gestão ruim e de falta de jogadores de qualidade. Sei que o atual mandatário tem as melhores intenções, pois é cruzeirense roxo. Porém, somente isso não adianta. É preciso conhecer futebol e ter competência para formar um time à altura da tradição desse gigante. A Série B em 2022 é realidade, mas existe o risco de cair para a C. E ele é iminente.



audima