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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Mano é um gentleman, mas pratica futebol feio e pobre!

Os cruzeirenses esquecem que Fábio foi responsável por defesas impossíveis para levar o Cruzeiro aos dois títulos de Mano. Que Dedé foi gigante nos jogos decisivos. Aí, dizem que Mano foi estrategista


postado em 29/07/2019 04:00


Ganhar a qualquer preço, mesmo que isso descaracterize o clube e sua história. Esse é o lema do técnico Mano Menezes e de uma geração de jovens que o seguem, pois não viram os grandes jogadores e os times implacáveis do passado. Pior que isso: não viram o verdadeiro futebol brasileiro e sua essência. Publiquei um post no meu Instagram, jaecicarvalhooficial, questionando o pobre futebol apresentado pelo Cruzeiro. Recebi alguns xingamentos, dos mal-educados – aqueles que vivem nas redes sociais exalando maldade e suas frustrações –, mas também recebi mensagens concordando comigo. Eu aprendi com dois mestres, Carlos Alberto Silva e Telê Santana, que não se deve ganhar na marra, com futebol feio, com gol roubado. Deve-se saber perder, mesmo que você tenha praticado um futebol melhor. A Seleção de 1982 não foi campeã, mas está na história como uma das três mais importantes do mundo, um reconhecimento a Zico, Cerezo, Éder, Falcão, Sócrates. Eles não levantaram o caneco, mas praticaram a arte, o drible, o gol. Não se pode ganhar sempre, mas a imagem daquele escrete dando espetáculo, pra mim e pra minha geração, vale mais que um título.

O Cruzeiro decide uma vaga com o River Plate para as quartas de final da Libertadores, amanhã, com o Mineirão lotado. Se conseguir, mesmo com esse futebol de retranca, os jovens torcedores, esses que não sabem o que é futebol de verdade, vão vibrar e dizer que o que vale é a vitória. Mano completou três anos à frente do clube e, como ganhou duas Copas do Brasil, mesmo com esse futebol deprimente, os torcedores vão continuar a apoiá-lo. Os cruzeirenses esquecem que Fábio, o Paredão Azul, foi responsável por defesas impossíveis para levar o Cruzeiro aos dois títulos de Mano. Esquecem que Dedé foi um gigante nos jogos decisivos. Aí, dizem que Mano foi estrategista. Pelo amor de Deus, gente, menos!

Mano Menezes ficou dois anos no comando da Seleção Brasileira e fez um péssimo trabalho. O torcedor também tem memória curta, quando se esquece de que Mano deu uma banana para o Cruzeiro e foi trabalhar na China, onde ganhou milhões de dólares e foi mandado embora sete meses depois, pelo trabalho ruim. Sim, nem os chineses suportaram a retranca de Mano. Vejam bem: estou criticando o treinador, pois não gosto do seu estilo de jogo, jamais a pessoa, que me parece ser altamente do bem. Nas poucas vezes em que estive com ele, foi cordial e solícito. É um direito meu não gostar do trabalho dele, assim como é um direito dele não gostar do meu. Faz parte do jogo.

Não é só Mano Menezes que apresenta futebol ruim. Tirando Renato Gaúcho, que joga pra frente, o técnico do Atlhetico, que também privilegia o gol, e o do Fluminense, Fernando Diniz, os demais jogam na retranca, pela chamada uma bola! Vejam que Fernando Diniz pode ser demitido a qualquer momento do Fluminense, justamente por não ganhar os jogos. Sua equipe joga bem, mas não fatura os 3 pontos. O problema é que ele pegou um grupo fraco. O River Plate joga do mesmo jeito dentro ou fora de casa e não está derrotado, como alguns acham. Como nessa fase da Libertadores há o gol qualificado, se o time argentino fizer 1 a 0, o Cruzeiro terá de fazer dois gols, pois o empate por 1 a 1 classifica o time argentino. Eu não acho normal ver o Cruzeiro jogar 45 minutos sem dar um ataque sequer. Foi o que vimos no primeiro tempo, no Monumental de Nuñez. Isso é vergonhoso para um time dessa grandeza. Numa autodefesa, Mano Menezes soltou uma piada: “Vamos atacar os caras na terça”. Isso é característica de quem realmente sabe que gosta de jogar na retranca. Se ele é vencedor dessa forma, que continue do mesmo jeito. Se o torcedor azul quer ganhar assim, que continue ganhando. Afinal, como muitos me disseram, o que vale é o título. Para mim, não. Por exemplo: ganhamos a Copa América com jogos pífios e empates contra Venezuela e Paraguai. Essa vitória escondeu, para alguns, o péssimo futebol mostrado pelos jogadores brasileiros. A conta virá em 2022, quando enfrentarmos um europeu num mata-mata do Mundial. Não tenho dúvidas. E a conta chegará para Mano também. A arte sempre vai prevalecer sobre a força, o brucutu, o cara que manda matar a jogada. Não tenho dúvida disso. E que o torcedor azul não se esqueça da dívida de R$ 500 milhões, as denúncias contra a atual diretoria e as falcatruas recentes. A conta chega um dia, e esse dia está bem próximo!

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