O trecho entre as ruas Coronel Pedro Paulo Penido e Júlio Pinheiro Silva, no Bairro Cidade Nova, parece mesmo ter vocação para centro comercial. No final dos anos 1980, o comércio daquela região era variado. Os registros fotográficos são raros, como mostra a foto acima, na qual é possível identificar uma farmácia e a loja da Água de Cheiro. Trinta e três anos depois, as duas lojas da foto não existem mais, mas o movimento comercial cresceu e se diversificou. O que parece ter ficado para trás é o talento para vida noturna. Foi ali, no segundo andar daquele prédio, que funcionou a Baturité, boate que foi o maior sucesso na capital mineira. Situada na Região Norte de Belo Horizonte, ela atraía a moçada da Zona Sul, que, naquela época, “atravessava” a cidade para curtir a balada. Quem frequentou lembra e curte as memórias da época. Mas quem veio depois dos anos 1990 nem faz ideia da importância daquele espaço para a história da vida noturna de BH.
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A boate funcionou por cinco anos, de sexta a sábado, das 22h às 4h, sempre com lotação máxima de 800 pessoas. Na programação da casa havia também o concurso anual Garota Baturité. O prêmio era uma viagem para conhecer Camboriú, em Santa Catarina, onde fica a Baturité, “a praia mais bonita do Brasil”, segundo Wandy. Aos domingos, das 16h às 19h, a casa funcionava para menores de 15 anos. “Sem venda de bebida alcoólica, era o maior sucesso”, relembra Wandy. Pouca coisa sobrou da Baturité. Atualmente, uma igreja funciona naquele espaço.
NA BALADA
A NOITE NÃO TEM FIM
Desde janeiro, com a publicação da reportagem que deu origem à seção “Envelheço na cidade” desta coluna, o leitor é peça fundamental para ampliar a lista de casas noturnas de BH. Na reportagem, o recorte foi feito a partir de 1970. Apesar da pesquisa cuidadosa, confirmando e reconfirmando informações, algumas ficaram de fora.
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Mas o leitor, sempre antenado, dá o seu recado. Por meio da rede social, Bobby Marcelinho (@inparcerimonial) cita a Boate Eros, no quarteirão fechado entre Rua Rio de Janeiro e a Avenida Álvares Cabral; a Justin, próxima d'A Obra; e a Erótica, no Barro Preto. “Tinha a Soluna, que ficava na Rua Itambé, e o Stúdio 95, no Barreiro. Todas funcionaram nos anos 2000, exceto a Studio 95, nos anos 1990.”
.ÀS QUARTAS-FEIRAS, A COLUNA HIT PUBLICA A SEÇÃO “ENVELHEÇO NA CIDADE”, QUE TRAZ HISTÓRIAS DE CASAS NOTURNAS QUE MARCARAM A BALADA NA CAPITAL MINEIRA