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Minas Contemporânea Galeria de Arte comemora 35 anos de atividade

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 2022 marca os 35 anos da Minas Contemporânea Galeria de Arte, inaugurada no final dos anos 1980 por Celma Alvim. Com a morte da fundadora, no ano passado, o espaço está nas mãos de suas filhas Tanit e Érika, que mora nos Estados Unidos. Carine, que acabou de ganhar uma netinha, deixou a sociedade para dedicar-se à família.



Sobre o legado de sua mãe, Tanit destaca "a paixão pela arte, seu embevecimento perante o belo, sua busca pelo novo e seu olhar crítico". No próximo sábado (14/5), a galeria recebe uma exposição com trabalhos de Fernando Velloso. O vernissage está marcado para das 10h às 14h, na Rua Alagoas, 989.

Tanit não poupa elogios à mãe, segundo ela, a melhor do mundo. "Como referência na cultura, deixou um legado extenso, sério e generoso. Foi estudiosa, parceira, crítica e ajudou, juntamente com tantos outros, a dar um norte para as artes visuais no período em que atuou".

 

Sua mãe ocupou o posto de dona de galeria depois de uma trajetória exemplar como professora, museóloga e crítica de arte. No “Estado de Minas”, por três décadas ela assinou uma coluna semanal, às quartas-feiras. Qual a importância do crítico de artes plásticas tanto para formação de público como para o reconhecimento de novos talentos ?

A importância da crítica, a meu ver, é o olhar isento, buscando, através de seu conhecimento, o mérito, a beleza, a exclusividade, a técnica, o talento.





No ano passado, a galeria lançou o livro “Celma Alvim: A presença feminina na crítica de arte e ativismo cultural”, organizado por Rodrigo Vivas, com textos de Márcio Sampaio e Sandra Makowiecky. O projeto incentivado pelo colecionador Guilherme Teixeira reúne críticas escritas por sua mãe.  Você pretende lançar outros livros com os textos dela? Qual a importância desse material escrito ao longo de 30 anos, período em que ela esteve no “Estado de Minas”.


Na verdade, temos material para no mínimo mais três livros, que, aliás, já estão prontos, aguardando apenas patrocínio. 

 

Sua mãe também era defensora dos salões de arte, pela oportunidade que eles ofereciam aos novos talentos. Mas os salões acabaram e as feiras de arte tomaram o lugar, dando destaque para os artistas consagrados. Para você, qual o cenário ideal para as artes plásticas?

Sim, Celma Alvim adorava os salões. Achava que eles abriam portas para novos talentos, que promoviam um intercâmbio entre diversas culturas, sem a interferência dos mercadores, sem a visão do lucro. Ali surgiam talentos por mérito, sob o olhar de diversos críticos que também tinham a oportunidade única de vislumbrar novos artistas, novas técnicas e tendências.

As feiras são fantásticas também, mas são duas coisas inteiramente diversas. Uma não rouba o lugar da outra, pois têm funções diferentes. Nas feiras, as galerias promovem seus artistas prediletos, suas novas apostas… Mas é a visão comercial do mercado, não crítica. Elas não rivalizam, se complementam.





 

O que mudou no perfil do consumidor dos anos 1980 para cá?

Mudou quase tudo! O mundo inteiro mudou, o consumidor de hoje tem menos espaço em casa, vive mais o agora, pensa mais em viver do que ter. É um consumidor mais prático, mais exigente. E ainda vem muita mudança pela frente! Veja o caso das NFTs!

 

Pouco antes da pandemia estava prevista a exposição de Fernando Velloso. Só agora, dois anos depois, a mostra será apresentada na galeria. O que representa essa exposição e qual a importância de Fernando Velloso ?

A exposição do Fernando Velloso é um sonho antigo. Fernando é um artista genial, único, completo. Uma pena Celma não estar presente nesse momento! Ela sempre exaltou a beleza, a força e o talento das obras do Fernando. Sabemos que será um sucesso!

 

Quais as maiores lições aprendidas com sua mãe e por quê?

Às lições deixadas por Celma são inúmeras, mas as principais são a retidão na condução do processo crítico, a verdade que sempre buscou seguir em sua vida profissional e pessoal, o apoio aos artistas, colecionadores e clientes, o amor incondicional pelas artes.