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Estado de Minas coluna do jaeci

Rumo à reta final, Brasileiro ferve com dança de favoritos

Mesmo com o Internacional na liderança, o Atlético segue vivo na briga pelo título nacional, apesar de Sampaoli


28/01/2021 04:00

O Atlético liderou várias rodadas do Brasileirão e agora, faltando seis partidas, segue à caça do Internacional(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
O Atlético liderou várias rodadas do Brasileirão e agora, faltando seis partidas, segue à caça do Internacional (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)


Faltam seis rodadas para o fim do Brasileirão e somente Flamengo e Grêmio, que jogam hoje, tem um jogo a menos. Assim que a partida acabar, na Arena do time gaúcho, quase todos terão 32 jogos (ainda restarão Corinthians e Bahia com 31). O Inter lidera, com 52 pontos, seguido pelo São Paulo, com 58, e pelo Galo com 57. Se o Flamengo, que tem 55, vencer, ultrapassa o time mineiro, chegando aos mesmos 58 do São Paulo. Vi muita gente apontando o time paulista como campeão. Bastaram alguns tropeços para apontarem o Inter, que venceu oito jogos seguidos. O Galo, que liderou boa parte da competição, é falado por uns poucos. Já o meu Flamengo, esse eu aposto que não será campeão. Dos quatro com chances, na minha visão, é o que tem menos possibilidades. Vai pegar pedreiras pela frente, além de ter um técnico instável e um grupo que, teoricamente é o melhor do Brasil, mas que na prática não confirma isso. Se analisarmos a tabela, vamos perceber que o Galo é quem tem os adversários, teoricamente, mais fracos. Porém, todos brigando para não cair. Isso pode ser um complicador. Domingo, por exemplo, vai encarar o Fortaleza no Mineirão. Se quiser pensar em ganhar a taça, tem de vencer nem que seja de “meio a zero”.

O Galo é curioso. Como dizem alguns dos meus seguidores nas minhas redes sociais, é o “Robin Hood”, pois venceu a maioria dos grandes times e entregou pontos aos menores. Tudo isso graças à instabilidade do técnico argentino Jorge Sampaoli. A cada jogo ele muda o time. Numa partida vai com três zagueiros. Na outra, com dois. Na seguinte com apenas um volante. Na outra, com o lateral de meio-campo. Essa instabilidade fez o Galo perder pontos importantes no campeonato mais fraco da história. E, vale lembrar, que no jogo atrasado com o Santos o Atlético atuou contra 10 reservas, pois o time santista está na final da Libertadores. Só mesmo no Brasil isso ocorre, pois na Europa, pelo fair-play e respeito à competição, os clubes são obrigados a pôr o time titular até a última rodada. No Brasil é essa bagunça. Claro que quem jogou contra o Santos titular teve mais dificuldades. Equipes perderam pontos preciosos. O Galo não tem nada com isso. Cumpriu seu papel, foi a campo e venceu. Deitou e rolou no primeiro tempo, mas teve dificuldades na etapa final. Esperava-se uma goleada, mas os 2 a 0 foram suficientes para manter acesa a chama pelo título.

Se eu tivesse muito dinheiro para apostar em que seria o campeão, apostaria apenas em duas equipes: Internacional e Atlético, justamente as que não tocam no troféu desde a década de 1970. E olha que lá atrás, ainda com Coudet, eu descartei o Inter, por achá-lo um time fraco e bem comum. Já o Galo, com todos os defeitos de Sampaoli, se manteve entre os ponteiros o tempo todo e liderou boa parte da competição. Se Sampaoli fosse menos teimoso e um técnico vencedor, estaria praticamente campeão. Apesar dele e com ele, o Galo tem grandes chances. Vejam o contraditório. Mesmo achando Sampaoli um técnico fraco, eu ainda apostaria no Galo campeão. É porque sei que a participação de um treinador numa equipe é de 10% a 15%. Os outros 85% pertencem aos jogadores. E se o grupo quiser e se fechar pelas seis vitórias, é possível, sim. O Galo não depende mais dele, pois Inter e São Paulo precisariam perder, mas é bem provável que percam uns dois jogos. O difícil é saber se o Galo vencerá três jogos seguidos, por exemplo. Aí é que está o X da questão.

O campeonato é nivelado por baixo. Outro dia, um internauta me disse que estava emocionante e que era o melhor campeonato do mundo. Discordo. Gosto da Premier League, em que vários times já lideraram, e o nível técnico é altíssimo. Acompanho quase todos os jogos de lá e vejo um futebol bonito. Sei que a cultura do brasileiro é a de vencer a qualquer preço, jogando feio mesmo. Porém, sou da escola de Carlos Alberto Silva, Telê Santana e Vanderlei Luxemburgo. Não posso gostar do que é ruim. Prefiro perder jogando um belo futebol, como ocorreu com a Seleção de 1982, a ganhar jogando feio. Isso é questão de gosto, não quer dizer que eu esteja certo. A geração nutella, essa que não respeita o passado das pessoas, quer ganhar, nem que seja com gol de mão. Por isso o país está de cabeça para baixo, sem um grande líder na política, na música, na televisão, em todos os segmentos da sociedade.

Acho que o papel do torcedor do Galo é acreditar até o fim, mais do que nunca. E digo mais: os que eram apaixonados por Sampaoli e que hoje o detestam, com certeza vão amá-lo novamente, caso seja campeão brasileiro. O torcedor é passional. Nós não podemos ser. Se o Galo for campeão, vou manter a minha posição de coerência em dizer que será campeão, apesar de Sampaoli. Vejo o futebol de forma diferente. E, cá pra nós, vou torcer por Galo ou Inter. Pelo Galo, por questões óbvias, pois sou colunista do maior jornal do estado e tenho um compromisso com os meus leitores. Pelo Inter, caso não dê para o Galo, pelo fato de o time colorado estar na fila há tanto tempo e por entender que Abel merece uma segunda chance, depois de ter sido considerado acabado para o futebol. Vale sempre lembrar o drama familiar pelo qual ele passou, perdendo seu filho mais novo. Como diz um amigo meu: “Deveria haver uma lei de Deus que não permitisse, jamais, que um filho fosse embora antes dos pais”. É desumano, devastador. Minhas irmãs perderam filhos. É uma tragédia sem precedentes, uma dor que não passa nunca, uma ferida aberta para sempre. E, para fechar, aquela velha frase que jamais esqueci: “O futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes da vida”.

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