Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

O futebol brasileiro e seus jogadores mercenários

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O futebol brasileiro virou uma “mãe” para jogadores mal-intencionados e decadentes. Todos os dias, vemos nas manchetes dos jornais jogadores ou “ex-jogadores em atividade” cobrando os clubes brasileiros na Justiça. O que não falta é advogado de porta de cadeia para defender essa gente. São jogadores que juram amor eterno em cada clube que chegam, e que, normalmente, saem pela porta dos fundos. Não preciso citar nomes. Os exemplos estão aí, de Norte a Sul do país. A má fé é óbvia. Claro que a culpa não é só deles, mas também de quem os contratou. Mas o prejuízo aos cofres dos clubes é algo imoral! Quando a Europa manda um jogador embora, é porque não há mais o que tirar dele. Isso é fato!

Porém, mal administrados e geridos, os clubes brasileiros os contratam pagando salários do Velho Mundo, que, normalmente, não conseguem cumprir. No fim das contas, o cara deixa o clube e vai à Justiça pedir o que tem direito e o que não tem. Jogadores inexpressivos também ganham fortunas na Justiça, amarrados por contratos mal-feitos, lesivos aos clubes. Chega de contratar restolhos vindos da Europa. É prejuízo certo. Os torcedores deveriam fazer protestos, pacíficos, toda vez que um clube contratar um “ex-jogador em atividade”. Porém, ao contrário disso, vão ao aeroporto receber o cara. Estou falando dos bandidos travestidos de torcedores, pois o torcedor anônimo, aquele que ama o clube de verdade está trabalhando e não tem tempo de ir ao aeroporto recepcionar ninguém.





Enquanto houver essas administrações amadoras e caóticas, o futebol brasileiro não vai melhorar. Não me canso de cobrar a transformação dos clubes em empresas. É a única solução para tornarmos o nosso futebol sério, transparente e rentável. O que leva uma pessoa a ficar 24 horas por dia por conta do clube, sem receber um centavo de remuneração? Até hoje, ninguém me deu uma resposta convincente. É muito estranho você largar suas atividades para gerir o clube. Os que ainda mantêm suas coisas e dedicam parte do dia ao clube, eu relevo. Mas, há casos em que o cara vivia por conta do clube. Se não recebia nada por isso, alguma vantagem tirava. Há alguns casos de gente apaixonada de verdade, que tem história nos clubes, alguns milionários, que realmente têm a expectativa de fazer algo melhor. Porém, há vários casos de dirigentes que entraram nos clubes com uma mão na frente e outra atrás, e saíram ricos!

Somem os prejuízos causados por ações trabalhistas e verão que os clubes poderiam ter usado o dinheiro para formar jovens talentos, nas divisões de base. Porém, a base não dá visibilidade, não há como fazer média, e, dessa forma, os dirigentes gastam com os profissionais, e de forma equivocada. Quantos treinadores, enganadores, contratados a peso de ouro, são mandados embora e entram na Justiça, pedindo até o que não têm direito? Mano Menezes rebaixou o Cruzeiro para a Série B e está cobrando uma boa grana na Justiça. Não sei se é direito dele, realmente, mas, se for, por que ele não deixa a ação pra lá, já que rebaixou o clube e está milionário? Bem feito para o Cruzeiro, que recontratou um cara que já tinha lhe dado uma banana, indo para a China, onde ganhou em sete meses, segundo ele próprio, uma fortuna para viver tranquilo para o resto da vida. Foi mandado embora com 210 dias de trabalho, e o Cruzeiro o recebeu, de braços abertos. O resultado está aí. Mais uma ação na Justiça.

Não tiro a responsabilidade dos clubes, principalmente os que atrasam salários, mas há jogadores que atuaram em cinco jogos, ficaram na turma do “chinelinho” durante meses e assim que são mandados embora, recorrem à Justiça. Olhem só em Minas Gerais, em Cruzeiro e Atlético, quantos jogadores já arrancaram verdadeiras fortunas dos cofres dos clubes, na Justiça. Por isso, sou a favor do clube-empresa, do investimento nas divisões de base dos clubes, na contratação de CEOs remunerados, para tocarem as negociações, tirando das mãos de diretores de futebol, pilantras, que se enriquecem, dividindo comissões com empresários. E os presidentes têm que ser remunerados também. Dar lucros e taças. Não há outro caminho para os clubes brasileiros.

E que os torcedores anônimos aprendam que repatriar jogador do exterior dificilmente dá certo. Isso significa, na maioria dos casos, prejuízo certo para os clubes. O futebol brasileiro está correndo o risco de ter apenas dois ou três times em condições de ganhar taças. O resto, vai continuar figurando nas competições, iludindo os torcedores, com grupos fracos compostos por gente que vem da Europa, ganhando fortunas, com pouco futebol a mostrar. Os exemplos são muitos. A solução é simples: clube-empresa, presidentes e CEOs remunerados e investimento pesado nas divisões de base. Chega de tanto amadorismo. O mundo mudou e, depois da pandemia do coronavírus, que fragilizou a economia do mundo todo, não dá mais para os clubes pagarem salários irreais, incompatíveis com a realidade econômica do Brasil. Por isso, a grande maioria está quebrada e de pires na mão, mendigando cota de TV antecipada! CHEGA! BASTA!

SAMPAOLI

Reafirmo que o técnico Jorge Sampaoli jamais esteve nos planos de qualquer diretor do Flamengo. Por meio de enquetes, a torcida sim, votou em Marcelo Gallardo, do Ríver, como primeiro nome, Leonardo Jardim, como segundo, Marcos Vieira, como terceiro, e Sampaoli, em quarto lugar na preferência dos torcedores. Portanto, deixem o Sampaoli quieto no Atlético, para que ele possa desenvolver o trabalho para o qual foi contratado. Ele é a esperança de uma gigante e apaixonada torcida, que sonha com a conquista do brasileiro, que não acontece há 50 anos. Particularmente, acho Sampaoli melhor que a maioria dos técnicos brasileiros, mas bem abaixo dos europeus. Fracassou na Seleção Argentina, que tem, simplesmente, Messi, seis vezes o melhor do mundo, e um baita time. Que seja feliz no Atlético.