(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Parabéns aos jornalistas do EM! Chega de salários irreais no futebol

Como a economia do mundo vai sofrer uma grave recessão, tão logo o coronavírus seja controlado, quem sabe os dirigentes não repensam o futebol?


postado em 01/04/2020 04:00

Atacante Diego Tardelli retornou ao Atlético nesta temporada, depois de temporada ruim no Grêmio em 2019(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 16/2/20)
Atacante Diego Tardelli retornou ao Atlético nesta temporada, depois de temporada ruim no Grêmio em 2019 (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 16/2/20)


Vamos continuar nossa luta contra o coronavírus, é o que mais importa neste momento. A equipe do Estado de Minas tem dado um show de cobertura no nosso estado, com trabalho árduo e de muita dedicação, arriscando a própria vida para informar o nosso leitor. Como tenho colocado, o futebol neste momento está relegado a segundo plano, mas tão logo a pandemia acabe e o esporte bretão seja autorizado a voltar será preciso que os dirigentes brasileiros repensem o produto. Messi e seus colegas de Barcelona resolveram reduzir os salários em 70%, nesse período de terror no mundo. São jogadores que ganham salários exorbitantes. 

Messi, por exemplo, só em vencimentos no Barcelona fatura R$ 150 milhões anuais. Com patrocínios e campanhas, deve abocanhar algo em torno de R$ 500 milhões. Deve ser um cara na casa dos R$ 5 bilhões ou R$ 6 bilhões. Mesmo para a Europa, acho muito, pois, por mais que a economia seja forte – e sabemos que a Espanha não anda bem das pernas há tempos –, é um absurdo alguém ganhar tanto. Minha tese é de que médicos, professores e cientistas, entre outros, deveriam ganhar mais que qualquer jogador. O problema é que eles dizem que um médico, um cientista, um professor, não lotam estádios. É verdade. Mas salvam vidas, coisa que os jogadores também não fazem. Então, estamos quites!

Li no Superesportes que Diego Tardelli é o jogador de maior salário no Atlético. Segundo a matéria, R$ 300 mil na carteira, fora direito de imagem. Eu já disse que cada um deve ganhar aquilo que acha que merece, mas os clubes brasileiros não têm condição de pagar nem metade disso. Num país com economia quebrada, em que o trabalhador normal ganha R$ 1.040, salário mínimo de fome, é até um acinte. E olha que Tardelli saiu em baixa do Grêmio, pelo péssimo ano de 2019. 

Eu já disse que a única profissão no mundo em que o trabalhador "cai pra cima” é o futebol. Um treinador é demitido por uma equipe por deficiência técnica e é imediatamente contratado por outro clube, ganhando até mais. Os salários dos treinadores são irreais: R$ 1 milhão, R$ 800 mil, R$ 700 mil. E a maioria engana de galho em galho, ficando rico e o clube quebrado, sem dar o menor retorno. Como os dirigentes não têm responsabilidade fiscal, vão gastando, jogando a conta debaixo do tapete, até que outro assuma e vá empurrando pra frente. É uma bola de neve sem fim. E os clubes, com salários atrasados, cada vez devendo mais, alguns com água e energia cortados. E os trabalhadores mais humildes sem receber. É um descalabro.

Como a economia do mundo vai sofrer uma grave recessão, tão logo o coronavírus seja controlado, quem sabe os dirigentes não repensam o futebol? Não dá mais para pagar esses salários exorbitantes. Quem não aceitar, que vá jogar na China ou no mundo árabe, onde ainda se paga bem. Resta saber se chineses e árabes querem nossos jogadores, tão em baixa no mundo. E não me venham dizer que a carreira é curta, pois em 20 anos nos gramados, com salário de R$ 150 mil mensais, dá para qualquer um ficar rico e não precisar trabalhar mais. Vejam quantos anos levará um trabalhador normal para ganhar R$ 150 mil? Alguns talvez não consigam isso na vida toda! 

Vamos torcer para que a pandemia do coronavírus seja controlada o mais rapidamente possível, os empregos mantidos e o povo de volta aos seus lugares. Só peço que o trabalhador comum pare de gastar R$ 100 para ver seu time jogar. Não vale a pena. Já vimos vários exemplos de times goleados e os jogadores, perdedores, tomando cerveja até de manhã, sem se importar com o torcedor. Por que o torcedor, então, vai se preocupar com os jogadores? Deem uma banana para eles e cuidem de suas famílias. Tirar o dinheiro do pão e do leite, para ver o time jogar este futebol medíocre que as equipes brasileiras apresentam hoje é mesmo lamentável!

A vida precisa ser repensada em vários aspectos, após dissiparmos a pandemia do coronavírus. Hoje, os bilionários ou milionários, com seus aviões, iates, helicópteros, mansões aqui e ali, estão presos, em casa, como qualquer mortal. Ninguém pode cruzar o Atlântico, pois os países não estão recebendo ninguém. Neste mundo de coronavírus, todos nos tornamos iguais. E, para fechar, tenho duas sugestões: a primeira, tomar de volta o dinheiro que políticos e diretores roubaram do povo brasileiro e da Petrobras. Não adianta condenar os caras, eles cumprirem 1/6 da pena e irem para casa, usufruir do produto roubado. A segunda é não permitir mais que bancos privados tenham lucros líquidos de R$ 26 bilhões anualmente. Isso é um crime contra o povo brasileiro, tão explorado pelos juros extorsivos. 

Se houvesse um político de saco roxo que pudesse intervir e pegar esse lucro e devolver aos pobres e mais necessitados neste momento seria maravilhoso. Sei que os bancos são privados, mas é preciso mudar a lei que permite que eles ganhem tanto em cima do povo sofrido. E não adianta banco A ou B dizer que doou R$ 15 milhões ou R$ 150 milhões. Isso não é nada diante do que sempre exploraram do nosso povo. Tá dado o recado!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)