O técnico Vanderlei Luxemburgo (foto), pentacampeão brasileiro, com Palmeiras (93-94), Corinthians (98), Cruzeiro (2003) e Santos (2004), deu uma aula tática no jogaço de quarta-feira, 4 a 4 com o Flamengo, e muitos comentaristas que o execravam passaram a exaltá-lo, como se ele tivesse feito alguma coisa nova. Na verdade, Luxemburgo sempre esteve na vanguarda, mesmo quando não conseguiu fazer grandes trabalhos. Pegou o Vasco no Z-4, o tirou de qualquer possibilidade de rebaixamento, e já aspira até à Libertadores, caso dê G-8, se o Fla vencer a Libertadores e o Athletico-PR estiver entre os seis primeiros, já que ganhou a Copa do Brasil. Mesmo os que odeiam o Luxa pessoalmente tiveram de se curvar ao seu grande trabalho nesta temporada. Alguns só o descobriram agora.
Temporada sem perspectiva
Cruzeiro e Atlético fizeram uma péssima temporada neste ano, e o primeiro ainda briga para não cair. O problema são as perspectivas para a próxima temporada, já que os dois clubes estão quebrados, de pires na mão, com dívidas gigantescas e excesso de jogadores fracos. Em dezembro, muitos voltarão de empréstimos, inflacionando ainda mais a folha, no caso do Cruzeiro, que é de R$ 20 milhões mensais. O Cruzeiro paga a conta das conquistas de 2013 e 2014, quando o ex-diretor de futebol Alexandre Mattos gastou o que tinha e o que não tinha para ganhar dois Brasileiros, e o resultado está aí. Um clube quebrado, sem perspectiva de recuperação financeira.
Sobe e desce
O América ainda tem esperança de subir à elite do nosso futebol. Perdeu pontos importantes no começo da competição, quando ficou no Z-4. Teve uma reação gigantesca, mas continuou vacilando em momentos decisivos. Mesmo que suba, o Coelho não tem time para se manter na Primeira Divisão. O problema é que as receitas do Coelho são 20 vezes menores que de clubes como Flamengo e Corinthians. Dessa forma, é mesmo impossível fazer futebol vencedor. A gangorra é inevitável. Sobe num ano e cai no outro. De qualquer forma, se não subir, o Coelhão frustrará sua gente.
Salários irreais e absurdos
Uma publicação dos salários dos técnicos brasileiros divulgada na quinta-feira mostrou uma disparidade grande entre os salários dos técnicos, até mesmo desconhecidos. O menor deles, de Alberto Valentim, que ganha, segundo a fonte, R$ 180 mil mensais. Os maiores, Mano Menezes (foto), Carille, na casa dos R$ 800 mil mensais. Um absurdo para um país economicamente quebrado, com 13 milhões de desempregados e muita gente passando fome. E, pior que tudo isso, o salário mínimo é menor que R$ 1 mil, uma vergonha nacional. Os clubes deveriam formar um cartel e limitar os salários de treinadores em R$ 100 mil. Quem quiser, que aceite. Quem não quiser, que procure emprego fora. Duvido que um treinador brasileiro consiga emprego fora do Brasil!