Sérgio Iannini, que completa 80 anos em outubro, abre a pasta preta. Cuidadosamente, retira o envelope que guarda relíquias preciosas que remetem à história de BH. Dezenas de fotografias em preto e branco, no tamanho 24cm por 30cm, resgatam momentos da produção operística da capital entre o fim dos anos 1950 e meados dos anos 1960. “Papai adorava ópera, era tenor. Só não seguiu carreira porque o negócio dele era a fotografia”, comenta Sérgio.
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O ineditismo das fotos encanta não só pelo que elas mostram, mas pelo formato raríssimo para os padrões atuais – sobretudo nestes tempos em que o digital “cancelou” as fotos impressas.
Sérgio conta que a ideia era fazer, nos anos 1980, a exposição comemorativa da Foto Iannini, a loja do pai. Braz veio de Cataguases para a capital ainda menino. Comandou seu negócio no Edifício Cruzeiro (Praça Sete); na Avenida Afonso Pena, 342; na Galeria Ouvidor; e na Rua Goiás, o último endereço.
Com a morte do pai, aos 73 anos, Sérgio desistiu da exposição. A loja não resistiu ao Plano Collor e fechou as portas definitivamente.
Não havia tempo ruim para Braz Iannini na hora de registrar óperas, a maioria delas no Teatro Francisco Nunes. Como o trabalho ia até tarde, muitas vezes ele seguia a pé do Centro até a casa da família, no bairro Carlos Prates. “Transporte noturno era difícil”, explica Sérgio.
Fotografar casamento nunca foi o trabalho preferido dos Iannini, que optaram por se especializar em fotos em estúdio, no estilo portrait, e clicar turmas de formandos das faculdades de Belo Horizonte.
Representante comercial, Sérgio mantém as fotos guardadas em casa junto de centenas de negativos. Em breve, o acervo será digitalizado – recuperando, assim, cenas de importantes capítulos da história cultural de Belo Horizonte.