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Estado de Minas

O Galo é favorito e ponto!

"No clássico de hoje, vai enfrentar o maior rival, que vem de eliminação na Libertadores, com um esquema de retranca assustador"


postado em 04/08/2019 04:00

O Galo jogará com o apoio da torcida no Indpendência(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 31/7/19)
O Galo jogará com o apoio da torcida no Indpendência (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 31/7/19)
 

Abro a coluna dizendo que o Atlético é o favorito para o clássico de hoje. Primeiro porque será no Independência, casa do Galo. Segundo, porque está com campanha superior à do Cruzeiro, e terceiro, porque quer afundar o adversário ainda mais na crise que vive após a eliminação na Libertadores. Os ingredientes são todos favoráveis ao alvinegro, mas sei que alguns dirão que “em clássico não há favorito, e que aquele de pior campanha, normalmente vence”. OK, respeito a opinião de vocês, mas não concordo com uma coisa, nem com a outra. Não tenho medo de apontar o favorito, embora isso não implique dizer que já venceu.


Alguns atleticanos me perguntam se não vou falar sobre a participação do clube na Sul-Americana. Claro que não! Se os dirigentes jogaram a competição no lixo no ano passado, e eu mesmo a acho terrível, a Segunda Divisão da Libertadores, por que enaltecê-la agora? Seria incoerência da minha parte. Além disso, o Galo ganhou duas vezes a Conmebol, que hoje é a Sul-Americana, e nunca a valorizou. Jogou as duas no lixo. Portanto, esqueçam. Pode dar vaga na Libertadores, dinheiro, que eu a execro. E mais: de que adianta uma equipe voltar à Libertadores para dar vexame e sair na primeira fase? Entrar na competição só para dizer que figurou nela é ridículo.


Voltando ao clássico, sempre fui defensor ferrenho de o Atlético jogar no seu poleiro, onde teve as maiores conquistas de sua história recente. A diretoria levou os jogos da Libertadores para o Mineirão e escrevi e gravei no meu blog que isso era um erro e custaria a eliminação do Atlético. Não deu outra. Quando voltaram, com o rabinho entre as pernas, para o Horto, já era tarde. Vejam que a boa e surpreendente campanha do Galo no Brasileiro se deve às vitórias no Horto. Quando resolveu deixar sua casa para atuar no Mineirão, tomou um sacode do Palmeiras. Simples assim. É preciso enxergar a realidade e não fugir dela. Com o grupo limitado, nenhuma estrela e um técnico que é uma aposta, o Galo estará muito bem protegido por sua fanática e fantástica torcida no Independência. Ali ele tem chances de ganhar os jogos. Aliás, vários adversários já disseram que temem jogar ali. Será assim, também, quando tiver seu estádio. Serão 45 mil vozes empurrando o time aos seus melhores dias.


No clássico de hoje, vai enfrentar o maior rival, que vem de eliminação na Libertadores, com um esquema de retranca assustador. O Galo terá de ter paciência, girar a bola de um lado para o outro e encontrar uma brecha para fazer gol. Mano Menezes, conhecido como “boca de bode” pelo estilo fechado como joga, não deverá fugir de suas características, mesmo porque só foi campeão dos mata-matas dessa forma. Ele abre mão de atacar pelo medo de perder. Por isso, é apenas um técnico mediano, não tão diferente de seus pares. A maioria joga como ele, com medo, retrancado, fechado. Seu linguajar é “pega, marca, mata a jogada”. Jamais usaria, “dribla, cria, toca, tabela, chuta em gol”.


Por isso o nosso futebol anda doente e os dirigentes, desesperados, repatriam, a peso de ouro e de forma irresponsável, os chamados “ex-jogadores em atividade”. Recentemente, o São Paulo contratou Daniel Alves, 36 anos, que o Velho Mundo não queria mais. Dizem os “entendidos” que ele é o jogador com mais taças no planeta. Não duvido. Na Europa, eles contam a Copa do cozinheiro, do faxineiro e outras taças menores. Não tiro os méritos dele, que já ganhou três Copas dos Campeões e três Mundiais. Porém, com Messi de protagonista, me desculpe, mas até eu me consagro.


O torcedor do Cruzeiro está magoado pelas denúncias contra sua diretoria, que podem culminar em cadeia; pelo péssimo futebol comandado por Mano e pela instabilidade do time, tido e havido por todos nós como um grupo forte. E, teoricamente, é. Esteve voando nos jogos contra equipes de qualidade duvidosa, na Libertadores. Porém, na hora que era pra valer, acabou sucumbindo, com futebol de quinta categoria. Não é todo dia que “São Fábio” consegue fechar o gol e evitar as derrotas. Ele e Dedé são os únicos que mantêm a regularidade e a força dos grandes jogadores. O resto do grupo se divide entre bons e maus momentos.


Só espero que os torcedores se comportem de forma civilizada. Ninguém aguenta mais ver, a cada clássico, bandidos travestidos de torcedores provocando desordem, matando, assaltando e outras barbáries. São imagens recorrentes, de norte a sul do país, que nos envergonham e nos fazem desistir dos jogos. Graças a Deus, meus filhos não gostam de futebol. Nunca incentivei a torcerem por ninguém. Melhor buscar outro esporte, mais civilizado, no qual as pessoas se respeitam. O que se pratica hoje no Brasil é tudo, menos futebol de verdade. Gérson, o Canhotinha de ouro, nosso comentarista na Rádio Tupi, publicou em suas redes sociais uma foto ao lado de Pelé, Jairzinho e Paulo César Caju. Que saudades dos grandes e bons tempos do futebol. Clássicos, naquela época, significavam estádios lotados, dribles, gols, genialidade. Hoje, é isso aí o que temos.

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