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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

O futebol praticado no Brasil não é o que nos tornou pentacampeões!

O futebol brasileiro agoniza, não por causa da COVID-19, mas pela incompetência de dirigentes, técnicos e jogadores


postado em 17/05/2020 04:00 / atualizado em 16/05/2020 22:16

A bola não rola por gramados brasileiros desde a suspensão dos campeonatos por causa da pandemia do novo coronavírus(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u201318/4/16)
A bola não rola por gramados brasileiros desde a suspensão dos campeonatos por causa da pandemia do novo coronavírus (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u201318/4/16)

Os dirigentes estão ávidos para ver a bola rolar. Alguns parecem não se importar com vidas, números de mortos pela COVID-19, nem tampouco com o pico da pandemia, que deve ocorrer no começo de junho. O Brasil caminha para ser um dos países com o maior número de mortos, ficando atrás de Estados Unidos, Itália e França pelo menos por enquanto, e tem gente que não está nem aí. Covas coletivas para eles devem ser uma coisa comum, assim como corpos empilhados em sacos plásticos, em caminhões frigoríficos. A vida no Brasil foi banalizada há tempos. São mais de 50 mil mortos, todos os anos, por arma branca ou arma de fogo, e a sociedade passou a conviver com isso como se fosse comum. Mata-se mais no país, todos os anos, do que nas guerras mundo afora.

Mas os presidentes de clubes só pensam neles, no seu umbigo, com raras exceções. Querem pôr a culpa da quebradeira de seus times na pandemia, quando, na verdade, a maioria gere de forma amadora, alguns de forma venal, demonstrando total incompetência para a matéria. Tem gente que acha que ser torcedor é a mesma coisa que dirigir clube. Acha que só com o amor e a paixão vai dar conta do recado. Não é assim. Futebol no Brasil nunca foi levado a sério e caminha para cair no descrédito.

Tenho conversado com vários torcedores, via rede social, e vejo que a maioria está desiludida. Ninguém aguenta mais ver os salários irreais pagos nos país, que tem uma economia quebrada, um PIB negativo e mais de 40 milhões de pessoas vivendo na miséria. Já tem gente repensando o sócio-torcedor, percebendo que o dinheiro gasto vai fazer falta para produtos básicos para a sobrevivência. O futebol ficou caro no país depois da construção de arenas (algumas viraram elefantes brancos após a Copa de 2014), e não dá mais para o trabalhador tirar R$ 100 do orçamento para ver o time jogar.

Com o desemprego em massa e a economia arrasada por causa da COVID-19, acho que vai demorar para vermos um estádio cheio, talvez não vejamos mais. Mesmo quando todo esse pesadelo passar, pergunto: você se teria coragem de levar seus filhos, sua mulher, sua mãe, seu pai, ou você mesmo ir a um estádio? Ainda não há vacina para combater esse vírus terrível e mortal. Não sabemos quando será criada ou estará no mercado à disposição da população.

Espero que nesses 60 dias de confinamento o povo brasileiro tenha refletido sobre seus valores e sobre o futebol. Vale a pena gastar um dinheiro que não tem para ver esses pernas de pau jogarem? Assistir a essa mediocridade toda quarta e todo domingo?

Técnicos enganadores ganhando fortunas e ficando ricos em quatro anos de trabalho. Futebol de retranca, de marcação. Chega! Não aguentamos mais esses treinadores que fecham treinos para esconder da imprensa que não sabem nada. Chega de dirigentes contratando jogadores medianos, ganhando fortunas, pulando de um clube para o outro sem dar retorno. Chega de atacantes marcando 12 gols por temporada, quando deveriam marcar, no mínimo, 40 gols em 70 jogos. No mínimo.

E ainda vem gente dizer que Giroud e Gabriel Jesus, dois atacantes que não marcaram gol na Copa, foram importantes para suas seleções. Giroud ainda foi campeão do mundo. Jesus voltou com o rabinho entre as pernas, pois é um jogador bastante comum. Reserva de Agüero há anos, é titular de Tite, como Philippe Coutinho. É esse futebol que merece o seu dinheiro, torcedor?

Se for, vou concordar com o ministro Paulo Guedes, que disse que “somos 200 milhões de trouxas, explorados por seis bancos brasileiros”. Acrescento, pondo-nos como 220 milhões de idiotas torcendo por um futebol medíocre, com times medíocres, dirigentes medíocres, jogadores medíocres. Não temos mais Reinaldo, Cerezo, Palhinha, Dirceu Lopes, Joãozinho, Nelinho, Zico, Romário e Ronaldo. Temos Neymar, na Europa, e, por aqui, ninguém. Entenderam?!

Se isso satisfaz vocês, continuem a gastar seu dinheiro suado para lotar estádios, correr o risco de contrair o coronavírus, e ver uma pelada, em que a bola rola 45 minutos de um total de 95, com os acréscimos. Houve um jogo no Brasileirão, não me lembro as equipes, em que tivemos 110 faltas. É um absurdo.

O futebol brasileiro agoniza, não por causa da COVID-19, mas pela incompetência de dirigentes, técnicos e jogadores. Vamos nos livrar desse maldito vírus, trabalhar para recuperar a economia e pensar nos nossos pais, filhos e netos. Se o futebol mudar para melhor e sobrar um dinheirinho, aí podemos pensar em voltar aos estádios. Esse futebol praticado no Brasil não merece nosso sacrifício, nem suor. Nem um “merreis”, como diziam antigamente, está valendo!

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