Jornal Estado de Minas

HELVÉCIO CARLOS

O Papai Noel de 2022, sob o olhar de artistas plásticos mineiros

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Efe Godoy levou o Bom Velhinho para a praia (foto: Efe Godoy)
Letícia Kumaira tirou as calças do Papai Noel calorento (foto: Letícia Kumaira)

 
Para uns, Papai Noel vai chegar com fartura de presentes. Para outros, se ele aparecer, já será lucro. Natal é tempo de renovar as esperanças, o que é importante para iniciarmos um outro ciclo. Mas não podemos nos esquecer de que, mais do que nunca, devemos nos unir por um país mais forte, onde as desigualdades sociais sejam reduzidas e todos tenham a possibilidade de vibrar, em 2023, com a fartura proporcionada pelo Bom Velhinho.




 
Mas ele merece ter a mesma cara de sempre, com barba, gorros, botas e aquela roupa que só de pensar nos fazem suar horrores, nessas bandas tropicais?
 
Aquarelista com centenas de seguidores nas redes sociais, Letícia Kumaira (@leticiakumaira) acredita que Papai Noel está sempre preocupado com o que realmente importa. “Ele se esquece das calças, mas não se esquece do que é essencial”, diz.
 
Efe Godoy (@efegodoy), artista visual transvestigenere, criou Papai Noel no clima de férias. “Foi divertido pensar num Papai Noel brasileiro”, revela, bem-humorada. “Porque é ele uma ideia muito eurocentrada, né? E desconstruir é um desafio instigante”, afirma.
 
Caio Ronin (@caio_ronin), artista autodidata que trabalha com a intuição, buscou inspiração no seu dia a dia. “Sou morador de comunidade, no Bairro Nova Conquista, em Santa Luzia. Vivemos e acompanhamos a realidade de famílias e crianças que, muitas vezes, sentem-se sem o direito de festejar com ceia, devido a questões sociais e financeiras. Elas quase se sentem culpadas por isso”, afirma Caio.




 
Ao receber o convite da coluna, na hora ele pensou em um Papai Noel que alcance as pessoas da favela. “Que ele entenda essas famílias, esses corações, e tenha condições de acalentá-los.”
 
Para o artista, o Papai Noel preto velho é capaz disso. “Ele é simples, não vem voando, vem caminhando, com roupas simples e descalço. Não é um Papai Noel distante. Consegue alcançar as famílias que o Papai Noel que conhecemos não é capaz de alcançar. Ele não segrega”, diz Caio.
 
A coluna deseja feliz Natal a todos.