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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Jorge Jesus é a solução para o futebol brasileiro

Em apenas três meses no cargo, o português Jorge Jesus implantou uma filosofia diferente no Flamengo, com marcação por pressão do primeiro ao último segundo


postado em 24/10/2019 04:00 / atualizado em 23/10/2019 21:29

O técnico do Flamengo, Jorge Jesus(foto: Nelson Almeida/AFP - 2/10/19)
O técnico do Flamengo, Jorge Jesus (foto: Nelson Almeida/AFP - 2/10/19)


O futebol brasileiro sente saudades de Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Romário, entre outros. No passado, tínhamos Zico, Reinaldo, Éder. Mais distante ainda, Rivelino, Gérson, Jairzinho. E ainda mais longe, Pelé, Garrincha, Nílton Santos, Didi... Hoje não temos mais ninguém. Apontem-me um craque no futebol brasileiro!! Não existe. Nosso único grande jogador, mas que nunca quer jogar, chama-se Neymar. Não é top 3, como intitula o técnico Tite, um dos maiores bajuladores do atacante do PSG, mas está entre os 15 melhores do mundo. Os demais, que compõem a Seleção Brasileira, são apenas bons jogadores, alguns nem isso. Philippe Coutinho, por exemplo, é absolutamente normal. Porém, ganhou cadeira cativa com Tite. Não conseguiu ser astro no Barcelona, jogando com Messi. Emprestado ao Bayern, tenta respirar outros ares para voltar a jogar o que jogava no Liverpool, em sua melhor fase na Europa. Deu tanto azar que saiu na hora errada, pois o time inglês é o atual campeão da Champions League.

Ontem, no Maracanã, tivemos os melhores times do Brasil. Flamengo e Grêmio praticam futebol de primeira linha. Devem isso aos seus treinadores. Encanta-me o trabalho de Renato Gaúcho. Em mais de três anos no time gaúcho, não teve problema com nenhum jogador. Ao contrário, soube apagar incêndios. É vivido no futebol. Olha nos olhos dos atletas, é adorado por eles. O cara fica na reserva sem reclamar, e ainda o ajuda quando entra em campo. A equipe joga bonito, pra frente, com velocidade. Tabelas, dribles e gols. É o melhor técnico brasileiro em atividade, a CBF deveria pensar nele para substituir o fraco Tite. Com ele talvez tenhamos grandes dificuldades nas Eliminatórias, que serão dificílimas.

Eu faria algo mais inusitado. Pela primeira vez, contrataria um estrangeiro para a Seleção: Jorge Jesus, que está revolucionando o nosso futebol. Em apenas três meses no cargo, implantou uma filosofia diferente no Flamengo, com marcação por pressão do primeiro ao último segundo. As tabelas são constantes, o drible e o gol não são proibidos. O português dá aula tática de como um time deve se comportar, mudando o sistema de jogo dentro das partidas. Não sei se terá interesse em largar o Flamengo, mas que seu trabalho cairia como uma luva na Seleção, cairia! Precisamos voltar a jogar o nosso verdadeiro futebol, e com Tite e outros técnicos brasileiros isso é impossível. Salvam-se Renato e Luxemburgo, que realmente jogam para vencer.

Meu sonho dificilmente irá se realizar, pois Tite encantou, com seus olhos de serpente, todos na CBF. Acho o trabalho dele péssimo! Sem padrão de jogo, qualidade ou esquema tático com variações. Seu discurso, prolixo, enganou durante muito tempo, mas não engana mais. Com a prerrogativa de quem cobre Seleção desde 1986, quando eu ainda trabalhava na TV Globo, conheço muito bem como funciona a estrutura do time canarinho. Vivemos épocas de ouro, é verdade, por conta também do excesso de grandes jogadores. Com a escassez, hoje somos um time vulnerável, desrespeitado até por equipes medianas, que nos encaram de igual para igual.

É preciso um choque no nosso futebol, que está muito bem organizado pela CBF fora das quatro linhas, mas que precisa progredir tecnicamente. E isso não é culpa dos dirigentes da CBF, e sim dos clubes, com seus técnicos retranqueiros. Jorge Jesus está fazendo um bem tremendo ao nosso futebol, com inovações, qualidade e técnica, acima de tudo. Ele não se preocupa em agradar empresários ou quem quer que seja. Tem sua filosofia de trabalho e não abre mão dela. Estamos vivendo um momento perigoso no nosso futebol, onde um ou dois times se destacam e o resto é tudo do mesmo. Portanto, é hora de inovar. Tite foi uma grande decepção. E pensar que sugeri sua contratação tão logo fomos derrotados pelo Peru, com Dunga no comando, na Copa América Centenário, nos Estados Unidos, em 2016. Eu estava errado. Tite é mais do mesmo. Teve sua grande fase no Corinthians, mas, quando o time é bom, se o técnico não atrapalhar, acaba campeão.

São três anos para a Copa do Catar, tempo para refletirmos e buscarmos novos rumos. As retrancas e os técnicos gaúchos acabaram com o futebol brasileiro. Antes que algum desavisado me diga que Renato é gaúcho, não tem nada a ver. Ele mora no Rio há 30 anos, tornou-se carioca e sempre foi defensor do futebol ofensivo. É uma exceção entre os técnicos do Rio Grande do Sul, estado que adoro, onde tenho grandes companheiros na imprensa, mas que, infelizmente, produziu treinadores retranqueiros, que empobreceram nosso futebol. Isso é fato, e contra fatos não há argumentos.


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