Marina Lima faz um dos shows mais emocionantes no Palácio das Artes

A coluna sempre foi fã de Marina. São delas os grandes sucessos dos anos 1980 e 1990, clássicos da música brasileira. Além de dona de músicas que se transformam em poesia ou vice-versa, e aqui a ordem dos fatores não altera o produto, Marina sempre foi uma mulher elegante, na moda e no comportamento. Marina é aquela que gostaria de ter sempre ao lado como grande amiga.

Para o público que lotou o Palácio das Artes, sexta-feira (26/8), Marina é isso e muito mais. Entre uma música e outros, gritos de eu te amo ressoavam pelo teatro. Na turma do gargarejo, na hora do bis, as mais entusiasmadas pediam para dançar com ela. Desejos de muitos, sorte de Alaerte Almeida Murta, que logo no início do show já tinha sido mencionada por Marina como a fã mais velha na plateia, com 91 anos. Na hora do bis, nos primeiros acordes de “Uma noite e meia”, esperta como muitos adolescentes, dona Alarte conseguiu chamar atenção da cantora, subir no palco e abraçá-la.

 

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"Noventa e um anos, olha que linda!", elogiou a cantora. "Quero ficar com esse pique", disse. Alaerte abraçou, beijou e, na despedida, ainda mandou beijinhos para Marina, que, para inveja de muitos, dançou com a sua fã mais animada. Antes de sair de cena, dona Alaerte deixou outro recado: com as duas mãos fez o L, que representa o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A plateia aplaudiu. Marina observou.

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O momento político do show não ficou restrito apenas à performance bem-humorada e animadíssima de dona Alaerte. Em "Fullgás", no trecho da música que diz "e a gente faz um país", Marina disse: "Estamos chegando lá novamente". Quando cantou a música "A não ser você”, parceria dela com Mano Brown, no trecho "rezar, pedir, torcer pra tudo passar", a cantora foi otimista e reforçou com "tá passando, tá passando". A música foi lançada no EP “Motim”, de onde também saiu a música homônima, além de “Kilimanjaro” que ela acrescentou ao roteiro de 16 canções.

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Fim do show, dona Alaerte voltou feliz da vida com os quatro filhos e sobrinho para sua casa em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Enquanto aguardava o carro que a levaria de volta, fazia planos para os próximos shows que quer ver, como o de Milton Nascimento, no Mineirão.

 
 

Marina recebeu alguns fãs no camarim, de onde saiu para o Mina Bar, a convite de Gabriel Azevedo, sócio do espaço que funciona no anexo do Automóvel Clube, e do modelo Alex Cunha. Com a casa cheia, Gabriel contou com a gentileza de  um casal, que cedeu a mesa para a cantora. Eles, de quebra, tiveram a conta liberada. Marina tomou alguns drinques, mas não ficou muito tempo. Quando Gabriel se despediu dela, o público gritou “Marina! Marina”, na intenção que ela cantasse. Para poupar a voz depois do show, preferiu não cantar. Até aquela altura da madrugada, não tinha problema. Afinal, com Marina “Uma noite e meia” é sempre muito bom.