ENTREVISTA
“Houve prejuízo social, cultural e financeiro”
Maria Elisa Abreu Cruz de Moraes
Diretora de carnaval da Canto da Alvorada
Acostumados a desafios na hora de colocar a escola na avenida, integrantes e diretores da Canto da Alvorada convivem, nos últimos dois anos, com a sensação de impotência.
“Os motivos que fizeram com que houvesse o cancelamento do carnaval foram o avanço da pandemia e a necessidade de medidas mais restritivas, que fogem da nossa competência”, observa Maria Elisa Abreu Cruz de Moraes, diretora da escolade samba de Belo Horizonte. Com o avanço da vacinação, criou-se a expectativa da possibilidade de realização dos desfiles em 2022, lembra Maria Elisa.
Contemplada no edital da Lei Aldir Blanc, a escola retomou suas atividades no Galpão das Artes. Iniciou o processo de criação, pesquisa do enredo, desenho, confecção de protótipos das fantasias e escolha do samba de enredo (“A saga da cultura nos 50 anos de história dessa casa que é do povo, sempre regada de memórias”), homenagem ao cinquentenáriodo Palácio das Artes. Vai ficar tudo para 2023.
Qual foi o prejuízo da escola e das comunidades em torno dela devido à não realização do carnaval?
O carnaval de passarela de Belo Horizonte estava em franco crescimento em 2020, quando sofreu interrupção de forma brusca. Houve prejuízo social, cultural e financeiro.
Todo o trabalho de 2022 será aproveitado no ano que vem?
Sim. Todo o trabalho realizado durante 2021 e 2022 será reaproveitado no desfile no ano de 2023, bem como a preservação do enredo em homenagem à Fundação Clóvis Salgado e ao Palácio das Artes.
A COVID-19 é o grande empecilho para a realização do carnaval?
Sim. Vale ressaltar que várias cidades do estado de Minas Gerais e outras capitais brasileiras também optaram pelo cancelamento do carnaval em 2021 e 2022