(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Se ficar só na retranca vai perder!


postado em 22/07/2019 04:00

River Plate e Cruzeiro começam a decidir amanhã, no Monumental de Núñez, uma vaga à próxima fase da Copa Libertadores. O jogo de volta será no Mineirão, casa do time azul, onde ele é quase imbatível. O problema será o jogo desta terça-feira, pois se o Cruzeiro entrar pensando pequeno e como time pequeno, como fez contra o Atlético, quarta-feira passada, no Horto, pode tomar um sacode e voltar da Argentina praticamente eliminado. Sei que não se deve jogar aberto contra os times argentinos, ainda mais contra o bicampeão da Libertadores, porém, atacar será preciso. Se ficar atrás, acuado, o time azul poderá ter uma derrota acachapante.

Gosto da pessoa de Mano Menezes, mas não da forma como ele põe suas equipes para jogar. Na Seleção Brasileira, em dois anos não construiu absolutamente nada justamente por sua postura de retranca e defesa. Suas equipes jogam feio pelo resultado, sem inspiração. O Cruzeiro é caracterizado por jogar bonito, pela arte, pelo toque de bola e pelo gol. Com Mano, isso jamais aconteceu. Porém, com duas conquistas de Copa do Brasil, não há quem o conteste, exceto este escriba, que prima pela arte no futebol. Se não foi assim, para mim não serve.

O Cruzeiro tem jogado nos contra-ataques e será isso o que veremos diante do Ríver amanhã. Jogará por uma bola, por um erro do adversário. Porém, o River é tarimbado, sabe cozinhar um jogo e dar os botes na hora certa. Vem com muita força em busca do tri da competição, que o tornaria cinco vezes campeão ao longo da história. Marcelo Gallardo, cotado para assumir a Seleção Argentina, é um baita treinador. Esse sim, gosta da arte, do drible, do gol.

O Cruzeiro tem sido uma equipe irregular nesta temporada, alternando bons e maus jogos. E os bons, sempre nos contra-ataques. Olha que tem um dos grupos mais caros do Brasil, com folha salarial na casa dos R$ 20 milhões. É inadmissível vê-lo praticar futebol tão pobre, tão aquém do esperado. Vive sua pior crise política, com seus dirigentes acusados de lavagem de dinheiro e outras práticas ilegais, e isso mexeu com os jogadores no campo. A campanha no Brasileirão não condiz com seu grupo e sua história, assim como o futebol que tem praticado atualmente.

Sei que a Libertadores é uma competição em que se joga de uma forma na casa do adversário e de outra quando está em casa. Mas não pode e não deve ficar atrás, acuado, esperando uma única chance de tentar fazer o gol. “A melhor defesa é o ataque”, diz o velho e bom futebol. Chamando o adversário para o seu campo, você fica inerte, à espera da hora em que vai tomar o gol. E se tomar um, o Cruzeiro vai tomar o segundo e o terceiro. Por isso, peço uma postura mais ofensiva, uma imposição mais direta, pois o Cruzeiro sempre levou vantagem nos confrontos com o River. Tem que mostrar que é o Cruzeiro de Nelinho, Piazza, Dirceu Lopes, Evaldo, Natal.

Sei que esses gênios da bola não atuam mais, porém, marcaram história e levaram o time azul aos dias mais gloriosos. Ensinaram a jogar com arte, toques e gols. Sei que os tempos mudaram, e para pior, mas nunca é demais exaltar o velho Cruzeiro, aquele que encantou a América.

Que seja um grande jogo e que o time azul se imponha como grande e gigante que é. O time foi formado para ganhar a Libertadores, o tricampeonato, e é nisso que o torcedor azul aposta. Qualquer coisa diferente disso aumentará a crise interna no clube e mudanças radicais deverão acontecer. O torcedor apoia enquanto a estratégia de Mano vai dando títulos, mesmo com este futebol feio e pragmático. Porém, com um revés, muita coisa será revista. Por que não rever antes de uma eliminação? Por que não encarar o River com cuidados defensivos, mas se impondo como time grande que é? Perder querendo ganhar deixa qualquer torcedor conformado. O que não pode é ser jogo de um time só, com o River mandando, do começo ao fim. Aí será derrota na certa.

Sem proposta
O diretor esportivo do PSG, o brasileiro Leonardo disse que não surgiu proposta concreta por Neymar, de clube nenhum do mundo, nem mesmo do Barcelona. Pelo jeito, o jogador de 27 anos, com uma cirurgia no pé e outros problemas recorrentes, já não desperta o interesse dos que sonhavam em tê-lo. Neymar vai se transformar num dos jogadores mais ricos do mundo sem ser o melhor jogador do planeta, sem ganhar uma Champions League como protagonista, sem ganhar uma Copa do Mundo. Tudo fruto de decisões erradas, de um estafe equivocado e de maus conselhos dos “parças” e de seus gestores. Esquecer os gramados para se tornar apenas celebridade tem um preço, e Neymar está pagando pelas decisões erradas que tomou ao longo da carreira.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)